Pular para o conteúdo principal

O FALSO FEMINISMO DAS SILICONADAS E SEUS HOMENS

CACAU OLIVER, CAL ADAN E TUTINHA.

Acabou a brincadeira do "feminismo" que envolveu boa parte das mulheres-objetos do Brasil.

O suposto "feminismo popular" que falava em "liberdade do corpo", "direito à sensualidade" etc.

Foi uma grande pegadinha que pegou setores das esquerdas desprevenidos, inclusive muitas mulheres consideradas feministas.

Durante anos, era difícil esclarecer o machismo que está por trás desse espetáculo de silicones exagerados, piercing no umbigo e, às vezes, tatuagens enormes.

Qualquer crítica feita a essas "musas populares demais" e seu suposto empoderamento era vista como "misoginia", "machismo" e outras acusações, ironicamente partidas até de mulheres de esquerda.

Essa brincadeira toda acabou quando o mercadão das siliconadas, que ia das "musas" da Banheira do Gugu ao Pânico na TV, passando por dançarinas do Tchan, funqueiras, "proibidas" e "liberadas" em geral, passou a mostrar suas contradições.

Denúncias de exploração sexual e maus tratos, prostituição e irregularidades trabalhistas surgiram dos bastidores, mostrando o lado sombrio da "alegre festa" da "liberdade do corpo".

Embora esse suposto feminismo de glúteos parecesse verossímil para setores festivos das esquerdas, ele também revelou seu reacionarismo ideológico.

Primeiro, devido aos seus empresários ou divulgadores, homens que mostram que a suposta independência das siliconadas, entregues a um celibato contratual, era conversa para boys dormirem.

Os empresários mais destacados do "ramo" são Cacau Oliver, Cal Adan e Tutinha, sim, ele mesmo, o da Jovem Pan.

Cacau Oliver está lançando um livro que fala sobre como inventou algumas "musas", como Ju Isen, Jéssica Lopes (a "Peladona de Congonhas") e Andressa Urach, hoje evangélica e o extremo oposto do que havia sido no auge da carreira. Oliver também organiza a edição de despedida do Miss Bumbum.

Cal Adan é famoso por empresariar o É O Tchan, cuja trajetória é bem conhecida.

Tutinha é dono da Jovem Pan e da marca Pânico, o que significa que ele empresariou as musas do humorístico televisivo, chamadas paniquetes.

Direta ou indiretamente, outros representantes da mídia hegemônica lançaram suas musas, como Gugu Liberato, Luciano Huck e Alexandre Frota.

Duas siliconadas, Ju Isen e Renata Frisson, a Mulher Melão, manifestaram apoio à Operação Lava Jato. Solange Gomes chegou a ter um breve romance com Alexandre Frota.

A Mulher Melão empastelou um toplesszaço que originalmente nada tinha de erótico, manifestando até contra o câncer de mama.

Sobre as siliconadas em geral, que radicalizaram as dançarinas do Tchan e as musas de biquíni de comerciais de cerveja, as "turbinadas" tentaram ridicularizar o feminismo durante os governos PT.

Havia interesses estratégicos em jogo, e muitos empresários de siliconadas se escondiam sob o suposto empoderamento de suas subordinadas.

Em muitos casos, o interesse era vender revistas e páginas da Internet e aquecer o faturamento pelo Instagram através do maior número de visualizações.

Mas havia também o interesse sutil e higienista de estimular que moças pobres ficassem solteiras, diante das exóticas "siliconadas" e seu "mundo alegre" de "liberdade" e "empoderamento".

Há um esforço hercúleo da mídia venal em promover um estereótipo cafona e supostamente hedonista da mulher solteira.

A "solteira ideal" acaba sendo aquela que "só pensa em sensualizar, moldar o corpo e curtir noitadas".

Isso é diferente do mundo desenvolvido, que não trabalha essa imagem falsamente livre e opressivamente "lúdica" da solteira, preferindo uma dose equilibrada de sobriedade e sensualidade.

No Brasil a visão um tanto pejorativa da mulher solteira, apoiada até em portais noticiosos de baixa expressão e alguns até de fake news, tem dois objetivos.

Um, no caso da curtição, é alimentar os lucros dos donos de boates e restaurantes, que enriquecem muito com o mercadão das noitadas.

Outro, no caso das siliconadas, o objetivo é desestimular que moças pobres formem família e se tornem mães, atendendo duplamente aos interesses elitistas e eugenistas.

