Pular para o conteúdo principal

LUCIANO HUCK, QUE "NÃO DESEJA" CONQUISTAR A REPÚBLICA, PEDE AO IBOPE MANTER SONDAGEM SOBRE SI


Aparentemente, o apresentador Luciano Huck não pretende ser presidente da República.

O marido de Angélica Ksyvickis garante que já está muito satisfeito com o trabalho que exerce na televisão.

Ele também diz que está muito satisfeito com a colaboração indireta que dá aos projetos RenovaBR e Agora!, grupo de "centro" empenhado em "mudar o Brasil".

Segundo o Painel, da Folha de São Paulo, Luciano Huck se encontrou, em dezembro passado, com o presidente do IBOPE, Carlos Augusto Montenegro.

Na pauta, o apresentador do Caldeirão do Huck pediu para que Montenegro mantivesse o nome dele para as pesquisas de intenção de votos do instituto.

Montenegro aceitou manter o nome de Huck nas sondagens, mas adiantou que o prazo vai até abril, quando o apresentador terá que estar filiado a um partido para concorrer ao cobiçado cargo político.

Huck é um dos símbolos do Brasil de 2016, reacionário e conservador, que pretende eleger seu presidente da República em 2018.

Até agora o sonhado candidato das elites não surgiu, e vários nomes foram "ventilados".

Nenhum, porém, capaz de desviar os brasileiros da polarização entre Lula e Jair Bolsonaro.

Bolsonaro pode botar tudo a perder com seu radicalismo ao mesmo tempo raivoso e cômico, cheio de gafes. Pode não se tornar candidato se não conseguir se abrigar numa sigla partidária.

Lula, o maior líder popular da atualidade, tem julgamento marcado em 24 de janeiro próximo, um momento crucial para desenhar a corrida eleitoral de meses depois.

Afinal, se o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF-4, concordar com a sentença de Sérgio Moro, condenando em primeira instância o ex-presidente a nove anos e meio de prisão, pelo caso do triplex do Guarujá, Lula se tornará inelegível.

Mesmo que a condenação seja em regime aberto, ela é suficiente para banir Lula da corrida presidencial.

E, com isso, abrir caminho para um candidato "liberal", "moderado" e "moderno", espécie de versão "água com açúcar" do projeto político hoje executado por Michel Temer.


Aliás, o golpe político de 2016 arrasou com o Brasil e expôs a sordidez humana de uma parcela reacionária da sociedade.

Pessoas com preconceitos sociais doentios, antes escondidas no Orkut ou no Facebook, passaram a expor-se abertamente, se estendendo até às ruas com suas truculências.

Quem diria que, de uma neurótica Janaína Paschoal, reprovada na USP, chegamos a uma tresloucada Day McCarthy humilhando a amável e graciosa Titi, linda menina negra e filha adotiva de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso.

Virou um período esquizofrênico em que a raiva contra o PT, em particular contra Dilma e Lula, fez liberar preconceitos sociais dos mais terríveis.

Era um período esquizofrênico porque oficialmente se fala num "grande momento de libertação", num despertar da "sociedade do bem", enquanto o que se viu, em prática, foi o contrário.

Um país maluco em que oficialmente se dizia uma coisa e, na realidade vivida dos fatos, se via o contrário.

Mas o reacionarismo foi tão longe que nem a mídia hegemônica aguentou, como a intolerância contra manifestações artísticas inusitadas em eventos de artes plásticas.

Em certo momento, supostos heróis de 2016, de Kim Kataguiri a Gilmar Mendes, eram alvos de alguma crítica da grande mídia, ainda que tendenciosa ou hipócrita.

A grande mídia foi a mais perdida nesse "grande período" que se deu em 2016.

Ela começou dizendo que o Brasil estava iniciando um período de superação da crise e ingresso numa era de prosperidade e crescimento.

Mas a crise se agravou e a grande mídia teve que desfazer o antigo discurso.

As demissões e a degradação das relações de trabalho atingiram até grandes veículos de Comunicação e grandes empresas, não poupando aqueles que torceram para o "Fora Dilma".

A crise foi tanta que a primeira edição de O Globo deste ano apela para a "reconstrução do Brasil".

