O negacionista factual dos últimos tempos é uma espécie de Monark (o Bruno Aiub, não a marca de bicicleta) politicamente correto. É um filho do desbunde com o AI-5 e neto, por parte de pai, do IPES-IBAD e, por parte de mãe, da banalização do sucesso da Bossa Nova.
Vemos a luta do negacionista factual para dar complemento aos algoritmos que soam como caubóis digotais a “orientar” que caminho o “gado” da Internet deve seguir. Ou seja, o esforço do negacionista factual é garantir o consenso em torno de um padrão de visão de mundo difundido pela mídia patronal e que atende aos interesses das classes dominantes.
Algoritmos ajudam muito a desviar o grande público de textos que contestam o “estabelecido”, mas não fazem milagres. Em dado momento alguém fura a bolha e o que deveria ser um mero gado digital acaba saindo da rota e desconfiando de informações oficiais e visões dominantes, mesmo aquelas consagradas por muita gente.
O negacionista factual se identifica quando internautas que exercem influência, como donos ou principais colaboradores em comunidades ou fóruns digitais nas redes sociais tentam neutralizar o impacto de comentários mais contestadores e realistas em relação a valores dominamtes e estabelecidos.
A reação pode variar de frases irônicas do tipo “Ih, chegou o chato falando mal daquele assunto que a gente gosta”, ou então é aquele cara que escreve textão ou tenta fazer a chamada “ginástica intelectual”, ou seja, tentar inventar embasamento teórico para ideias sem pé nem cabeça ou valores duvidosos.
O negacionista factual é aquele que tenta negociar a realidade com suas convicções. Tem medo de aceitar aquilo que não lhe agrada e lhe traz insegurança que pode ameaçar sua rotina confortável de privilegiado econômico. Por isso ele se torna um patrulheiro do “sistema”, agindo em defesa não de narrativas fiéis aos fatos, mas aquelas compartilhadas por um considerável número de pessoas e que produzem um sentido verossímil e uma aparente estabilidade social, ou seja, não geram grandes conflitos.
O negacionista factual atualmente luta para evitar a repercussão de textos com pensamento crítico. Ele blinda desde oum simples vício como far cigarros até os erros do governo Lula, passando pela 89 FM e até pelos abusos de uma religião como o Espiritismo brasileiro.
Ele precisa garantir o sono tranquilo da plutocracia. Daí que ele trabalha a herança que recebeu o IPES-IBAD de seu avô paterno e do AI-5 do seu pai para forçar o Brasil a ficar nos mesmos padrões de alienação cultural, anestesia mental e manipulação da realidade. Sua vigilância em manter o chamado bom senso dentro dos padrões dos detentores do poder econômico, com os quais compartilha, precisa constante.
Daí vemos o quanto as redes sociais contam com gente assim, conservadora funcional, que yenta parecer imparcial, racional e objetiva na forma, enquanto, no conteúdo, é o contrário. Pessoas assim tentam subtrair o debate público conduzindo o consenso público para os interesses privados das classes dominantes. O negacionista factual é o cão de guarda da elite do bom atraso.
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