O cidadão comum, trabalhador, sem muitas riquezas e considerado um excluído social, está sendo seduzido a votar em Jair Bolsonaro.
Arrumam mil desculpas, da segurança do país e do combate à corrupção até a falácias em torno do desenvolvimento do Brasil.
Pior: a mesma retórica retrógrada do governo Michel Temer está sendo relançada sob "nova" embalagem e você é persuadido o tempo todo nas redes sociais de que Bolsonaro "representa o novo".
Não. Bolsonaro é o velho. Primeiro, porque é uma remixagem, ainda piorada, de Jânio Quadros com Emílio Garrastazu Médici, com um sub-clone do Roberto Campos dos tempos de Castelo Branco conduzindo a Economia.
As pesquisas mostram o surreal "crescimento por nada" de Bolsonaro. E você vota pelas pesquisas e não pela sua consciência.
Já imaginou quem é que REALMENTE está apoiando Jair Bolsonaro (ou, por exemplo, também Flávio Bolsonaro, para o Senado pelo Rio de Janeiro)?
Quem está apoiando é a ESCÓRIA da sociedade brasileira.
Religiosos decadentes e gananciosos, subcelebridades, a bancada BBB (Boi, Bíblia e Bala) no Congresso Nacional, valentões da Internet e das ruas, militares viúvos da ditadura militar.
Esse pessoal vai trazer mais dinheiro e mais segurança na população? Não. De jeito nenhum.
Analistas sérios, aliás, dizem que os trabalhadores e os pobres que votarem em Bolsonaro serão os mais prejudicados por ele.
Mas também não vai haver dinheiro nem prosperidade para todo mundo. Mesmo muitos valentões vão dançar no possível governo Jair Bolsonaro.
Bolsonaro irá mandar, dar ordens, e não vai querer ser contrariado. Ele também não vai jogar dinheiros para a plateia, Jair parece um animador, mas não é Sílvio Santos, por mais que até o SBT "namore" o candidato do PSL.
Há uma grande preocupação com a ascensão de Jair Bolsonaro, cuja campanha só foi marcada por incidentes negativos.
Seu desempenho nas pesquisas cresce, ainda que de forma artificial, como num doping olímpico.
Ele "disparou" de 31% e 32% para 35% e já se fala em 39%. Isso é um horror.
Isso é o resultado da desinformação generalizada da população e do excesso de emoção que toma conta da sociedade brasileira.
O pessoal anda vendo televisão demais, vendo a velha mídia e suas velhas pregações. Depois querem falar mal da Rede Globo, após aprenderem o "dever de aula" direitinho.
A velha mídia chegou a desmentir que um antigo "médium espírita" teria previsto a ascensão de Jair Bolsonaro na campanha presidencial.
Correto. Até porque o texto do tal religioso é de 1952, e Jair nasceu em 1955.
Mas o tal "médium", associado a ideias ultraconservadoras (apesar da complacência de setores das esquerdas), segundo especialistas de Espiritismo, criou as condições psicológicas para a ascensão de Bolsonaro. E o "médium" já mostrou opiniões ideologicamente muito parecidas.
É muita emoção e pouco raciocínio. Seja para endeusar o "médium" como pretenso filantropo, seja para endeusar o ex-capitão como pretenso estadista.
As pessoas que assim pensam (se é que pensam) é porque são movidas pela catarse emocional que os transforma em reféns de suas convicções pessoais, mostrando o lado selvagem de quem teima em ficar em zonas de conforto.
É muito confortável jogar a democracia no lixo e votar com raiva e ódio.
Só que os opressores são poucos e o apoio dos oprimidos a Jair Bolsonaro e a tudo que está associado a ele é como se as ovelhas se oferecessem para serem comidas pelos lobos.
Eu havia escrito antes sobre o voto de cabresto da campanha de Bolsonaro e dois exemplos confirmam isso.
Um é o vídeo em que Luciano Hang, dono da Havan, faz chantagem dizendo que, caso Jair Bolsonaro não vença, os empregados da Havan correm o risco de serem demitidos.
A linguagem é sutil, mas de forte apelo persuasivo.
Coisa semelhante aconteceu com o dono da rede de supermercados do Paraná, a Condor, o empresário Pedro Zonta.
Isso é crime eleitoral, mas num país em que a Justiça anda muito parcial, infelizmente não tem a menor importância.
Enquanto isso, nas redes sociais os valentões forçam os internautas a optarem por Bolsonaro.
Há desde ameaças, chantagens, até mesmo a pressão eletrônica de algoritmos e a multidão fictícia de fakes, tudo para manter Bolsonaro em alta.
Mas também as pesquisas eleitorais, compradas, dão sua contribuição. São míseras duas mil pessoas (se é que elas foram entrevistadas), ditando a "realidade" das supostas tendências eleitorais.
As eleições não podem se transformar em espetáculo trash, com urnas eletrônicas reduzidas a sacos de vômito.
Há tanto "anti-petista" para os anti-petistas escolherem, que não represente perigo para as instituições.
Não podemos transformar o voto numa "aventura às escuras", porque os brasileiros poderão cair na perdição. Podemos cair numa República de Sociopatas, transformando o Palácio do Planalto em uma extensão do valentonismo das redes sociais.
Espera-se que os oprimidos e pessoas comuns que estão iludidos com Bolsonaro possam recuar a tempo e mudar o voto no próximo dia 07. Antes que cometam a decisão errada devido ao impulso do momento.
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