JOSÉ DIRCEU - PERSONAGEM COMUM NA DITADURA MILITAR E NO REGIME DE EXCEÇÃO ATUAL.
O golpe político, infelizmente, anda firme e, agora, resta às forças progressistas torcerem para que o golpismo não se radicalize.
Diante da desunião das esquerdas e da indecisão da centro-direita em criar um candidato neoliberal mais forte, há a ameaça da diarreia eleitoral em prol de Jair Bolsonaro.
Passado mais de um mês da prisão, o ex-presidente Lula, através de liminar dada pelo juiz Haroldo Nader, da 6ª Vara Criminal de Campinas, teve perdidos os benefícios dele na condição de ex-presidente.
Com essa decisão, passível de recurso, Lula deixa de ter direito a oito servidores pagos com orçamento da Presidência da República de forma vitalícia.
São quatro servidores para segurança e apoio pessoal, dois para assessoramento e dois motoristas para os carros oficiais.
Lula também está sendo alvo de inquéritos sobre outras acusações, e o foco principal agora é o suposto envolvimento do ex-presidente no caso do sítio de Atibaia.
Já se fala, nos bastidores do Partido dos Trabalhadores, que Lula não terá condições de se tornar candidato à Presidência da República.
A questão ainda é polêmica, mas já se ventila a possibilidade de muitos apoiadores de Lula fecharem com Ciro Gomes, apesar de sua postura ambígua em relação ao petista.
Em todo caso, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, mantém-se firme na opção de Lula como candidato ao Executivo federal.
Não sem razão, em parte. Afinal, Lula foi condenado sem provas e a defesa do ex-presidente procura se esforçar para reverter todas as sentenças condenatórias e abrir o caminho para a candidatura.
A lei garante isso, mas, infelizmente, a Justiça tendenciosa fará tudo para banir o ex-presidente do almejado caminho.
A própria Gleisi também é alvo de suposta acusação, a de ter recebido R$ 885 mil de propina, segundo alega a Polícia Federal com base em inquérito no Supremo Tribunal Federal.
Os pagamentos teriam sido feitos, segundo a PF, pela empresa Consist, gestora de empréstimos consignados, contratada pelo Ministério do Planejamento entre 2005 e 2011, quando seu titular foi o marido de Gleisi, Paulo Bernardo.
A PF também diz que o suposto esquema, que inspirou a etapa da Operação Lava Jato chamada Operação Custo Brasil, teria indícios de que o casal e pessoas relacionadas teriam recebido cerca de R$ 7 milhões de reais.
O valor seria originário do "fundo Consist" pagos no escritório de Guilherme Gonçalves, então advogado do casal.
Já outra figura histórica do PT, o ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, voltou ontem mais uma vez à prisão.
Dirceu se apresentou em Brasília e foi levado ao Complexo Penitenciário da Papuda.
A juíza Gabriela Hardt, substituta de Sérgio Moro na 13ª Vara Criminal em Curitiba e que decidiu pelo retorno de Dirceu à prisão, autorizou a ida dele para o Complexo Médico Penal na Grande Curitiba, onde estão vários presos da Operação Lava Jato.
A data da transferência, até o fechamento deste texto, não foi determinada.
Dirceu já foi preso sob acusação de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação a organização criminosa por suposta participação de esquema de corrupção da Petrobras.
Segundo a Justiça, o suposto esquema pode ter levantado um valor de até R$ 46 milhões.
Dirceu é o mesmo que, em 1968, participou de um congresso clandestino da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Ibiúna, no interior de São Paulo.
Era o XXX Congresso da UNE, entidade declarada oficialmente extinta pela ditadura militar, em 1965.
José Dirceu era um dos principais líderes estudantis da época - ironicamente, cinco anos após a entidade ser presidida pelo hoje tucano José Serra, envolvido em corrupção mas nunca condenado - e foi também um dos que foram torturados durante a prisão.