Com a estátua do Cristo Redentor na capa, a edição pede aos céus que se reconstruam o Brasil em geral e o Rio de Janeiro em particular, depois do caos.

Mas esse caos as Organizações Globo participaram ativamente de sua triste concepção.

O Rio de Janeiro veio antes, através da ação dos reacionários do Orkut / Facebook de dez anos atrás.

Os reaças do RJ defenderam rádio rock fajuta, degradação cultural pelo "funk", mulheres-frutas, ônibus padronizados e, com voto podre, elegeram pessoas como Eduardo Paes, Sérgio Cabral Filho, Eduardo Cunha e a famiglia Bolsonaro.

Como esse pessoal vai agora defender o fim da crise que ele mesmo produziu?

Ainda que o Judiciário, transformado num poder abusivo e tendencioso, consiga condenar Lula por crimes que ele não cometeu, a crise não será resolvida.

As elites terão sua vitória de Pirro e conseguirão eleger um candidato que, de recuo em recuo, fará um governo quase progressista só para ter uma boa imagem entre o povo.

Evidentemente, o candidato do "novo Brasil" não irá derrubar as reformas previdenciária e trabalhista, mas irá reparar os seus excessos.

Terá que equilibrar preços e salários para estimular a movimentação financeira da qual depende o sucesso na Economia.

E terá que fazer políticas sociais, ainda que paliativas, para ao menos conquistar a parcela da sociedade que interpreta o mundo sob os filtros das grandes redes de televisão.

Mas isso não significa a melhoria do Brasil. Talvez o Brasil fique apenas "menos ruim" do que no desastroso ano de 2016. Mas, melhor, em 2018 e 2019, será difícil ficar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FUNQUEIROS, POBRES?

As notícias recentes mostram o quanto vale o ditado "Quem nunca comeu doce, quando come se lambuza". Dois funqueiros, MC Daniel e MC Ryan, viraram notícias por conta de seus patrimônios de riqueza, contrariando a imagem de pobreza associada ao gênero brega-popularesco, tão alardeada pela intelectualidade "bacana". Mc Daniel recuperou um carrão Land Rover avaliado em nada menos que R$ 700 mil. É o terceiro assalto que o intérprete, conhecido como o Falcão do Funk, sofreu. O último assalto foi na Zona Sul do Rio de Janeiro. Antes de recuperar o carro, a recompensa prometida pelo funqueiro foi oferecida. Já em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, outro funqueiro, MC Ryan, teve seu condomínio de luxo observado por uma quadrilha de ladrões que queriam assaltar o famoso. Com isso, Ryan decidiu contratar seguranças armados para escoltá-lo. Não bastasse o fato de, na prática, o DJ Marlboro e o Rômulo Costa - que armou a festa "quinta coluna" que anestesiou e en

FIQUEMOS ESPERTOS!!!!

PESSOAS RICAS FANTASIADAS DE "GENTE SIMPLES". O momento atual é de muita cautela. Passamos pelo confuso cenário das "jornadas de junho", pela farsa punitivista da Operação Lava Jato, pelo golpe contra Dilma Rousseff, pelos retrocessos de Temer, pelo fascismo circense de Bolsonaro. Não vai ser agora que iremos atingir o paraíso com Lula nem iremos atingir o Primeiro Mundo em breve. Vamos combinar que o tempo atual nem é tão humanitário assim. Quem obteve o protagonismo é uma elite fantasiada de gente simples, mas é descendente das velhas elites da Casa Grande, dos velhos bandeirantes, dos velhos senhores de engenhos e das velhas oligarquias latifundiárias e empresariais. Só porque os tataranetos dos velhos exterminadores de índios e exploradores do trabalho escravo aceitam tomar pinga em birosca da Zona Norte não significa que nossas elites se despiram do seu elitismo e passaram a ser "povo" se misturando à multidão. Tudo isso é uma camuflagem para esconder

