Transformado em um popstar da política, Lula entra no clima do “já ganhou” e se acha o “menino mimado da História”, como se o Destino fosse seu poço de desejos. Como alguém que nunca comeu doce, Lula se lambuza e vai longe demais em suas ambições políticas, como se ele estivesse acima do Brasil e acima da própria democracia.
Não me agrada essa alegria de Lula hoje porque parece que ele está se divertindo às custas da inocência dos brasileiros. É uma alegria não de alguém que realmente está feliz com alguma conquista merecida, mas um estrelismo, uma mal disfarçada presunção.
Cumprida a sua etapa na gincana pelo “triunfo histórico”, Lula pensa que virar celebridade histórica é igual a uma competição escolar. Enfrentando Donald Trump, Lula se insere nesse reality show político onde o espetáculo é o que mais vale, por mais que decisões aparentemente sérias estejam em jogo.
Para quem usa as redes sociais, “vida real” é apenas uma sequência infinita de reels no Instagram e Tik Tok. O que é o cotidiano, o que são os fatos, para esse pessoal, senão o vazio de ocorrências “sem graça” que escapam das opiniões e fantasias de quem está bem de vida.
Lula soa um “Menino do Reel” a surfar no mundo encantado das mídias digitais, pois tudo o que ele quer é essa blindagem virtual, que compensa as poucas e protocolares ações concretas que ele faz no seu medíocre terceiro mandato.
O triunfalismo, em dimensões tóxicas e surreais, baseadas no clima do “tem que ser o que se quer”, preocupa. O jornalista Ricardo Noblat, sentindo o clima de euforia, “prevê” a reeleição de Lula, transformando o voto democrático num voto decorativo e nada democrático, pois já se cancela, por antecipação, o direito de escolha, pois já tem um candidato previamente determinado.
Isso é lamentável. Anteontem Lula fez da caminhada dos 95 anos do Ministério da Educação em mais um evento de campanha em Brasília. Foi um clima de histeria coletiva de uma vitória feita antes do campeonato, somente por conta de um show de retórica nos EUA. Os juros altos da dívida pública e os preços caros que deixam o povo pobre no convívio interminável com a fome são só detalhes nessa democracia de um homem só em que um governante decide e a população vai brincar, dançar e cantar.
Com essa euforia toda em torno de um candidato previamente dado como vitorioso, então não há necessidade do pessoal acordar cedo no domingo de eleição para votar, já que Lula “já está reeleito”. Deixem os lulistas dormirem mais um pouco e sonharem no seu eterno mundo de contos de fadas.
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