Primeiro, porque a "solteirice compulsória" desestimularia a geração de novos filhos, evitando assim o crescimento populacional nas classes populares e nos povos de etnia negra, índia ou mestiça.

Segundo, porque ela iria também desestimular a solidariedade conjugal, que serve de ponto de partida para a solidariedade popular que impulsionaria rebeliões a comprometer a supremacia das elites.

Durante os governos do PT, as siliconadas transmitiam, sob o verniz do "feminismo popular", valores machistas da mulher-objeto supostamente desvinculadas do controle masculino.

Era uma ideia errada de "emancipação feminina" difundida ao povo pobre, e um contraponto extremo ao que se vê nas elites, da "mulher independente que depende do marido", que o "sistema" trabalhava para estimular a reprodutividade e a união familiar e social das elites abastadas e brancas.

Era um grande jogo para fortalecer ricos e brancos e enfraquecer pobres e negros, índios ou mestiços.

Passada a Era PT, as siliconadas começam a se "aposentar". Várias estão retirando os silicones.

As mulheres-frutas passaram a usar nomes normais e deixar o sensualismo exagerado. Algumas dessas musas já estão investindo na vida conjugal.

Com a esperança da retomada conservadora se consolidar nas urnas, o "feminismo de glúteos" perde o seu sentido de ser.

As elites usarão outras estratégias para enfraquecer as classes populares, embora sob a atuação "suave" de um líder neoliberal com uma suposta inclinação social.

E aí vemos os empresários das siliconadas aparecendo e um deles lançando livro.

A brincadeira de falso feminismo acabou e a hora é desmontar o espetáculo gradualmente, com o país voltando à "normalidade plutocrática".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INFANTILIZAÇÃO E ADULTIZAÇÃO

A sociedade brasileira vive uma situação estranha, sob todos os aspectos. Temos uma elite infantilizada, com pessoas de 18 a 25 anos mostrando um forte semblante infantil, diferente do que eu via há cerca de 45 anos, quando via pessoas de 22 anos que me pareciam “plenamente adultas”. É um cenário em que a infantilizada sociedade woke brasileira, que chega a definir os inócuos e tolos sucessos “Ilariê” e “Xibom Bom Bom” cono canções de protesto e define como “Bob Dylan da Central” o Odair José, na verdade o “Pat Boone dos Jardins”, apostar num idoso doente de 80 anos para conduzir o futuro do Brasil. A denúncia recente do influenciador e humorista Felca sobre a adultização de menores do ídolo do brega-funk Hytalo Santos, que foi preso enquanto planejava fugir do Brasil, é apenas uma pequena parte de um contexto muito complexo de um colapso etário muito grande. Isso inclui até mesmo uma geração de empresários e profissionais liberais que, cerca de duas décadas atrás, viraram os queridões...

LUÍS INÁCIO SUPERSTAR

Não podemos estragar a brincadeira. Imagine, nós, submetidos aos fatos concretos e respirando o ar nem sempre agradável da realidade, termos que desmascarar o mundo de faz-de-conta do lulismo. A burguesia ilustrada fingindo ser pobre e Lula pelego fingindo governar pelos miseráveis. Nas redes sociais, o que vale é a fantasia, o mundo paralelo, o reino encantado do agradável, que ganha status de “verdade” se obtém lacração na Internet e reconhecimento pela mídia patronal. Lula tornou-se o queridinho das esquerdas festivas, atualmente denominadas woke , e de uma burguesia flexível em busca de tudo que lhe pareça “legal”, daí o rótulo “tudo de bom”. Mas o petista é visto com desconfiança pelas classes populares que, descontando os “pobres de novela”, não se sentem beneficiadas por um governo que dá pouco aos pobres, sem tirar muito dos ricos. A aparente “alta popularidade” de Lula só empolga a “boa” sociedade que domina as narrativas nas redes sociais. Lula só garante apoio a quem já está...

