Tornou-se conhecida a projeção psicológica dos lulistas contra Ciro Gomes. Enquanto agrediram o potencial concorrente não-bolsonarista de Lula na campanha de 2022, se diziam ahredidos por ele. Agora a bola da vez é o governador paulista Tarcísio de Freitas, alvo de chacotas dos seguidores de Lula, estes desesperados pela reeleição de seu ídolo.
Ciro e Tarcísio até são criticáveis, como o próprio Lula é. Mas nada justifica esse clima de chacotas e outras ameaças feitas para tirar do caminho os concorrentes que possam barrar a reeleição de Lula. Isso é trapaça e atrapalha o verdadeiro jogo democrático.
Afinal, os petistas não respeitam a concorrência, o que é obrigatório para todo tipo de competição democrática, na qual se deve reconhecer o potencial de vitória de todo concorrente. Falam que Lula é o "mais competitivo", mas não se pode considerá-lo competitivo porque ele renega a concorrência, se achando o único vencedor por antecipação, humilhando e desqualificando qualquer concorrente que impedisse o caminho da reeleição.
Os lulistas estão agindo como os valentões de escola, que fazem valentonismo (bullying) contra quem não se enquadra nos padrões sociais do ambiente escolar. Humilhar os concorrentes é um ato deplorável, por piores que eles sejam, e os lulistas deveriam evitar esse linchamento eleitoral se quiserem ser realmente democráticos.
Isso me fez desistir do meu voto em Lula, que estava quase garantido até 2020, pois após esse período Lula passou a cometer erros bastante vergonhosos, que só a complacência motivada pelo antigo carisma do petista permitiram aceitar.
A arrogância, a prepotência e o triunfalismo fazem com que os petistas desonrassem a democracia que tanto defendem, agindo com autoritarismo e tendo a ilusão de que podem tudo e que só cabe ao destino obedecer suas vontades e desejos.
Eu admirava o PT, sem ser um sectário ou um fã ardoroso, mas hoje me sinto profundamente decepcionado com o partido e com a pessoa de Lula, que não pode ser visto como um fetiche dotado de poderes mágicos capazes de transformar erros em acertos. Não é porque o erro vem de Lula que ele passa a se tornar uma atitude correta.
Triste ver esse cenário em que um grupo de pessoas acha que pode tudo. Triste ver o Brasil caminhando para o abismo, enquanto acredita estar vivendo tempos gloriosos. Pior é que isso se trata de um positivismo tóxico e de um triunfalismo cego, que faz com que os lulistas, narcisistas que são, sempre achem feio o que não é Lula. E isso os faz partirem para a zombaria contra qualquer um que bote a cabeça para fora para ameaçar a reeleição do petista. Lamentável.
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