A persistência da gíria “balada”, de longe a pior gíria da História do Brasil, principalmente por se recusar a se limitar no tempo (anos 1990) e espaço (juventude rica da Zona Sul de São Paulo), como deveria ser todo jargão coloquial, mostra o quanto a Faria Lima tenta manipular o comportamento das pessoas, através da mídia patronal associada.
Mais uma vez a gíria “balada” - que é uma droga em todos os sentidos, seja figurado ou literal, neste caso relacionado à “bala”, eufemismo para pílulas alucinógenas - se impõe em uma matéria do G1, portal de notícias das Organizações Globo, que fala de uma tal de “balada matinal”. Sim, agora teremos mais uma descontextualização, “agitos noturnos” no café da manhã?
A indigesta gíria “pingou” em nota reproduzida pelo Diário do Centro do Mundo, veículo da mídia esquerdista que passou a ser um dos novos integrantes da mídia mainstream, ao lado do putrora ultradireitista O Antagonista. De vez em quando o jargão da juventude farialimeira aparece no vocabulário do DCM, contrariando a missão do portal jornalístico de servir de contraponto à mídia hegemônica.
A gíria “balada”, patenteada pela Jovem Pan, é uma mercadoria hoje nas mãos dos publicitários que inserem a palavra em diversas atrações, até no chamado jornalismo “sério”. “Balada” é um produto, associado a um ideal de vida noturna que atende a interesses de lucro dos empresários envolvidos na diversão da noite.
E é por isso que a Faria Lima quer ver o Brasil inteiro, do Oiapoque ao Chuí, falar a gíria "balada" a vida toda, porque o termo garante o lucro exorbitante do empresariado das festas noturnas que, através dessa gíria, vendem um pretenso modelo de vida que lota boates e restaurantes em todo o país.
É constrangedor que a mídia não reconheça a gíria "balada" como um jargão exclusivo dos chamados farialimers - em português mais exato, "farialimeiros" - , escondendo o fato mais verídico, que é o de que o termo se refere ao rodízio de "bala" (as pílulas alucinógenas, como o ecstasy) que animava as noites dos jovens ricos da Zona Sul de São Paulo, nos anos 1990.
E aí “balada”, originalmente ligada as drogas, é empurrada para o vocabulário até de crianças e evangélicos, além de ser descontextualizada, com hipotéticas “baladas” atribuídas ao passado ou ao exterior, o que é uma insensatez. E muitos pais de família, com mais de 45 anos de idade, acabam sendo contaminados por essa gíria, falada praticamente pelo instinto, pelo "piloto automático".
E devemos informar aos bitolados de plantão que nunca existiram as tais “baladas” no passado mais distante, como nos anos 1980 ou no exterior, como no Reino Unido. Não tem "balada" matinal nem "balada" para idosos.
“Balada”, como símbolo de festa noturna, só existiu uma vez e num só lugar, os anos 1990 na Zona Sul de São Paulo. Além desse espaço e tempo, só forçando a barra e apelando para a novilíngua.
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