Uma ocorrência comprova o que se alerta sobre o risco de paqueras pouco confiáveis na vida noturna, entretenimento movido ao consumo livre de álcool e drogas.
Há um mito de que, nos bares e boates, todo mundo é confiável, uma falsa impressão que se dá no calor da ocasião, quando até os mais traiçoeiros parecem simpáticos e bastante alegres.
Evidentemente, não é assim. É como no ditado "na noite, todos os gatos são pardos". Não há como ver um potencial inimigo naquele que se dirige com uma palavra simpática, um sorriso e um agradável senso de humor.
Pois em Niterói houve um caso de uma jovem que foi estuprada por um homem que ela acabou de conhecer.
Foi na noite do último dia 26 de abril, na altura da antiga Estação Cantareira, em Gragoatá, junto ao círculo de bares da Praça Leoni Ramos.
Uma jovem de 22 anos conheceu dois rapazes, que a convidaram para beber num bar da referida praça. Aparentemente conversavam de forma descontraída e animada.
Ela afirmou, no entanto, que sua orientação sexual era lésbica e que ela estava esperando outra mulher, pela qual ela sentia um interesse amoroso.
A moça pediu licença aos rapazes e, saindo do grupo, foi conversar com a outra mulher.
Aí a moça de 22 anos foi embora e, por volta das 22 horas, seguiu pela Praça Juscelino Kubitschek, no Centro, onde iria pegar um ônibus, mas o carro onde estava um dos rapazes parou e ele se dirigiu à moça de forma agressiva.
Ele a forçou a ir até a prainha que fica ao lado da Estação das Barcas, onde ela seria estuprada. Ela gritou por socorro, mas o rapaz a forçou a ir com ele, agredindo a jovem com tapas e socos.
A moça foi estuprada, o rapaz fugiu e um amigo a socorreu, levando-a para a Unidade de Emergência Mario Monteiro, em Piratininga, bairro da Região Oceânica de Niterói.
Além de ser examinada, ela tomou medicamentos preventivos contra doenças sexualmente transmissíveis.
Depois, a jovem prestou depoimento na 81ª Delegacia de Polícia, em Itaipu, registrando boletim de ocorrência, e o caso foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), no Centro da cidade.
O caso mostra o quanto a chamada "vida noturna" vive um inferno astral em Niterói, não bastassem os assaltos que ocorreram nos entornos de Icaraí e Jardim Icaraí.
E mostram também o quanto a ilusão, transmitida pela mídia hegemônica, de que bares e boates são ambientes ideais para a vida amorosa, não passa de propaganda enganosa para alimentar os lucros desses estabelecimentos.
Observa-se que grande parte dos feminicídios ocorre porque o "príncipe encantado" conhece a vítima nas animadas noites nos bares e boates.
Daí a ilusão de que pessoas estranhas, quando ingressam na "vida noturna", são bastante confiáveis.
Toda a aura de alegria, diversão e liberdade que dura essas horas de bebedeira e diversão se desfaz com a rotina, quando as verdadeiras pessoas se revelam na sobriedade do momento.
Ou, no caso da jovem de Niterói, num simples afastamento do ambiente de curtição e bebedeira.
Não seria hora de criar um "Chega de Fiu-Fiu" das noitadas?
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