Pela primeira vez, Michel Temer admitiu que não pode governar para si mesmo.
Até pouco tempo atrás, Temer governava para si e seus pares. Impunha medidas e subornava quem ele pudesse para obter o apoio necessário para a realização das mesmas.
Pagava a grande mídia para argumentar à população como as medidas nefastas do seu governo eram "benéficas" ao povo brasileiro.
Foi assim que ele empurrou goela abaixo a reforma trabalhista e o congelamento dos gastos públicos.
Quando foi empurrar a reforma previdenciária, já tinha uma margem de oposição que complicava a realização de seus projetos elitistas.
Agora, quando há uma greve dos caminhoneiros por uma série de motivos, Temer aprendeu a ceder.
Ele tenta agora atender às reivindicações, tentou reduzir o preço do diesel, prometeu resolver o problema dos reajustes dos combustíveis, que eram diários, e atender algumas reivindicações dos caminhoneiros, sejam eles patronais ou autônomos.
Mas Temer tem limites para suas concessões. Ele pensa em repassar os descontos para outros impostos, prejudicando a população em outros aspectos.
Pela primeira vez, ele fez um pronunciamento na TV e a população reagiu com panelaços e vuvuzelas de maneira relativamente expressiva.
Já existem também tentativas de suprir as cidades com combustível.
Mesmo assim, há um anúncio de que muitas cidades irão paralizar na terça-feira, ficando sem ônibus e com estabelecimentos fechados.
Será um quase feriado com efeitos análogos aos de uma greve geral.
Independente de haver locaute ou não, a greve dos caminhoneiros mostra a agonia do governo Temer.
Apesar de alguns desses dados, as informações sobre a greve dos combustíveis estão desencontradas.
Não se pode dizer que ela acabou ou se enfraqueceu ou se fortaleceu.
Está tudo muito confuso. O Brasil nunca sucumbiu a uma situação tão frágil, pelo menos nos últimos 30 anos. Nem a hiperinflação do governo Sarney chegou a tanto.
E isso quando a grande mídia tenta dizer que a situação está sob controle e, depois, é obrigada a desmentir.
A sociedade brasileira vive uma situação de muita confusão e muita apreensão e insegurança.
Mas essa situação mostra também um risco: o cancelamento das eleições ou a ascensão do fascismo no Brasil.
A catarse de uma parcela da juventude e até de adultos brasileiros apela pela intervenção militar e manifesta preferência por Jair Bolsonaro governando o país.
Infelizmente, o sobrenome Bolsonaro faz os corações desses retrógrados bater forte. Eles ameaçam transformar as urnas do país num balde de vômito com a sua diarreia eleitoral.
Espera-se que isso não aconteça. Até porque Bolsonaro, que afirmou apoiar a reforma trabalhista, com certeza não vai remunerar sequer seus apoiadores.
Se seus apoiadores acham que vão ficar milionários com Bolsonaro no poder, desistam. E será inútil pedir a recompensa desejada. Na lógica de Bolsonaro, pedir recompensa é coisa de "vagabundo comunista".
Aí nada será mais doloroso para um bolsonarista do que ser xingado de "petista" pelo seu ídolo maior.
Vamos ver como será essa situação e se haverá condições de barrar o fascismo no Brasil.
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