Fake news, "robôs", algoritmos que multiplicavam artificialmente adesões populares e a visibilidade de falsas notícias.
Seitas religiosas beneficiadas pela ditadura militar (Assembleia de Deus, Igreja Universal, Igreja Internacional da Graça de Deus e o "movimento espírita" consagrado pelo tal "bondoso médium" de peruca que atuava no Triângulo Mineiro).
Pressão do poder da mídia hegemônica.
Pressão das grandes redes de lojas e demais empresas, como Centauro, Havan, Lojas Americanas, Riachelo, Supermercados Condor e tantas outras.
Pressão dos grandes banqueiros, dos especuladores em geral e dos empresários rentistas.
Pressão das multinacionais e de setores do governo dos EUA.
Todos contribuíram para a vitória de setores conservadores da sociedade brasileira.
A pressão dos sociopatas, a campanha dos jornalistas hidrófobos, a relativa conciliação da Globo com a Record na campanha por intolerância política também ajudaram.
Com isso, os sociopatas perderam o medo. Eles sorriam, armados, diante das urnas. Eles fazem ameaças, sadicamente, porque os oprimidos foram obrigados a ouvi-los pela pressão das conveniências.
Pobres, negros, mulheres, a multidão LGBTT ou LGBTQ, em parte, aderiu ao "canto de sereia" de Jair Bolsonaro.
A situação no Brasil ficou perigosa e a adesão vergonhosa do "voto popular" foi um sinal de orgulho ontem, mas será, em breve, num futuro bem próximo, traumatizante.
Jair Bolsonaro não ganhou no primeiro turno, portanto, "não dará praia" no próximo dia 28, dia das votações para segundo turno.
E a pressão do anti-petismo pode fazê-lo se tornar presidente do Brasil. Com um currículo vergonhoso, como militar, como parlamentar e como ser humano.
Nomes como Janaína Paschoal, Flávio Bolsonaro (o filho do "mito"), este senador pelo Rio de Janeiro, e tantos outros de extrema-direita conquistaram boas (para eles) vitórias eleitorais.
Eduardo Bolsonaro, irmão de Flávio, também o acompanhará, mas em outra casa legislativa, a Câmara dos Deputados, e representando o Estado natal do pai, São Paulo. Também terá a companhia do ex-ator Alexandre Frota na mesma casa, também representando São Paulo.
Já Roberto Requião, Eduardo Suplicy, Lindbergh Farias e Dilma Rousseff não se elegeram para o Senado Federal, que tende a ser mais conservador do que quando atuou durante o governo Michel Temer.
Wadih Damous também não foi eleito deputado federal pelo RJ. Votei nele, que é advogado sério, ex-presidente da OAB-RJ. Os batalhadores contra o golpe de 2016 foram, lamentavelmente, derrotados nas urnas.
Entre os deputados estaduais, o PSL elegeu até Rodrigo Amorim, aquele que violou uma placa de rua em homenagem à falecida Marielle Franco, como forma de "disciplina". E outro
Temos um cenário sombrio, que só tem exceção em Estados como Bahia e Maranhão, onde há bons desempenhos dos progressistas. Os petistas Rui Costa e Flávio Dino se tornaram seus respectivos governadores, por reeleição.
Na Bahia, Fernando Haddad e, no Ceará, Ciro Gomes, tiveram bons desempenhos em votação.
Em Pernambuco, o namorado de Fátima Bernandes (que chegou a ser a primeira-dama do Jornal Nacional), Túlio Gadelha, foi eleito deputado federal pelo PDT de Ciro Gomes.
Filhos de José Dirceu e Roberto Requião, Zeca Dirceu e Requião Filho, foram, respectivamente eleitos deputado federal e estadual, pelo Paraná. Filhos de Beto Richa e Eduardo Cunha, Marcelo Richa e Danielle Cunha, não foram eleitos para cargos do Legislativo.
Mas, de resto, será um quadro desolador. No entanto, pode ser, também, uma vitória de Pirro.
Bolsonaro sinaliza ser uma versão piorada de políticos "bonapartistas" que haviam sido eleitos pelo mesmo apelo sensacionalista e pitoresco, como Jânio Quadros e Fernando Collor.
Seu governo "pegará no pesado", com uma privataria de fazer as aventuras privatizadoras da Era FHC parecerem desenho do Meu Pequeno Pônei.
Não é mentira: Paulo Guedes sinaliza isso. O que significa que até os bolsonaristas ganharão migalhas, e não vão viver de fazer selfie a vida toda. A moleza dos reaças da Era Temer vai acabar.
O consolo é que o braço-direito de Bolsonaro, que chegou a ser cogitado como vice, Magno Malta, também não se reelegeu senador.
Mesmo assim, poderemos, em 2019, ter empresas privatizadas, trabalho precarizado, censura até mesmo à grande imprensa.
Esperamos que seja um período curto, no qual a sociedade que elegeu Jair Bolsonaro poderá se opor a ele quando seu governo sair do controle e partir para o personalismo puro.
Em todo caso, será uma vitória de Pirro. Pode ser um cenário assustador e o Brasil viverá um novo pesadelo, com toda certeza.
Mas será também o canto de cisne da sociedade reaça, que depois colherá vergonha, sofrerá traumas e será vidraça da sociedade.
Faço esta postagem com dados de domingo, com clima de melancolia.
Fico muito triste saber que, apesar de eu poder fazer aniversário no mesmo dia do favorito das pesquisas eleitorais (Bolsonaro ainda tem que enfrentar Haddad por três semanas), verei o Brasil se degradando profundamente.
Realmente, pior que está, não fica. Mas a frase de Tiririca (reeleito deputado federal por SP) não se refere a Temer, como ele imaginava, mas à ascensão do fascismo que quer fazer do Brasil a República dos Sociopatas.
O jeito é esperar a tempestade ocorrer e os reaças passarem de pretensos heróis a vergonhosos vilões da empreitada.
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