BRASIL QUER SER POTÊNCIA COM VIRALATISMO

A "CONQUISTA DO MUNDO" DO BRASIL COMO "POTÊNCIA" É APENAS EXPRESSÃO DE UMA ELITE QUE SE SENTE NO AUGE DO PODER, A BURGUESIA ILUSTRADA. A vitória de uma equipe de ginástica rítmica que se apresentou ao som da tenebrosa canção "Evidências", composição do bolsonarista José Augusto consagrada pela dupla canastrona Chitãozinho & Xororó, mostra o espírito do tempo de um Brasil que, um século depois, vive à sua maneira os "anos loucos" ( roaring twenties ) vividos pelos EUA nos anos 1920. É o contexto em que as redes sociais espalham o rumor de que o Brasil já se tornou "potência mundial" e se "encontra agora entre os países desenvolvidos", sinalizando a suposta decadência do império dos EUA. Essa narrativa, própria de um conto de fadas, já está iludindo muita gente boa e se compara ao mito da "nova classe média" do governo Dilma Rousseff. A histeria coletiva em torno do presidente Lula, que superestima o episódio do ta...

TEM BRASILEIRO INVESTINDO NO MITO MICHAEL JACKSON

Já prevenimos que o cantor Michael Jackson, que teria feito 67 anos ontem, virou um estranho fenômeno "em alta" no Brasil, como se tivesse sido "ressuscitado" em solo brasileiro. Na verdade, o finado ídolo pop virou um hype  tão sem imaginação que a lembrança do astro se dá somente a sucessos requentados, como "Beat It", "Billie Jean" e "Thriller". Na verdade, essa reabilitação do Rei do Pop, válida somente em território brasileiro, onde o cantor é supervalorizado ao extremo, a ponto de inventar qualidades puramente fake  - como alegar que ele foi roqueiro, pesquisador cultural, ateu, ativista político etc - , é uma armação bem articulada tramada pela Faria Lima, sempre empenhada em ditar os valores culturais que temos que assimilar. De repente Michael Jackson começou a "aparecer" em tudo, não como um fantasma assombrando os cidadãos, mas como um personagem enfiado tendenciosamente em qualquer contexto, como numa estratégia de...

A MIRAGEM DO PROTAGONISMO MUNDIAL BRASILEIRO

A BURGUESIA ILUSTRADA BRASILEIRA ACHA QUE JÁ CONQUISTOU O MUNDO. Podem anotar. Isso parece bastante impossível de ocorrer, mas toda a chance do Brasil virar protagonista mundial, e hoje o país tenta essa façanha testando a coadjuvância no antagonismo político a Donald Trump, será uma grande miragem. Sei que muita gente achará este aviso um “terrível absurdo”, me acusando de fazer fake news ou “ter falta de amor a Deus”, mas eu penso nos fatos. Não faço jornalismo Cinderela, não estou aqui para escrever coisas agradáveis. Jornalismo não é a arte de noticiar o desejado, mas o que está acontecendo. O Brasil não tem condições de virar um país desenvolvido. Conforme foi lembrado aqui, o nosso país passou por retrocessos socioculturais extremos durante seis décadas. Não serão os milagres dos investimentos, a prosperidade e a sustentabilidade na Economia que irão trazer uma cultura melhor e, num estalo, fazer nosso país ter padrões mais elevados do que os países escandinavos, por exemplo....

MICHAEL JACKSON: O “NOVO ÍDOLO” DA FARIA LIMA?

MICHAEL JACKSON EM SUA DERRADEIRA APARIÇÃO, EM 24 DE JUNHO DE 2009. O viralatismo cultural enrustido, aquele que ultrapassa os limites do noticiário político que carateriza o “jornalismo da OTAN” - corrente de compreensão político-cultural, fundamentada num “culturalismo sem cultura”, que contamina as esquerdas médias abduzidas pela mídia patronal - , tem desses milagres.  O que a Faria Lima planeja em seus escritórios em Pinheiros e Itaim Bibi (nada contra esses bairros, eu particularmente gosto deles em si, só não curto as ricas elites da grana farta) acaba, com uma logística publicitária engenhosa, fazendo valer não só nas areias do Recreio dos Bandeirantes, mas também nos redutos descolados de Recife, Fortaleza e até Macapá. Vide, por exemplo, a gíria “balada”, jargão de jovens ricos da Faria Lima para uma rodada de drogas alucinógenas. Pois a “novidade” trazida pelos farialimeiros que moldam o comportamento da sociedade brasileira através da burguesia ilustrada, é a “ressurrei...