VIRALATISMO MUSICAL BRASILEIRO

  "DIZ QUE É VERDADE, QUE TEM SAUDADE .." O viralatismo cultural brasileiro não se limita ao bolsonarismo e ao lavajatismo. As guerras culturais não se limitam às propagandas ditatoriais ou de movimentos fascistas. Pensar o viralatismo cultural, ou culturalismo vira-lata, dessa maneira é ver a realidade de maneira limitada, simplista e com antolhos. O que não foi a campanha do suposto "combate ao preconceito", da "santíssima trindade" pró-brega Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches e Hermano Vianna senão a guerra cultural contra a emancipação real do povo pobre? Sanches, o homem da Folha de São Paulo, invadindo a imprensa de esquerda para dizer que a pobreza é "linda" e que a precarização cultural é o máximo". Viralatismo cultural não é só Bolsonaro, Moro, Trump. É"médium de peruca", é Michael Sullivan, é o É O Tchan, é achar que "Evidências" com Chitãozinho e Xororó é um clássico, é subcelebridade se pavoneando

DEMOCRACIA OU LULOCRACIA?

  TUDO É FESTA - ANIMAÇÃO DE LULA ESTÁ EM DESACORDO COM A SOBRIEDADE COM QUE SE DEVE TER NA VERDADEIRA RECONSTRUÇÃO DO BRASIL. AQUI, O PRESIDENTE DURANTE EVENTO DA VOLKSWAGEN DO BRASIL. O que poucos conseguem entender é que, para reconstruir o Brasil, não há clima de festa. Mesmo quando, na Blumenau devastada pela trágica enchente de 1983, se realizou a primeira Oktoberfest, a festa era um meio de atrair recursos para a reconstrução da cidade catarinense. Imagine uma cirurgia cujo paciente é um doente em estado terminal. A equipe de cirurgiões não iria fazer clima de festa, ainda mais antes de realizar a operação. Mas o que se vê no Brasil é uma situação muito bizarra, que não dá para ser entendida na forma fácil e simplória das narrativas dominantes nas redes sociais. Tudo é festa neste lulismo espetaculoso que vemos. Durante evento ocorrido ontem, na sede da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, Lula, já longe do antigo líder sindical de outros tempos, mais parecia um showm

LULA ESTÁ A SERVIÇO DA ELITE DO ATRASO

A queda de popularidade de Lula está sendo apontada por supostas pesquisas de opinião, o que, na verdade, soam como um reflexo suavizado do que já ocorre desde que Lula decidiu trocar o combate à fome e o desemprego pelas viagens supérfluas ao exterior. Mas os lulistas, assustados com essa realidade, sem saber que ela é pior do que se imagina, tentam criar teorias para amenizar o estrago. Num dia, falam que é a pressão da grande mídia, noutro, a pressão dos evangélicos, agora, as falas polêmicas de Lula. O que virá depois? Que o Lula perdeu popularidade por não ser escalado para o Dancing With the Stars dos EUA para testar o "novo quadril"? A verdade é que Lula perdeu popularidade porque sei governo é fraco. Fraquíssimo. Pouco importam as teorizações que tentam definir como "acertadas" as viagens ao exterior, com a corajosa imprensa alternativa falando em "n" acordos comerciais, em bilhões de dólares atraídos para investimentos no Brasil, isso não convence

ALEGRIA TÓXICA DO É O TCHAN É CONSTRANGEDORA

O saudoso Arnaldo Jabor, cineasta, jornalista e um dos fundadores do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC - UNE), era um dos críticos da deterioração da cultura popular nos últimos tempos. Ele acompanhava a lucidez de tanta gente, como Ruy Castro e o também saudoso Mauro Dias que falava do "massacre cultural" da música popularesca. Grandes tempos e últimos em que se destacava um pensamento crítico que, infelizmente, foi deixado para trás por uma geração de intelectuais tucanos que, usando a desculpa do "combate ao preconceito" para defender a deterioração da cultura popular.  O pretenso motivo era promover um "reconhecimento de grande valor" dos sucessos popularescos, com todo aquele papo furado de representar o "espírito de uma época" e "expressar desejos, hábitos e crenças de um povo". Para defender a música popularesca, no fundo visando interesses empresariais e políticos em jogo, vale até apelar para a fal

PUBLICADO 'ESSA ELITE SEM PRECONCEITOS (MAS MUITO PRECONCEITUOSA)'