Dirceu foi solto e liberado para o exílio depois que houve o sequestro do embaixador dos EUA no Brasil, Charles Elbrick, em 1969, do qual um dos mentores foi o jornalista Fernando Gabeira, que desde 2005 abandonou o esquerdismo.
Gabeira abandonou o progressismo de tal forma que, recentemente, apareceu até ao lado dos membros do Movimento Brasil Livre (aka Movimento Me Livre do Brasil).
Fico imaginando se, caso o Brasil fosse hoje um país mais justo, a gente celebrasse os cinquenta anos de 1968 com alguns remanescentes daquele evento.
Estão vivos Vladimir Palmeira, José Dirceu, Franklin Martins e Jean Marc van der Weld. Luís Travassos morreu em 1982, num acidente de carro.
Os quatro contariam muitas histórias relembrando aquele ano difícil e dando seu testemunho vivo às novas gerações.
Infelizmente, isso não é possível e, atualmente, se vive um regime de exceção.
Recentemente, Pedro Bial também fez um comentário infeliz sobre a Guerrilha do Araguaia, de 1972, cujo um dos remanescentes, José Genoíno, foi parceiro de Dirceu no PT e também foi desmoralizado por acusações de suposta corrupção.
Bial, autor de uma animada biografia de Roberto Marinho membro-fundador do Instituto Millenium, órgão think tank do golpe político de 2016, disse que a guerrilha "fingiu que aconteceu".
Foi uma declaração muito infeliz, em se tratando de um destacado astro da Rede Globo e membro da intelectualidade orgânica que pensou a forma de derrubar governos progressistas.
Mas ela faz parte de um gigantesco cardápio de lamentáveis episódios desse Brasil golpista dos últimos anos.
Um cardápio que pode pegar fogo com a diarreia e as crises de vômito eleitorais que uma considerável parcela de cariocas, que indiretamente desejaram o golpe que aí está e inauguraram a Golpemania, está preparando para as urnas em prol da famiglia Bolsonaro.
Espera-se que isso não aconteça, porque já temos coisas ruins demais para suportar. Que os cariocas pelo menos vomitem e defequem em casa, e não nas urnas eleitorais.
O golpe político, infelizmente, anda firme e, agora, resta às forças progressistas torcerem para que o golpismo não se radicalize.
Diante da desunião das esquerdas e da indecisão da centro-direita em criar um candidato neoliberal mais forte, há a ameaça da diarreia eleitoral em prol de Jair Bolsonaro.
Passado mais de um mês da prisão, o ex-presidente Lula, através de liminar dada pelo juiz Haroldo Nader, da 6ª Vara Criminal de Campinas, teve perdidos os benefícios dele na condição de ex-presidente.
Com essa decisão, passível de recurso, Lula deixa de ter direito a oito servidores pagos com orçamento da Presidência da República de forma vitalícia.
São quatro servidores para segurança e apoio pessoal, dois para assessoramento e dois motoristas para os carros oficiais.
Lula também está sendo alvo de inquéritos sobre outras acusações, e o foco principal agora é o suposto envolvimento do ex-presidente no caso do sítio de Atibaia.
Já se fala, nos bastidores do Partido dos Trabalhadores, que Lula não terá condições de se tornar candidato à Presidência da República.
A questão ainda é polêmica, mas já se ventila a possibilidade de muitos apoiadores de Lula fecharem com Ciro Gomes, apesar de sua postura ambígua em relação ao petista.
Em todo caso, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, mantém-se firme na opção de Lula como candidato ao Executivo federal.
Não sem razão, em parte. Afinal, Lula foi condenado sem provas e a defesa do ex-presidente procura se esforçar para reverter todas as sentenças condenatórias e abrir o caminho para a candidatura.
A lei garante isso, mas, infelizmente, a Justiça tendenciosa fará tudo para banir o ex-presidente do almejado caminho.
A própria Gleisi também é alvo de suposta acusação, a de ter recebido R$ 885 mil de propina, segundo alega a Polícia Federal com base em inquérito no Supremo Tribunal Federal.
