
Oficialmente, as narrativas que prevalecem na mídia empresarial, na mídia esquerdista e nas redes sociais apontam que Lula permanece como o político progressista raiz e estreitamente vinculado às classes populares de maneira inabalável. Mas essas são narrativas compartilhadas por muitos e difundidas por pessoas de prestígio, o que não significa que sejam fatos verídicos.
Na verdade, essas narrativas mostram apenas a sombra do que Lula foi um dia. Lula tenta ultimamente salvar o seu mito depois que, como um pelego, se esbaldou na festa da “democracia” burguesa. No entanto, o que o povo pobre da vida real não suporta é ver um governante primeiro festejando para depois trabalhar.
Lula parece um soldadinho de chumbo do qual precisa dar corda para andar. O presidente só age quando pressionado, no caso pela queda de popularidade. Se ninguém pressiona, Lula se acomoda e é carregado pelo vendaval do neoliberalismo.
É constrangedor ver lideranças do PT suplicarem ao povo para que se mobilize pelas ruas, mas uma vez servidores foram protestar diante de Lula e ele ironizou, aludindo ao fiasco do Primeiro de Maio. “Que bom que vocês estão aqui”, disse Lula, alegando que esse protesto é uma amostra da “liberdade democrática”, já que, pelo jeito, Lula obteve o copraite da palavra “democracia”.
Só que “democracia”, em verdade, é o eufemismo para Lula fazer concessões à direita moderada, como sabemos neste blogue. E Lula, como um pelego, está mais próximo da burguesia, mas luta para se desvincular dessa imagem. Numa palestra sobre Educação, Lula falou que as elites “deveriam ter vergonha” do que fazem com o Brasil.
Só que as coisas mudam e o que vemos é Lula está mais ligado à burguesia do que ao povo pobre. O “Lula trabalhador dos pobres” mais parece um personagem do que uma pessoa real, e o povo pobre da vida real se sente distante de Lula, não pelas relações formais de um presidente e seu povo, mas por ele não dar mais ao.povo a atenção que ele dava até 2018.
A burguesia ilustrada é que, nas redes sociais, faz sua encenação diária se passando por “gente simples” falando português errado e tudo. Essa elite tenta ser mais povo do que o povo e põe nas costas de seus antepassados a culpa até dos abusos recentes dos elitistas enrustidos de hoje.
Tudo é um jogo de faz-de-conta. Lula finge que continua esquerdista e os novos seguidores da burguesia fingem ser o povo pobre. Nesse teatrinho da democracia de um homem só, em que um único homem, por sinal muito idoso, é o único a conduzir, mesmo de forma sobrecarregada, o futuro do nosso país, os descendentes das elites opressoras da nossa História tentam renegar a herança de seus antepassados, com exceção, por razões óbvias, do dinheiro. E aí o pessoal esconde seu dinheiro farto direitinho nas contas bancárias e até em paraísos fiscais, enquanto posam de pobres de marré de si nas redes sociais, em nome da lacração.
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