Está disponível na Amazon o livro Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , uma espécie de "versão de bolso" do livro Esses Intelectuais Pertinentes... , na verdade quase isso. Sem substituir o livro de cerca  de 300 páginas e análises aprofundadas sobre a cultura popularesca e outros problemas envolvendo a cultura do povo pobre, este livro reúne os capítulos dedicados à intelectualidade pró-brega e textos escritos após o fechamento deste livro. Portanto, os dois livros têm suas importâncias específicas, um não substitui o outro, podendo um deles ser uma opção de menor custo, por ter 134 páginas, que é o caso da obra aqui divulgada. É uma forma do público conhecer os intelectuais que se engajaram na degradação cultural brasileira, com um etnocentrismo mal disfarçado de intelectuais burgueses que se proclamavam "desprovidos de qualquer tipo de preconceito". Por trás dessa visão "sem preconceitos", sempre houve na verdade preconceitos de cl

OS CRITÉRIOS VICIADOS DE EMPREGO

De que adianta aumentar as vagas de emprego se os critérios de admissão do mercado de trabalho estão viciados? De que adianta haver mais empregos se as ofertas de emprego não acompanham critérios democráticos? A ditadura militar completou 60 anos de surgimento. O governo Ernesto Geisel, que consolidou o Brasil sonhado pelas elites reacionárias, faz 50 anos de seu início. Até parece que continuamos em 1974, porque nosso Brasil, com seus valores caquéticos e ultrapassados, fede a mofo tóxico misturado com feses de um mês e cadáveres em decomposição.  E ainda muitos se arrogam de ver o Brasil como o país do futuro com passaporte certeiro para ingressar, já em 2026, no banquete das nações desenvolvidas. E isso com filósofos suicidas, agricultores famintos e sobrinhos de "médiuns de peruca" desaparecendo debaixo dos arquivos. Nossos conceitos são velhos. A cultura, cafona e oligárquica, só defendida como "vanguarda" por um bando de intelectuais burgueses, entre jornalist

LULA, O MAIOR PELEGO BRASILEIRO

  POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, LULA DE 2022 ESTÁ MAIS PRÓXIMO DE FERNANDO COLLOR O QUE DO LULA DE 1989. A recente notícia de que o governo Lula decidiu cortar verbas para bolsas de estudo, educação básica e Farmácia Popular faz lembrar o governo Collor em 1991, que estava cortando salários e ameaçando privatizar universidades públicas. Lula, que permitiu privatização de estradas no Paraná, virou um grande pelego político. O Lula de 2022 está mais próximo do Fernando Collor de 1989 do que o próprio Lula naquela época. O Lula de hoje é espetaculoso, demagógico, midiático, marqueteiro e agrada com mais facilidade as elites do poder econômico. Sem falar que o atual presidente brasileiro está mais próximo de um político neoliberal do que um líder realmente popular. Eu estava conversando com um corretor colega de equipe, no meu recém-encerrado estágio de corretagem. Ele é bolsonarista, posição que não compartilho, vale lembrar. Ele havia sido petista na juventude, mas quando decidiu votar em Lul

TRINTA ANOS DE UMA NOVELA DA PESADA

A PRIMEIRA VERSÃO DE A VIAGEM  "PRESENTEOU" OS FUNCIONÁRIOS DA TV TUPI COM A FALÊNCIA DA EMISSORA. Triste país em que executivos de TV e empresários do entretenimento montam uma falsa nostalgia, forjando valores e fenômenos falsamente cult  para enganar as novas gerações, que levam gato por lebre com esse pseudovintage feito para lacrar nas redes sociais. Vide a gourmetização da mediocridade musical com, por exemplo, Michael Sullivan, Chitãozinho e Xororó e É O Tchan, nomes que deveriam cair no esquecimento público, pelas obras deploráveis que fizeram. Na dramaturgia, a coisa não é diferente num país em onde Caio Ribeiro, Luva de Pedreiro e um tal de Manoel Gomes (do sucesso "Caneta Azul") são considerados cult  e hit-parade  é confundido com vanguarda, qualquer coisa pode ser alvo dessa "nostalgia de resultados " que transforma o Brasil no Olimpo da idiotização cultural. A coisa chega ao ponto de uma novela infeliz, com temática mais medieval do que Game