O “Efeito Lula”, de tão fantástico, fácil e imediato que se anuncia, deve ser contestado. Afinal, os resultados são lançados da noite para o dia e soam maravilhosos demais para um país considerado devastado por Jaír Bolsonaro. Uma análise mais cuidadosa permite desconfiarmos de resultados tão fabulosos que, em condições normais, levam uma trabalheira para serem atingidos. Afinal, Bolsonaro destruiu o Brasil, não é mesmo?
Recentemente, foi anunciado que o Brasil teria saído do mapa da fome. Será mesmo? Se você ficar plantado nas redes sociais e na mídia empresarial, ficará acreditando piamente na narrativa. Mas se você for para as ruas, verá que isso é conversa para boi dormir.
São apenas desfiles de palavras e números, gráficos e imagens, lançados sem que um único trabalho fosse demonstrado. Muitos confiam apostando na carteirada político-institucional de quem diz. Por ironia, este é um legado do governo Michel Temer preservado por Lula: a submissão hierárquica, uma democracia decidida “de cima”, enquanto se libera o povo somente para a recreação, depois do trabalho precário com fins meritocráticos.
O nosso raciocínio tem que se guiar por duas premissas. Primeira premissa: o Brasil foi destruído por Jair Bolsonaro. Segunda: impossível os resultados virem da noite para o dia. Se percebermos que resultados demoram para vir e também levam tempo para serem divulgados, então os “recordes históricos” do governo Lula seriam resultado não do petista, mas do governo Michel Temer ou mesmo do governo Jaír Bolsonaro.
Seria, portanto, impossível os “recordes históricos” terem ocorrido logo nos primeiros meses do atual mandato de Lula. Tudo feito num passe de mágica, da noite para o dia, dados fabulosos que se chocam com declarações de Lula que diz ter “encontrado um país em ruínas”. Numa declaração recente, Lula comparou a destruição de Gaza ao legado de Bolsonaro.
Se pensarmos um pouco e refletirmos que as coisas levam tempo, teríamos que considerar que, se houve os tais “recordes históricos”, eles teriam, pelo tempo que levaram, se desenvolvido no período de Temer e atravessado com êxito o governo Bolsonaro.
A gente vê também que os relatórios e pesquisas, que de tão frequentes e precipitados viraram relatorismos e pesquisismos, se repetem constantemente, como café requentado. E com os mesmos apelos de um sensacionalismo estatístico, feito para causar impressão e euforia, enganando quem, acostumado com o ritmo frenético dos reels do Instagram, enxergar a realidade com a metodologia simplória de um algoritmo.
Ou seja, são notícias que, inicialmente precipitadas, são repetidas, pois os dados soam iguais. Eles são divulgados mais para forçar a reeleição de Lula às custas desse caráter sensacionalista das supostas façanhas do governo.
Também devemos lembrar que Lula, que exerce um poder centralizado na equipe ministerial, passou o primeiro ano de seu governo viajando ao exterior. Que trabalho teria sido feito, sem o acompanhamento direto de seu comandante?
Por isso, há muitas estranhezas a respeito desses “recordes históricos”. E tudo isso num país que Lula considerou ter encontrado em ruínas. Lula já nos causou estranheza por estar em clima festivo num momento em que a reconstrução do país exige frieza cirúrgica e o evitamento de qualquer festejo.
Os lulistas já estão grandinhos demais para pensar em criancices. O Brasil não vai para frente com esse esquerdismo chapeuzinho vermelho.
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