A plutocracia ganhou uma batalha quando a oitava turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região condenou em segunda instância o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Isso gerou um ânimo nos anti-petistas, que pode propiciar mais dificuldades para Lula reverter sua situação.
Certamente Lula, com seu dedicado advogado Cristiano Zanin Martins, continuará recorrendo até o fim, com coragem e perseverança para vencer todos os obstáculos.
A lei deveria estar a favor eles. Lula foi condenado sem provas, por delações que não foram averiguadas, e cujo motivo já havia perdido a verossimilhança.
Mas o que ocorreu foi o lawfare que revelou o poder descomunal da toga para banir da política lideranças progressistas comprometidas com as classes populares.
A estas, se reserva apenas o paternalismo político dos governos plutocratas.
O governo de Michel Temer foi uma amostra disso e as ditas reformas trabalhista e previdenciária não nos deixam mentir.
Vamos falar de reforma trabalhista porque a previdenciária ainda está pendente.
Ela rompe com muitos compromissos trabalhistas historicamente consolidados.
A reforma trabalhista é uma pegadinha.
No enunciado, vende o trabalho intermitente como se fosse uma rotina informal do Vale do Silício, onde os trabalhadores ganham por tarefa e não possuem horário fixo.
Mas os caras do Vale do Silício ganham bem, enquanto os intermitentes brasileiros ganham uma micharia.
Outro enunciado: a pejotização cria, em tese, o trabalhador-empresa, como se todos os trabalhadores fossem empreendedores.
Só que esse pseudo-empreendedorismo é de fachada: são trabalhadores "sem patrão", "representados" por empresas-fantasmas.
Mais um enunciado: a flexibilização das negociações trabalhistas permite, em tese, a agilidade e igualdade de tratamento entre patrões e empregados.
Grande engano: a farsa privilegia, quase sempre, os interesses dos patrões.
Práticas ilegais passaram a ser adotadas como "normais" pelas "novas" leis trabalhistas.
Uma são as empresas-fantasmas, através da pejotização que cria a figura aberrante do empregado com patrão inexistente, que não lhe permite receber as obrigações trabalhistas necessárias.
Outra é o estelionato, através da multa dada ao trabalhador que perder uma ação trabalhista contra o seu contratador.
A multa é feita para pagar custeios de advogados, mas se trata de estelionato, sim.
Afinal, cobra do trabalhador o pagamento de um valor financeiro que não tem, constituindo numa imposição constrangedora àquele que não pode pagar um valor que lhe é cobrado.
Isso é estelionato.
A reforma trabalhista, nesses termos acima citados, é uma monstruosidade que esconde, a exemplo do teto dos gastos públicos, um grande objetivo.
Esse objetivo é o de fazer com que os ricos fiquem cada vez mais ricos.
Já preveni que o teto dos gastos públicos seria a "nova privataria". A reforma trabalhista, também.
Prestemos atenção nas personalidades que apoiam a reforma trabalhista: a partir do próprio Temer, mais Flávio Rocha (Riachuelo), Luciano Huck, Roberto Jefferson e sua encrencada filha Cristiane Brasil (impedida de assumir o Ministério do Trabalho), Nizan Guanaes etc.
Anotemos todos esses nomes.
Eles aparecerão, dentro de alguns anos, em denúncias de escândalos políticos, como a privataria de Fernando Henrique Cardoso que rendeu vários livros investigativos.
Serão escândalos de superfaturamentos, enriquecimentos ilícitos e outras coisinhas mais.
Tudo por conta da degradação do mercado de trabalho e de outros setores da vida humana no Brasil.
Enquanto serviços e profissões são degradadas, gente enriquece com o dinheiro que não é investido.
Anotemos os nomes de todos eles. Em breve, serão alvos de muitas denúncias. Muitos duvidam que isso aconteça, mas o tempo é implacável.
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