O lawfare que domina o Brasil, ou seja, a partidarização da Justiça no nosso país, pressiona para dar encerramento à Era Lula.
Isso é muito triste, em se tratando do maior líder político do país e um dos mais prestigiados estadistas do mundo inteiro.
Anteontem, o juiz midiático Sérgio Moro fez uma armação para reverter a penhora do triplex que seria para pagar dívidas da OAS.
Moro ordenou que o triplex seja leiloado para pagar dívidas da Petrobras, por isso decidiu pelo cancelamento da penhora.
Moro disse que a atitude de uma juíza do Distrito Federal foi "irregular".
A desculpa usada é que o imóvel não teve pagamento de IPTU desde 2014 e que, por isso, o imóvel se encontra em "situação de risco" e pode ter seu preço "desvalorizado".
O juiz da "República de Curitiba" insiste que Lula é o "proprietário de fato" do imóvel.
Diz o documento da decisão do juiz Sérgio Moro:
"A omissão do recolhimento do IPTU pela OAS Empreendimentos, proprietária formal, ou pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, proprietário de fato, coloca o imóvel em risco, com a possibilidade de esvaziamento dos direitos de confisco da vítima, no caso uma empresa estatal e por conseguinte com prejuízo aos próprios cofres públicos".
Ontem foi a vez do Superior Tribunal de Justiça negar recurso da defesa de Lula.
O advogado Cristiano Zanin Martins entrou com pedido de habeas corpus para evitar que Lula fosse preso. Martins chamou a atenção para o direito de Lula se defender, garantido pela presunção de inocência garantida pela Constituição de 1988.
O pedido foi negado.
A ministra Carmen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, afirmou que também não pretende rever a condenação de segunda instância contra Lula, alegando que isso iria "apequenar" o órgão.
Se bem que sabemos que o STF já não está tão supremo assim e se apequenou há tempos.
São tantas derrotas que Zanin, desanimado, havia entregue o passaporte de seu cliente, que está proibido de sair do país, e perdeu de ir pessoalmente a um seminário sobre a fome na Etiópia.
A atitude de Zanin, que havia sido quase sempre muito corajoso, foi duramente criticada pelas esquerdas.
Sim, pode ter sido um erro, mas Zanin não poderia agir sozinho. Ele fez o que pôde para salvar Lula, mas falta também pressão da sociedade.
As pessoas com coragem para enfrentar a plutocracia não são muitas.
De certa forma, os senadores Gleisi Hoffman, presidenta do PT, Roberto Requião e Lindbergh Farias deram suas contribuições.
Deputados como Wadih Damous e Paulo Pimenta, também.
Mas, infelizmente, os oposicionistas têm muito dinheiro e querem ver Lula fora da campanha de 2018.
Usam mil desculpas: Lula está "velho, decadente, corrupto, hipócrita, esnobe" etc.
Balelas. A sociedade conservadora quer é ver fora quem dá qualidade de vida para o povo pobre e defende a soberania do Brasil.
Por isso há toda essa pressão contra Lula, e, infelizmente, parece que dará certo.
Já vi um idoso comentando com outro de sua geração que tem certeza que o ex-presidente vá ser preso. Foi num ônibus em Niterói e os dois falavam nisso com muita alegria.
As elites querem botar um candidato "mais arrumadinho" que defenda um programa neoliberal.
Mas esse candidato precisa ter uma agenda positiva. Algo como uma versão menos radical de Michel Temer.
Se for o Luciano Huck, pelo menos haverá um dado interessante.
Quando os sindicatos e entidades estudantis fizerem passeatas, eles aproveitarão os trocadilhos com Caldeirão do Huck e com o bordão "Loucura, loucura, loucura" do apresentador.
Pelo menos os protestos dos trabalhadores e estudantes serão um espetáculo à parte.
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