MÚSICA BREGA-POPULARESCA É UM PRODUTO, UMA MERA MERCADORIA

PROPAGANDA ENGANOSA - EVENTO NO TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO EXPLORA A FALSA SOFISTICAÇÃO DO CONSTRANGEDOR SUCESSO "EVIDÊNCIAS", COM CHITÃOZINHO & XORORÓ. O Brasil tem o cacoete de gourmetizar modismos e tendências comerciais, como se fossem a oitava maravilha do mundo. Só mesmo em nosso país os produtores e empresários do entretenimento, quando conseguem entender a gramática de um fenômeno pop dos EUA e o reproduzem aqui - como, por exemplo, o Rouge como imitação das Spice Girls e o Maurício Manieri como um arremedo fraco de Rick Astley - , posam de “descobridores da roda”, num narcisismo risível mas preocupantemente arrogante. Daí que há um estigma de que nosso Brasil a música comercial se acha no luxo de se passar por “anti-comercial” usando como desculpa a memória afetiva do público. Mas não vamos nos iludir com essa mentira muito bem construída e muito bem apoiada nas redes sociais. Você ouve, por exemplo, o “pagode romântico”, e acha tudo lindo e amigável. Ouv...

BEATITUDE VERGONHOSA… E ENVERGONHADA

A idolatria aos chamados “médiuns espíritas” - espécie de “sacerdotes” desse Catolicismo medieval redivivo que no Brasil tem o nome de Espiritismo - é um processo muito estranho. Uma beatitude rápida, de uns poucos minutos ou, se depender do caso, apenas um ou dois dias, manifesta nas redes sociais ou pelo impulso a algum evento da mídia empresarial, principalmente Globo e Folha, mas também refletindo em outros veículos amigos como Estadão, SBT, Band e Abril. Parece novela ruim esse culto à personalidade que blinda esses charlatães da fé dita “raciocinada” - uma ideia sem pé nem cabeça que pressupõe que dogmas religiosos teriam sido “avaliados, testados e aprovados” pela Ciência, por mais patéticos e sem lógica que esses dogmas sejam - , tamanho é o nível de fantasias e ilusões que cercam esses farsantes que exploram o sofrimento humano.  Os “médiuns” foram e são mil vezes mais traiçoeiros que os “bispos” neopentecostais, mas são absolvidos porque conseguem enganar todo mundo com u...

LULA VIROU O CANDIDATO DA ELITE “LEGAL” QUE CONTROLA AS REDES

JOVENS DESPERDIÇANDO SEU DIREITO DE ESCOLHA APOSTANDO NA "DEMOCRACIA DE UM HOMEM SÓ" DE LULA. Um levantamento do Índice Datrix dos Presidenciáveis divulgou dados de agosto último, apontando a liderança do presidente Lula no engajamento das redes sociais. Lula teve um aumento de 55% em relação a julho e ocupa o primeiro lugar, com 24,39 pontos. Já Michelle Bolsonaro, um dos nomes da direita brasileira, cai 53%< estando com 18,80 pontos. Ciro Gomes foi um dos que mais cresceram, indo do sexto para o segundo lugar (verificar os pontos). Lula tornou-se o candidato predileto da “nação Instagram/Tik Tok”. Virou o político preferido da elite “legal” que domina as narrativas nas redes sociais. E isso acontece num contexto bastante complicado em que uma parcela abastada da sociedade aposta em Lula como fiador de um desejo insano de dominar o mundo. Vemos começar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de envolvimento em um plano de golpe junto a outros militares. E te...

SOBRE A POLARIZAÇÃO ENTRE LULISTAS E BOLSONARISTAS

Sobre a polarização, tema a ser relembrado nas manifestações de hoje, Dia da Independência do Brasil, devemos refletir a respeito do lulismo. Os lulistas não admitem a hipótese de que Lula é o responsável pelo bolsonarismo. Em verdade, Lula não é mesmo, pelo menos por parte de seus propósitos, mas a atuação dele no poder, até em função da polarização que ele representa, acaba provocando a reação dos opositores mais radicais. Ou seja, Lula, estando no poder, sem querer acaba estimulando a reação bolsonarista. Lula não é extremista e seu esquerdismo, observando bem, é muito fraco e tão brando que não assusta a Faria Lima e nem representa rupturas com a ordem social vigente há pelo menos 50 anos. Mas, simbolicamente, Lula é um dos extremos na disputa por hegemonia no imaginário coletivo brasileiro, não podendo o presidente combater a polarização apostando num “Brasil de todos”, afinal ele é um dos polos dessa disputa, não uma força a existir fora da polarização. Isso é tão certo que, em t...