A semana decisiva começou praticamente ontem, mas Luiz Fux deu uma antecipada.
Contrariando o colega do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que autorizou a imprensa a entrevistar o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva na prisão, Fux quis censurar o petista, hoje representado por Fernando Haddad na corrida presidencial.
É a pressão para evitar a influência que Lula traria para a vitória de Fernando Haddad no primeiro turno.
Lewandowski reagiu, dizendo que Fux deveria acatar a decisão de permitir que Lula fosse entrevistado pela Folha de São Paulo e por Florestan Fernandes Jr.
Mas Dias Toffoli, que recentemente falou que preferia falar "movimento de 1964" do que "golpe de 1964", determinou que a decisão de Fux é que vale.
Sobre Toffoli, ele é um pouco mais velho do que eu, nasceu em 1967.
Eu nasci em 1971. Meu pai é militar (mas nunca se envolveu com a ditadura, nem contra, nem a favor, e só trabalhou como servidor público), hoje aposentado. E nem por isso eu ignoro que houve golpe militar.
Sou um dos mais apreensivos quanto à ascensão da extrema-direita hoje no Brasil, e já vi o golpe político de 2016 como um momento sombrio e frágil para o nosso país.
Vamos continuando com os fatos.
Surge nova pesquisa do IBOPE, o instituto que serve à Rede Globo e tem o patrocínio do "posto Ipiranga", ou seja, Paulo Guedes e seu lobby de empresários.
Isso fez com que Jair Bolsonaro, que era para ter caído morto nas pesquisas eleitorais, o que poderia lhe garantir um melhor repouso em sua casa, subir para 31% no favoritismo de mentirinha plantado por supostas duas mil entrevistas.
Eu tirei as fotos das minifestações no último domingo, mesmo dia do vídeo que publiquei ontem.
Vejamos as fotos da pequena manifestação do último domingo, em Niterói, que só foi "expressiva" por causa do barulho. Os bolsonaristas acham que querem ganhar no grito.
Vamos lá.
Nesta foto, tirada na proximidade da esquina com a Rua Miguel de Frias, você não consegue ver a manifestação.
Mas é só dirigir os olhos para o meio, mais ou menos na reta dos jogadores de vôlei, e se verá uma pequena manifestação pró-Bolsonaro.
Ela pegou dois quarteirões. Entre as esquinas com a Rua Álvares de Azevedo e Rua Presidente Backer, na Praia de Icaraí.
Era muito barulho, gente urrando, que parecia um clima de festa. Mas era igual às "minifestações" dos "coxinhas" nos últimos tempos, muito fracas.
Já nesta foto, tirada na esquina com a Rua Presidente Backer, a "histórica manifestação" se mostra muito pequena.
No meu vídeo de ontem, dava para ver espaços vagos, não era muita gente que estava no evento, não, e olha que nem era o começo.
Depois, mesmo com alguns astros do bolsonarismo, como o próprio Flávio Bolsonaro, filho de Jair e candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro, houve gente que foi embora.
Só o fã-clube de Jair, o mesmo em qualquer lugar, "lotou" a Praia de Icaraí. Se é que ocupar dois quarteirõezinhos significa "lotar".
Mas nada que um Photoshop não resolva, enfiando "muito mais gente" digitalmente nos vídeos e fotos da manifestação, como se deu no Farol da Barra, em Salvador, uma das capitais com baixa adesão ao "coiso".
Enfim, a graninha de Paulo Guedes e seus amiguinhos da Centauro, Riachuelo (que apoia BLSNRO com gosto) e Havan que "compram" o favoritismo de Jair nas pesquisas eleitorais.
E aí vemos Sérgio Moro voltando à cena, enquanto sua esposa Rosângela Moro, seguindo o exemplo tímido de Regina Duarte e menos tímido de Juliana Paes, parecem dar sinal verde ao "coiso".
É porque a Operação Lava Jato liberou para o ex-ministro do governo Lula, Antônio Palocci, dar seu depoimento, mesmo quando o Ministério Público Federal tinha vetado essa tarefa meses antes.
A Lava Jato quer partir para cima de Fernando Haddad, acusado de se envolver com réus que supostamente teriam recebido dele R$ 2,1 milhões de campanha.
O lawfare quer consolidar o golpe político de 2016 e isso é assustador.
Eu até imaginava que, com as pressões do anti-petismo, pelo menos uma "solução Pindamonhangaba" seria, dos males, o menor.
Mas não. A direita quer ser extremista, quer dar o salto para a morte como as morsas do Alasca.
A última semana antes das eleições pretende ser movimentada. Mas o próximo domingo será de muita apreensão e nervos. O Brasil corre o risco de se afogar no escuro.
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