LULISTAS ALEGAM QUE O PRESIDENTE LULA "RECUPEROU" A POPULARIDADE, MAS OS FATOS DIZEM QUE NÃO.
O triunfalismo cego dos lulistas teve mais um impulso diante dos tarifaços do presidente dos EUA, Donald Trump, que pelo jeito transferiu a sua esfera de reality show para a polarização política. Lula, supostamente vitorioso no episódio, havia se reunido ontem com o empresariado para responder à medida lançada pelo empresário-presidente na pátria de Titio Samuca.
Essa suposta vitória se deu pela campanha que os lulistas - que, na prática, são a maior e principal corrente dos movimentos identitários brasileiros - estão lançando, a partir do próprio Governo Federal, defendendo a "soberania" brasileira, em tese insubmissa aos EUA. Lula também anunciou a criação de dois comitês para reagir ao tarifaço do presidente estadunidense.
Dizemos em tese, porque nosso culturalismo brasileiro - que vai além das pautas politicistas do "jornalismo da OTAN" - se vale por uma música popularesca que sempre imitou o pop comercial estadunidense e por uma multidão de subcelebridades que finge ter a mesma relevância que os astros de Hollywood, enquanto viram notícia com banalidades e até futilidades, para não dizer escândalos.
Com essa deterioração sociocultural que assola o Brasil, preocupa a obsessão triunfalista de Lula que, sorrindo, mais parece rir do povo brasileiro que está fora da bolha das redes sociais. A histeria dos lulistas, que acha que o destino pode atender a todos os desejos de Lula - um capricho impossível, ainda mais para um octogenário - , e que acham que podem tudo, causa muita perplexidade, porque a vida mostra que não é assim que isso acontece ou poderá acontecer.
Lula tornou-se pelego e usa o discurso da "soberania" como uma cortina de fumaça. Os alimentos continuam muito caros. O trabalho continua precarizado, com gente trabalhando aos sábados sem necessidade e sobrecarregando sua jornada de trabalho, sem tempo sequer para arrumar a casa com um horário de folga bastante apertado. E continua o trabalho 100% comissionado dos corretores de imóveis, cuja remuneração é farta e incerta quanto um prêmio de loteria.
Daí que Lula não consegue medir prioridades. Para quem começou o terceiro mandato fazendo turismo no exterior, ele só "leva as coisas a sério" quando isso pode ser capitalizado para sua promoção pessoal. Se não pode, Lula não age, lava as mãos e finge lutar para agir em temas como a escala 6x1 no trabalho e a questão da moradia para a população que vive em situação de rua.
É aquela coisa de "querer, mas não muito". A escala 6x1, uma das pragas do governo Michel Temer, segue se arrastando enquanto complica a situação dos empregados em fazer o máximo em um único dia de descanso. No caso da comissão 100%, se um corretor de imóveis vende um apartamento, ele ganha uma boa grana, mas se ele sai zerado nas vendas, fica na pindaíba.
Mas Lula não quer mexer nos interesses do empresariado. Daí o seu caráter de pelego. Lula só empolga sua torcidinha de pessoas bem de vida, a burguesia de chinelos que acha que é "pobre" porque fala português errado - sempre aqueles substantivos que, no plural, são falados no singular - , enquanto o povo pobre da vida real segue com a desconfiança extrema e incurável com o presidente brasileiro.
O grande risco é que a reação ao tarifaço de Trump só se concretize no meio do caminho, protegendo os produtos brasileiros com medidas alternativas para driblar a cobrança de impostos nos EUA, apelando até mesmo para o fortalecimento das parcerias entre Brasil e China.
Mas isso vai refletir na redução dos preços dos alimentos? E quanto as medidas sem relação com o tarifaço, envolvendo moradia, empregos, saúde, o que vai ocorrer? Tudo vai ocorrer na mesma precariedade?
E a popularidade de Lula, será que ela se recuperou mesmo, como falam tanto os lulistas? Não. A verdade é que apenas a bolha lulista passou a vibrar como bolhas de água fervente. A popularidade de Lula continua baixa e dificilmente irá se recuperar, daí que o presidente brasileiro tem que se contentar com o apoio das classes dominantes e ter esperança de "raspar" um pouco do eleitorado bolsonarista para conseguir um apertadíssimo acesso para um novo mandato.
Lula vive seus quinze minutos de fama obtendo uma projeção artificial nas redes sociais e nas supostas pesquisas de opinião, gozando de uma pretensa recuperação da popularidade que só remete mesmo à burguesia de chinelos que controla as narrativas nas redes sociais. Donald Trump, servindo de "trumpolim" para Lula, fez se formar a cortina de fumaça do tarifaço para fazer o Brasil se esquecer dos problemas crônicos como os alimentos caros e a precarização do trabalho.
Esse caso dos tarifaços mostra apenas que a rinha política da polarização ganhou um novo episódio e uma participação destacada de um personagem estrangeiro, Donald Trump, para esquentar a trama. Mas a coisa tem mais jeito de um reality show de um canal de streaming, pois não vemos no governo Lula, neste atual mandato, alguma coisa que se possa levar a sério.
Afinal, enquanto ocorre esse telecatch político, o povo pobre tem que se virar como sempre para ver se termina o mês com algum dinheiro e alguma comida em suas casas.
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