MÁRCIA TIBURI SAINDO DO PROGRAMA DE JUREMIR MACHADO DA SILVA NA RÁDIO GUAÍBA...
No mundo em que perdemos um grande nome do rock alternativo, o vocalista do Fall (seminal banda de Manchester, Inglaterra), Mark E. Smith, o Brasil é que anda "meio punk".
Um país doido e cheio de absurdos.
Um trio de desembargadores - Paulo Henrique Amorim chamou-os de "desembraguinhos" - condenou Lula em segunda instância por causa do triplex do Guarujá.
A condenação foi dada sem provas, aliás, depois que uma juíza de Brasília decidiu penhorar o triplex em nome da OAS.
Mas o economista Leonardo Stoppa disse para não enfatizar a "condenação sem provas" e definir a sentença como um Tribunal de Exceção.
Definir como um Tribunal de Exceção chamaria mais a atenção da comunidade mundial, segundo Stoppa, que tem programa na TV 247, ligada ao portal Brasil 247.
A "condenação" foi comemorada por um grupo de jornalistas da mídia hegemônica.
Vladimir Netto (Globo), Ricardo Brandt (Estadão), André Guilherme (Valor), Germano Oliveira (Isto É) e Flávio Ferreira (Folha de São Paulo) foram fotografados juntos comemorando o feito.
Germano postou a foto no seu perfil no Facebook, encerrando o comentário desta forma: "Ainda dá para confiar na Justiça".
Certo, certo. Mas a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu uma boa pizza de presente para o senador José Serra, do PSDB: o arquivamento de investigação do envolvimento de José Serra no caso da JBS, com base em depoimento de delatores.
Em 2010, o tucano teria recebido, para sua campanha presidencial, uma doação de R$ 20 milhões da parte da JBS. Deste valor, R$ 6,4 milhões teriam sido doados por caixa dois e o resto, oficialmente.
A procuradora-geral alegou que o caso "prescreveu", embora menos antigo que o do ex-presidente Lula. Solta o cano que não cai.
Ainda houve tiroteio na Rocinha, com incêndio em ônibus, e princípio de outro incêndio na Câmara dos Deputados.
Mas o fato mais importante de ontem se deu durante o programa do jornalista Juremir Machado da Silva na Rádio Guaíba, em Porto Alegre.
...DEIXANDO O REACIONÁRIO KIM KATAGUIRI NUMA ENTREVISTA SEM DEBATE.
Haveria um debate surpresa entre a filósofa e professora Márcia Tiburi e o dublê de ativista social, Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre (ou melhor, Movimento Me Livre do Brasil).
Um vídeo foi gravado na ocasião do começo do programa, quando Márcia conversava com Juremir.
Juremir interagia com outro locutor, até que entra Kim e um outro rapaz, possivelmente um fotógrafo.
Márcia interrompeu a conversa e desabafou.
"Credo! Eu não vou sentar com esse cara, Juremir! Gente, acabei de encontrar Kim Kataguiri! Tô fora! Tá louco? Tá doido, meu? Nossa! Vou chamar um psiquiatra! Tô fora, gente, me desculpe, não dá pra mim!", disse ela.
Com Juremir pasmo, perguntando por que ela fez isso, Márcia respondeu: "Me avisa na próxima vez quem tu convida para teu programa".
"Mas surgiu uma oportunidade para trazer...", tentou argumentar Juremir. Márcia reagiu:
- Deus me livre! Que as deusas me livrem disso! Tenho vergonha de estar aqui! Gosto tanto de ti mas eu não falo com pessoas assim que são indecentes, que são perigosas, tenho até medo de estar aqui, estou indo embora!".
Gozador, mas arrogante, Kim Kataguiri, sem a interlocutora, soltou uma ironia: "Que recepção, hein? Esquisita... Que estranho! Sou um japonês inofensivo".
Em carta publicada na coluna de Márcia na revista Cult, ela explicou seus motivos.
Aquilo foi um ato de coragem e não covardia. Márcia debateria com pessoas discordantes, mas que tivessem ideias consistentes.
Ela não iria debater com um fascista. Ela mesma escreveu um livro chamado Como Conversar com um Fascista, título que aparentemente pode soar como uma contradição.
Não é. Márcia não iria debater com alguém com ideias autoritárias e uma visão ao mesmo tempo equivocada e prepotente da realidade, se é que o que Kim pensa tem a ver com a realidade.
Ela vê a diferença de alguém discordante ou ignorante, que podem ser civilizados e estimular um diálogo de ideias, e um fascista, que fica preso em suas convicções.
E Kim Kataguiri, do Movimento Me Livre do Brasil, o "japonês inofensivo" que é devoto de Tio Sam, só tem convicções, como se sua linha de pensamento fosse fechada e não admitisse mudanças.
A filósofa gaúcha fez, sim, um ato de muita coragem. Não permitiu dialogar com um dos artífices do golpe político de 2016.
Ela não permitiu se servir para as pregações de alguém visivelmente autoritário e rancoroso, e por isso Kim acabou se restringindo a um entrevistado sem debate.
Márcia repercutiu com sua atitude, pouco após o ator Pedro Cardoso também recusar a divulgar seu livro em solidariedade a grevistas e à colega Taís Araújo, humilhada pelo próprio presidente da EBC, Laerte Rímoli, quando este compartilhou postagens racistas de outros internautas.
