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MÁRIO KÈRTESZ E JAIR BOLSONARO: PROBLEMÁTICOS NATIVOS DE 21 DE MARÇO

FILHOTES DA DITADURA.

Nasci em 21 de março de 1971 em Florianópolis, Santa Catarina. E tenho que aguentar dois "colegas de aniversário", aos quais teria o prazer de NÃO dar uma fatia do meu bolo de aniversário.

São o ex-prefeito de Salvador e "astro-rei" da Rádio Metrópole de Salvador, o dublê de radiojornalista Mário Kertèsz, e o arroz-de-festa da campanha presidencial, Jair Bolsonaro.

Kertèsz nasceu em 1944. Bolsonaro, em 1955. Ambos são filhotes da ditadura, embora Kertèsz, de maneira tendenciosa e oportunista, ande bancando o "bom esquerdista".

O dia de 21 de março tem suas peculiaridades.

O aniversariante mais antigo e mais famoso é o compositor Johann Sebastian Bach (1750).

Outro compositor, André Filho (1906), autor de "Cidade Maravilhosa", também é aniversariante da data.

Tivemos dois famosos que morreram jovens em desastres automobilísticos, a atriz francesa Françoise Dorleac (1942), irmã de Catherine Deneuve, e o piloto Ayrton Senna (1960).

Recentemente, um produtor, jornalista e músico, Carlos Eduardo Miranda (1962) morreu de infarto um dia após ter feito aniversário.

Entre os que seguem a vida, há a estonteante Angelina Muniz (1955), nasceu no mesmo dia de Jair Bolsonaro. Confesso que sinto uma forte queda por ela.

Ela seguiu caminho oposto ao dele.

Jair é um paulista (de Campinas) que virou carioca, Angelina, uma carioca que virou paulista e hoje vive em São Paulo com um executivo da Record TV.

Temos, no rock alternativo, o cantor e guitarrista Guy Chadwick (1956), da banda House of Love. Do pop new wave, temos Eddie Money (1949).

Dos atores, temos Gary Oldman (1958) cujo grande talento o faz capaz de interpretar tanto Sid Vicious quanto Winston Churchill.

Temos o admirável Matthew Broderick (1962), de Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off), filme que vi várias vezes e é uma aula de como viver a juventude. Do mesmo ano, a famosa Rosie O'Donnell é outra ilustre aniversariante.

Temos um pensador de esquerda, o filósofo eslovênio Slavoj Žižek (1949).

Temos a gracinha Rachel MacFarlane (1976), irmã de Seth MacFarlane, do seriado Uma Família da Pesada (Family Guy).

Indo para gerações um pouco mais recentes, temos o filho de Clint Eastwood, Scott Eastwood (1986) e a atriz inglesa Rochelle Humes (1989).

Do universo teen, temos a argentina Martina Stoessel (1997), do seriado Violetta, e o ator de Henry Danger, Jace Norman, que já namorou a deliciosa Isabela Moner.

E ainda se tem o jogador Ronaldinho Gaúcho (1980), o R10, festeiro, popularesco e bolsonarista.

Portanto, é um "pequeno povo" o pessoal de 21 de março, data em que este que escreve este blogue faz aniversário.

E aí temos dois filhotes da ditadura que estão em campos opostos.

Os dois, Mário Kertèsz e Jair Bolsonaro, são machistas, conservadores, neoliberais e arrivistas, tendo se projetado mais por confusões do que por algum mérito.

Um se projetou desviando dinheiro público que seria para a Prefeitura de Salvador, em 1990. Outro, acusado de planejar um atentado a bomba, em 1987.

Num país que endeusa arrivistas - o "maior símbolo de caridade humana" que temos é um suposto "médium espírita" que usava peruca, já falecido, que se projetou com literatura fake - , Mário e Jair cresceram através desse modo torto de obter visibilidade.

Kertèsz usou o dinheiro da corrupção - uma grande verba que seria para obras urbanas de grande envergadura - para iniciar seu patrimônio midiático, comprando emissoras e ações em TV e jornal.

O ex-prefeito de Salvador também foi nomeado por Antônio Carlos Magalhães interventor para derrubar o periódico de esquerda, o Jornal da Bahia (que revelou João Ubaldo Ribeiro e Glauber Rocha, então repórter policial), transformando-o num tabloide policialesco.

Kertèsz, que é de se apropriar dos movimentos sociais e bancar o "dono" das esquerdas baianas, mas é um aliado das ricas elites baianas, de Salvador e do interior, transformou a Rádio Cidade local em Rádio Metrópole.

Seu patrimônio midiático inclui uma revista de distribuição gratuita e um portal de Internet. Kertèsz, nos últimos anos, tentou se projetar nacionalmente, como suposto jornalista de esquerda, ao entrevistar Lula quando este estava em Salvador.

A Rádio Metrópole, assim como o bolsonarismo, vive do culto à personalidade. Mário e Jair vivem de alimentar suas respectivas vaidades pessoais.

Mas o motivo desta postagem que aqui escrevo é que os dois "mitos", o "astro-rei" e o "coiso", o "dono das esquerdas baianas" e o símbolo da extrema-direita, entraram em rota de colisão.

A Rádio Metrópole andou entrevistando políticos preocupados com o bolsonarismo e o próprio Mário parece sinalizar preocupação com a ascensão do candidato do PSL.

Kertèsz segue com seu trabalho de "bom esquerdista" - apesar de, nos primórdios da Metrópole, ter apoiado Fernando Henrique Cardoso e premiado, por isso, com a flexibilização do horário de transmissão de A Voz do Brasil, em 2000.

O "esquerdismo de resultados" de Kertèsz, um pseudo-jornalista que pega carona no "bom jornalismo", como um sub-Bóris Casoy que pensa ser o Mino Carta, segue com suas críticas ao Bolsonarismo.

Isso com o objetivo de, caso a campanha #EleNao der resultado positivo (quando até Madonna manifesta repúdio ao Bolsonaro), Mário retorna com suas apropriações tendenciosas com os movimentos sociais, explorando sensacionalismo e se autopromovendo às custas deles.

E assim temos dois arrivistas de 21 de março, dois atletas não muito honestos do alpinismo social que se projetam mais pelas confusões e polêmicas que causam do que pelas qualidades naturais.

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