Há tempos este blogue aponta para a conduta decepcionante de Lula, desde suas alianças com a direita moderada até seu triunfalismo e sua arriscada obsessão de se reeleger em 2026, aos 81 anos de idade. Mais uma vez a ideia de Lula recusar-se a adotar um "plano B" foi evocada, desta vez pelo líder do PT na Câmara dos Deputados, José Guimarães, do Ceará.
A alegação de que Lula está "com saúde de ferro" e a presunção de que ele "ganha de todos os candidatos", com base em supostas pesquisas de opinião, mostra um triunfalismo que destoa da democracia da qual o presidente tanto defende.
Afinal, Lula já sabotou vários compromissos da verdadeira democracia, na sua campanha eleitoral, se recusando a enfrentar concorrentes que não sejam Jair Bolsonaro. Lula faltou a debates, tentou cooptar concorrentes para uma "frente ampla" e seus seguidores ofenderam e agrediram Ciro Gomes, e além disso o petista não apresentou um programa de governo, mas um requentamento de projetos de mandatos anteriores.
Aliás, preferindo apresentar realizações antigas do que um plano de governo inédito, isso mostra o quanto Lula não representa o novo, pois se ele se recusa a bolar um roteiro de governo para enfrentar novos desafios e novos problemas, preferindo "improvisar" em vez de planejar, então se nota o quanto o nosso país vive uma situação complicada.
É preocupante essa euforia tóxica que é o clima de "já ganhou" de Lula, que presume como "certa" a reeleição, sendo patéticas as declarações de lulistas de que o presidente "ganha todas" na campanha pela reeleição.
Isso quer dizer que se trata de um resultado "antecipado" e que inviabiliza qualquer direito de voto dos eleitores. Se Lula já é considerado "vencedor" e "reeleito", então não é necessário fazer os brasileiros acordarem cedo para enfrentar filas em zonas eleitorais, porque já se sabe quem ganhou a eleição.
Pois essa atitude dos lulistas é dotada de muita arrogância, muita presunção, muita vaidade. O próprio Lula acha que pode tudo, que quer tudo e será atendido, daí a definição que faço do petista de "menino mimado da História".
Na vida, isso não existe. Não dá para uma pessoa, que havia sido injustiçada tempos antes, quando recupera seus direitos para qualquer coisa, desejar tudo como se fosse uma criancinha mimada. A vida mostra que temos que negociar com desejos e renúncias, procurar obter apenas a essência do que queremos, sem ter que pedir tudo ou achar que se pode fazer tudo.
O comportamento de Lula de querer tudo para si é perigoso e terrível. Não desejei que Lula retomasse os direitos políticos para depois virar esse papelão de político ambicioso que se vê hoje. Eu desisti de dar meu voto em Lula em 2022, hipótese que eu considerei dois anos antes, porque não queria votar num ser divinizado, num sujeito mimado que pede tudo ao destino. Eu queria trabalho e não festa, eu queria um gestor e não um astro pop da política brasileira.
Esse clima de "já ganhou" não é democrático. Da mesma forma, "democracia de um homem só" não é democracia verdadeira. E é chocante que Lula, justamente bastante idoso, com idade para se aposentar, esteja agindo como um menino mimado que pede tudo para seu pai. É preocupante entregarmos o futuro do Brasil a um homem de 81 anos com ideias velhas, como Lula demonstrou através de suas gafes.
O Brasil merece ter um político novo, mas como nosso país está social e culturalmente deteriorado, arrasado e sucateado, teríamos que ter um político mais mediano do que um Lula prometendo um Brasil de contos de fadas. Não queremos sonhar, queremos realidade. E realidade é justamente o que os lulistas não querem saber, pois a realidade e os fatos concretos são, para eles, meros empregados de Lula.
"Democracia de um homem só" soa mais uma forma "positiva" de autocracia do que alguma demonstração de democracia genuína. Mas não transmita essa ideia para o negacionista factual, porque senão ele surta.
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