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É PROIBIDO FALAR SOBRE O PELEGUISMO DE LULA?

LULA E ALOIZIO MERCADANTE JUNTO AO CHEFÃO DA FARIA LIMA, JOÃO CAMARGO, DA ESFERA BRASIL.

Não se pode falar sobre o peleguismo de Lula. Não se pode falar que ele compactuou com a burguesia, com o empresariado, com os políticos fisiológicos. Milhões de reais investidos para o Congresso Nacional concordar com Lula nas votações é “ajudinha de custo” “Fartura” é somar todo ano apenas noventa reais no ganho dos trabalhadores.

Vivemos no mundo do faz-de-conta e o mais assustador é que o jornalismo anda decadente, virando um antro de repórteres submissos e obedientes. A realidade dos fatos virou escrava de uma elite que se acha “legal”. As narrativas não podem ser fiéis a fatos, mas a paradigmas, dogmas e mitos compartilhados por um número muito grande de pessoas.

Observando com muita atenção e cautela o comportamento do presidente Lula, vejo que ele age como um pelego, nome dado ao representante das classes oprimidas que faz acordos espúrios com os opressores. Em outras palavras, Lula, tentando negociar com os patrões, vira aliado deles, prejudicando as classes populares que acabam recebendo menos benefícios do que precisam.

Lula é um dissimulado. É do tipo impulsivo que, quando decide, não avisa nem quer explicar. Também não tem autocrítica e quando diz que tem, a “autocrítica” é institucional, relacionada ao partido ou ao governo, não à pessoa do petista. Por isso Lula adota atitudes estranhas que ele nunca quer esclarecer nem explicar e é péssimo que ele deixe para terceiros, como Gleisi Hoffmann, as explicações sobre seus atos e decisões.

Infelizmente Lula passou a se aliar com as elites, tal qual um sindicalista pelego se alia com os patrões. Neste jogo duplo, o pelego não se assume um aliado do patronato em prejuízo aos trabalhadores, o pelego tem sempre que dar a impressão de que é o defensor dos oprimidos.

Lula tem que manter seu mito, por mais que os fatos demonstrem que ele virou o “ursinho carinhoso da Faria Lima”. Por isso, Lula tem que ser sempre o “amigo dos pobres”, que age em “conflito” com o “mercado” e que, na queda de popularidade, é “socorrido pelos pobres, proletários e nordestinos”. Os fatos pouco importam.

Só mesmo uma sociedade bem de vida que tem todo o tempo livre de suas vidas permitindo o uso constante das redes sociais para zelar o mito de Lula em sua quase pureza. 

Lula não pode ser reconhecido como um pelego. Oficialmente, “pelegos” foram Getúlio Vargas e João Goulart, que fizeram mais pelos trabalhadores. Jango chegou a dobrar o salário mínimo e a desapropriar fazendas improdutivas à beira das rodovias. Lula ultimamente está dando aumentos salariais mínimos e sua reforma agrária é tímida e não ameaça o agronegócio.

Temos que nos apegar aos fatos do que em narrativas que só agradam o grupo mais influente. Lamentavelmente, Lula erra e ele começou o atual mandato com muita festa e pouco serviço, o que influiu muito na queda da popularidade. A política externa fez Lula ser detestado justamente por aqueles que lhe seriam mais caros politicamente: os pobres, nordestinos, proletários, camponeses e indígenas, entre outros segmento das classes populares.

O negacionista factual, espécie de "isentão do bem", não suporta que Lula seja chamado de "pelego" mesmo se o presidente aparece em jantares com o empresariado. Por isso, oficialmente é proibido falar no peleguismo de Lula, porque para o negacionista factual, esse cão de guarda das redes sociais, só valem as informações e dados compartilhados pela mídia de prestígio e pela sociedade privilegiada. 

Infelizmente o jogo de poder se acha tão poderoso que gosta de brigar com os fatos. E os trabalhadores têm que aceitar como "generosidades" as ações paliativas que o presidente Lula, que paga fortunas para deputados e celebridades, lança para trazer apenas benefícios relativos para os pobres da vida real.

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