O juiz da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, Ricardo Leite, determinou que o passaporte do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva fosse apreendido.
A medida proíbe o petista, condenado em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão em regime fechado por causa do triplex do Guarujá, deixe o país.
O ex-presidente participaria, dia 29, de reunião da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), para discutir medidas de erradicação da fome no continente africano.
A reunião acontece na Etiópia. Lula teve que cancelar viagem, que seria feita amanhã.
A medida de apreensão do passaporte entende, no seu juízo de valor, que Lula possa "vir a fugir do país" ou "buscar exílio".
O medo da plutocracia é que Lula entrasse em contato com personalidades estrangeiras solidárias a ele, pessoas de grande gabarito que possam vir a influir na decadência da sentença condenatória, decidida por critérios e motivos muito duvidosos.
CRISTIANO ZANIN ENTREGA DOCUMENTO AO EX-ADVOGADO DA ONU, GEOFFREY ROBERTSON, RELATANDO OS ABUSOS DO JUIZ SÉRGIO MORO.
No ano passado, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, entregou à ONU, na pessoa do ex-advogado da organização, o britânico Geoffrey Robertson, um documento sobre os abusos da Operação Lava Jato contra Lula.
A partir da entrega desse documento, a ONU passa a acompanhar os passos das ações de Sérgio Moro e outros ligados à Operação Lava Jato nas tarefas contra o ex-presidente Lula.
Isso significa que o julgamento do TRF-4 e sua sentença ontem declarada estão incluídos.
O documento revela casos como a condução coercitiva contra Lula, que abalou a saúde da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu meses depois.
A comunidade estrangeira manifesta solidariedade ao ex-presidente, considerado um dos governantes mais prestigiados e honrados do mundo.
O medo dos oposicionistas de Lula é que ele possa articular uma pressão internacional contra a condenação em segunda instância.
A apreensão do passaporte só vai complicar as coisas, porque a ausência de Lula na reunião da ONU causará um grande barulho no exterior.
Se bem que esse barulho não ressoará na mídia patronal brasileira, que está feliz no que entende ser o "fim de um ciclo de corrupção e negociatas do Partido dos Trabalhadores".
Mas seu silêncio não vai calar o barulho que a ausência de Lula na Etiópia causará. É esperar para ver.
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