Os pagamentos teriam sido feitos, segundo a PF, pela empresa Consist, gestora de empréstimos consignados, contratada pelo Ministério do Planejamento entre 2005 e 2011, quando seu titular foi o marido de Gleisi, Paulo Bernardo.
A PF também diz que o suposto esquema, que inspirou a etapa da Operação Lava Jato chamada Operação Custo Brasil, teria indícios de que o casal e pessoas relacionadas teriam recebido cerca de R$ 7 milhões de reais.
O valor seria originário do "fundo Consist" pagos no escritório de Guilherme Gonçalves, então advogado do casal.
Já outra figura histórica do PT, o ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, voltou ontem mais uma vez à prisão.
Dirceu se apresentou em Brasília e foi levado ao Complexo Penitenciário da Papuda.
A juíza Gabriela Hardt, substituta de Sérgio Moro na 13ª Vara Criminal em Curitiba e que decidiu pelo retorno de Dirceu à prisão, autorizou a ida dele para o Complexo Médico Penal na Grande Curitiba, onde estão vários presos da Operação Lava Jato.
A data da transferência, até o fechamento deste texto, não foi determinada.
Dirceu já foi preso sob acusação de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação a organização criminosa por suposta participação de esquema de corrupção da Petrobras.
Segundo a Justiça, o suposto esquema pode ter levantado um valor de até R$ 46 milhões.
Dirceu é o mesmo que, em 1968, participou de um congresso clandestino da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Ibiúna, no interior de São Paulo.
Era o XXX Congresso da UNE, entidade declarada oficialmente extinta pela ditadura militar, em 1965.
José Dirceu era um dos principais líderes estudantis da época - ironicamente, cinco anos após a entidade ser presidida pelo hoje tucano José Serra, envolvido em corrupção mas nunca condenado - e foi também um dos que foram torturados durante a prisão.
Dirceu foi solto e liberado para o exílio depois que houve o sequestro do embaixador dos EUA no Brasil, Charles Elbrick, em 1969, do qual um dos mentores foi o jornalista Fernando Gabeira, que desde 2005 abandonou o esquerdismo.
Gabeira abandonou o progressismo de tal forma que, recentemente, apareceu até ao lado dos membros do Movimento Brasil Livre (aka Movimento Me Livre do Brasil).
Fico imaginando se, caso o Brasil fosse hoje um país mais justo, a gente celebrasse os cinquenta anos de 1968 com alguns remanescentes daquele evento.
Estão vivos Vladimir Palmeira, José Dirceu, Franklin Martins e Jean Marc van der Weld. Luís Travassos morreu em 1982, num acidente de carro.
Os quatro contariam muitas histórias relembrando aquele ano difícil e dando seu testemunho vivo às novas gerações.
Infelizmente, isso não é possível e, atualmente, se vive um regime de exceção.
Recentemente, Pedro Bial também fez um comentário infeliz sobre a Guerrilha do Araguaia, de 1972, cujo um dos remanescentes, José Genoíno, foi parceiro de Dirceu no PT e também foi desmoralizado por acusações de suposta corrupção.
Bial, autor de uma animada biografia de Roberto Marinho membro-fundador do Instituto Millenium, órgão think tank do golpe político de 2016, disse que a guerrilha "fingiu que aconteceu".
Foi uma declaração muito infeliz, em se tratando de um destacado astro da Rede Globo e membro da intelectualidade orgânica que pensou a forma de derrubar governos progressistas.
Mas ela faz parte de um gigantesco cardápio de lamentáveis episódios desse Brasil golpista dos últimos anos.
Um cardápio que pode pegar fogo com a diarreia e as crises de vômito eleitorais que uma considerável parcela de cariocas, que indiretamente desejaram o golpe que aí está e inauguraram a Golpemania, está preparando para as urnas em prol da famiglia Bolsonaro.
Espera-se que isso não aconteça, porque já temos coisas ruins demais para suportar. Que os cariocas pelo menos vomitem e defequem em casa, e não nas urnas eleitorais.
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