PROPRIEDADE DE UM CHEFÃO DA FARIA LIMA, A 89 FM TRATA O PÚBLICO ROQUEIRO COMO SE FOSSE UM BANDO DE CRIANCINHAS MIMADAS.
Durante muito tempo, falou-se que o radialismo rock tinha que vender, ter audiência, atrair o grande público etc etc etc. A ideia é adaptar as rádios de rock para as regras de mercado para ter estabilidade financeira e sustentabilidade empresarial.
A ideia, porém, se revelou um fracasso e o êxodo do público roqueiro que agora só ouve Spotify e YouTube fez com que o radialismo rock, desde os anos 1990 rebaixado a escritórios de empresas de promoção de festivais musicais, tipo a Artplan, foi um fiasco.
Ver que o desejo inicial de ouvintes de rock compartilharem o que ouviam através do rádio ser rebaixado a rádios pop que *só tocam rock”, com locutores mais preocupados em sortear prêmios e desprovidos de qualquer vivência de rock, é constrangedor.
O pessoal não percebe o ridículo de aceitar como “rádios rock” emissoras ligadas a oligarquias empresariais e políticas de direita? A dita “maior rádio rock do Brasil, a 89 FM de São Paulo, foi fundada por um político ligado à ditadura militar cujo um dos filhos é um poderoso chefão da elite empresarial da Faria Lima. E muito roqueiro vai para a cama dormir tranquilo vendo numa rádio dessas seu canal de expressão.
É vergonhoso e vexaminoso, sobretudo para roqueiros marmanjos, de barba na cara e, em tese, o submissos, terem que sentar no colo da Faria Lima para expressarem sua cultura. E é assustador que a dita “maior rádio rock do Brasil” seja controlada por um poderoso chefão da Faria Lima.
E a 89 FM, como rádio comandada pelo chefão do empresariado paulista João Camargo, de uma família que apoiou a ditadura militar, trata o público roqueiro como se fosse um bando de criancinhas mimadas. É um grande desrespeito à história de um gênero marcado por transformar comportamentos e que, no mercado radiofônico brasileiro, é refém de um bando de magnatas sisudos e conservadores.
Ver que o público roqueiro aceita ser domesticado de graça é um horror. É claro que o rock vive uma crise mundial, mas no Brasil ela se agrava por conta da exploração feita por uma mídia incompetente de rádios cujos locutores da grade diária mais parecem animadores de festas infantis do que de radialistas de rock.
Assim não há cultura rock que se sustente. E a 89 FM acaba servindo como uma força auxiliar da música brega-popularesca. Graças à 89, A Rádio Rockefeller, a cultura rock acabou criando limo. Querendo ser economicamente viável, o radialismo rock acabou decaindo porque ficou “empresarial demais”.
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