LULA SE ESQUECE QUE DEMOCRACIA NÃO TEM DONO.
A campanha de Lula para combater o tarifaço de Donald Trump, reunindo presidentes e primeiros-ministros para um “movimento internacional pela democracia” - lembrando que Lula age como se fosse dono da palavra “democracia” - , é de um pretensiosismo vergonhoso.
Descobrimos, através de fatos e de consistentes argumentações de especialistas, que o tarifaço de Trump causará menos impacto na economia brasileira do que se imagina. Causará danos, sim, mas eles se referem a setores específicos, como exportações. Em contrapartida, o IOF, obsessão do governo Lula, causará estragos maiores, pois na cadeia econômica isso vai refletir na transferência do ônus dos tributos aos preços.
Lula não recuperou a popularidade. Ela continua baixa e dramaticamente baixa. O povo não é ingênuo e não se apega a fetiches. Se Lula deixou de ser um líder popular para ser a mascote da Faria Lima, é inútil brigar com os fatos, mesmo com avalanches de textões, voadoras e invertidas.
Fora da bolha lulista, o povo continua revoltado com Lula. E a oposição a Lula rompe das barreiras fáceis do bolsonarismo, que se derrete, enquanto Jair Bolsonaro se acovarda e teme ser preso a qualquer momento, mesmo que seja numa possível prisão domiciliar, com o uso de uma tornozeleira.
Lula, no entanto, parece um valentão da escola ao desqualificar seus opositores como “um bando de maluco”. Quer uma “democracia” só para ele e, como na campanha de 2022, pretende sabotar a disputa presidencial para garantir sua reeleição. Tudo pela consagração pessoal e quase nada para os brasileiros que não fazem parte do Clube de Assinantes VIP do Lulismo.
O discurso de Lula deve ser contestado. A extrema-direita existe, é muito atuante e ameaçadora. Isso é fato. Mas da forma que Lula fala, fica parecendo uma paranoia sem sentido. Fica soando como se Lula, se achando o centro do universo ou, ao menos, de um Sistema Lular, que tudo que não é Lula é extrema-direita, o que é um enorme exagero.
A extrema-direita é perversa, contrária à justiça social e fundamentada no extermínio dos mais fracos. A direita moderada também, mas de modo muito mais sutil e habilidoso. Mas isso não significa uma polarização em que Lula é o representante único das virtudes humanas e o que não for Lula não presta, é lixo, escória e extrema-direita.
Nem tudo que não é Lula é extrema-direita. Há vida fora do lulismo, da centro-direita à esquerda não-lulista. Devemos buscar outras escolhas, acreditar no novo na política, e não sermos reféns de um único homem que usa o medo para forçar a gente a votar nele.
O papo do “voto plebiscitário” de Lula na campanha de 2022 não convenceu. E, mesmo com “um monte de candidato na praça”, Lula quer repetir essa ladainha. Imagine, um candidato único tido como democrático. Só que isso não é democracia. Será horrível, porque nada justifica a retórica da “democracia de um homem só”, em que um único chefe decide e ao povo só cabe brincar, se divertir e “bebemorar”. Lula cria uma zona de conforto na juventude e deixa os movimentos sociais pregando no deserto.
Lula tornou-se o símbolo do sonho, da fantasia, do país de contos de fadas. Um Papai Noel dos wokes. Tudo é tão fantasioso que as melhorias não ocorrem na realidade concreta, mas na narrativa virtual dos “recordes históricos do Efeito Lula”.
É Lula sorrindo demais em eventos, contando piadas, cometendo gafes, fazendo selfies, transformando o que deveria ser um governo ou uma gestão em um show. Não há como levar a sério tudo isso, e será assustador que tudo isso se repita por mais quatro anos.
Lula até trocou a esperança pelo medo. Se a campanha de Lula em 2002 foi marcada pela esperança, por um projeto alternativo para o Brasil, a campanha de 2022 e, muito provavelmente, a de 2026, foi e será marcada pelo medo, pela ameaça de uma hipotética extrema-direita maior do que a realidade.
Não se pode ter pressa para o Brasil evoluir. Social e culturalmente falido desde 1964, não é agora que nosso país se tornará uma nação desenvolvida. Teríamos que destruir um grande legado sociocultural do qual o povo brasileiro se acostumou há 50 anos.
O Brasil não é uma luta entre as comédias natalinas da Sessão da Tarde contra a violência bélica do Domingo Maior. A verdadeira democracia não reside nas vontades e desejos de um único homem, por isso somos contra a reeleição de Lula, cabendo sairmos da zona de conforto da polarização e buscarmos escolher algo novo para a República brasileira. Lula já está ultrapassado.
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