São pessoas corajosas assim que fazem o golpe político sentir que não está assim com a corda toda.
No mundo em que perdemos um grande nome do rock alternativo, o vocalista do Fall (seminal banda de Manchester, Inglaterra), Mark E. Smith, o Brasil é que anda "meio punk".
Um país doido e cheio de absurdos.
Um trio de desembargadores - Paulo Henrique Amorim chamou-os de "desembraguinhos" - condenou Lula em segunda instância por causa do triplex do Guarujá.
A condenação foi dada sem provas, aliás, depois que uma juíza de Brasília decidiu penhorar o triplex em nome da OAS.
Mas o economista Leonardo Stoppa disse para não enfatizar a "condenação sem provas" e definir a sentença como um Tribunal de Exceção.
Definir como um Tribunal de Exceção chamaria mais a atenção da comunidade mundial, segundo Stoppa, que tem programa na TV 247, ligada ao portal Brasil 247.
A "condenação" foi comemorada por um grupo de jornalistas da mídia hegemônica.
Vladimir Netto (Globo), Ricardo Brandt (Estadão), André Guilherme (Valor), Germano Oliveira (Isto É) e Flávio Ferreira (Folha de São Paulo) foram fotografados juntos comemorando o feito.
Germano postou a foto no seu perfil no Facebook, encerrando o comentário desta forma: "Ainda dá para confiar na Justiça".
Certo, certo. Mas a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu uma boa pizza de presente para o senador José Serra, do PSDB: o arquivamento de investigação do envolvimento de José Serra no caso da JBS, com base em depoimento de delatores.
Em 2010, o tucano teria recebido, para sua campanha presidencial, uma doação de R$ 20 milhões da parte da JBS. Deste valor, R$ 6,4 milhões teriam sido doados por caixa dois e o resto, oficialmente.
A procuradora-geral alegou que o caso "prescreveu", embora menos antigo que o do ex-presidente Lula. Solta o cano que não cai.
Ainda houve tiroteio na Rocinha, com incêndio em ônibus, e princípio de outro incêndio na Câmara dos Deputados.
Mas o fato mais importante de ontem se deu durante o programa do jornalista Juremir Machado da Silva na Rádio Guaíba, em Porto Alegre.
...DEIXANDO O REACIONÁRIO KIM KATAGUIRI NUMA ENTREVISTA SEM DEBATE.
Haveria um debate surpresa entre a filósofa e professora Márcia Tiburi e o dublê de ativista social, Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre (ou melhor, Movimento Me Livre do Brasil).
Um vídeo foi gravado na ocasião do começo do programa, quando Márcia conversava com Juremir.
Juremir interagia com outro locutor, até que entra Kim e um outro rapaz, possivelmente um fotógrafo.
Márcia interrompeu a conversa e desabafou.
"Credo! Eu não vou sentar com esse cara, Juremir! Gente, acabei de encontrar Kim Kataguiri! Tô fora! Tá louco? Tá doido, meu? Nossa! Vou chamar um psiquiatra! Tô fora, gente, me desculpe, não dá pra mim!", disse ela.
Com Juremir pasmo, perguntando por que ela fez isso, Márcia respondeu: "Me avisa na próxima vez quem tu convida para teu programa".
"Mas surgiu uma oportunidade para trazer...", tentou argumentar Juremir. Márcia reagiu:
- Deus me livre! Que as deusas me livrem disso! Tenho vergonha de estar aqui! Gosto tanto de ti mas eu não falo com pessoas assim que são indecentes, que são perigosas, tenho até medo de estar aqui, estou indo embora!".
Gozador, mas arrogante, Kim Kataguiri, sem a interlocutora, soltou uma ironia: "Que recepção, hein? Esquisita... Que estranho! Sou um japonês inofensivo".
Em carta publicada na coluna de Márcia na revista Cult, ela explicou seus motivos.
Aquilo foi um ato de coragem e não covardia. Márcia debateria com pessoas discordantes, mas que tivessem ideias consistentes.
Ela não iria debater com um fascista. Ela mesma escreveu um livro chamado Como Conversar com um Fascista, título que aparentemente pode soar como uma contradição.
Não é. Márcia não iria debater com alguém com ideias autoritárias e uma visão ao mesmo tempo equivocada e prepotente da realidade, se é que o que Kim pensa tem a ver com a realidade.
Ela vê a diferença de alguém discordante ou ignorante, que podem ser civilizados e estimular um diálogo de ideias, e um fascista, que fica preso em suas convicções.
E Kim Kataguiri, do Movimento Me Livre do Brasil, o "japonês inofensivo" que é devoto de Tio Sam, só tem convicções, como se sua linha de pensamento fosse fechada e não admitisse mudanças.
A filósofa gaúcha fez, sim, um ato de muita coragem. Não permitiu dialogar com um dos artífices do golpe político de 2016.
Ela não permitiu se servir para as pregações de alguém visivelmente autoritário e rancoroso, e por isso Kim acabou se restringindo a um entrevistado sem debate.
Márcia repercutiu com sua atitude, pouco após o ator Pedro Cardoso também recusar a divulgar seu livro em solidariedade a grevistas e à colega Taís Araújo, humilhada pelo próprio presidente da EBC, Laerte Rímoli, quando este compartilhou postagens racistas de outros internautas.
São pessoas corajosas assim que fazem o golpe político sentir que não está assim com a corda toda.
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