Num dia em que o Superior Tribunal de Justiça mantém a condenação (branda) de Jair Bolsonaro por danos morais à deputada petista Maria do Rosário e o Twitter cancelou a conta de Alexandre Frota, a plutocracia política ainda segue em frente.
O ministro da Fazenda do governo Michel Temer, o também banqueiro Henrique Meirelles, anunciou que propõe um aumento do teto do rombo das contas públicas.
Inicialmente, a meta do déficit público seria de R$ 139 bilhões, e isso com o congelamento de gastos públicos já aprovado pelo Legislativo e sancionado pelo Governo Federal em sua temerosa gestão.
Mas Meirelles propôs um aumento de R$ 20 bilhões, totalizando R$ 159 bilhões.
Poucos sabem, mas Meirelles é um banqueiro, não um economista.
Mas é um contexto em que Jair Bolsonaro não é militar, João Dória Jr. não é gestor, Michel Temer não tem representatividade popular e o juiz Sérgio Moro se comporta como um delegado.
Vivemos a crise das "altas posições sociais" e, até agora, as pessoas ignoram isso, porque simplesmente estão desinformadas das coisas.
Para elas, os virtuosos podem agir de maneira confusa, contraditória e até cometer erros graves.
Erros graves, quando vêm do alto da pirâmide social, são "erros menores" e motivados, de forma surreal, pela condição social de quem errou.
Ninguém percebe o prejuízo que está enfrentando.
E aí o ministro Meirelles propõe novos cortes de gastos.
O governo Temer já cortou, em um mês, 543 mil benefícios do Bolsa Família.
Meirelles pretende extinguir 60 mil cargos públicos, que estão vagos, impedindo o aproveitamento ou a transferência de servidores.
O ministro falou também da intenção de adiar, de janeiro de 2018 para um ano após, o reajuste de servidores de várias entidades e categorias, envolvendo desde o Banco Central até institutos, passando por diplomatas e oficiais de chancelarias.
O adiamento também atingirá a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.
O objetivo, segundo Meirelles, é garantir a economia de R$ 5,1 bilhões em 2018.
O problema é que Temer anda torrando dinheiro para ter o apoio a suas reformas intragáveis.
O dinheiro que Temer concedeu para parlamentares, barões da mídia, movimentos "coxinhas" e outros interessados para apoiar os projetos do temeroso governo são muito maiores que o valor do rombo dos cofres públicos.
Temer deixou a máscara cair, se revelando um grande gastador.
Ele bem que poderia devolver aos cofres públicos todo o valor que presenteou aos interessados em apoiar as pautas-bombas que Temer herdou do ex-deputado Eduardo Cunha e o programa eleitoral indigesto de Aécio Neves de 2014.
Sabe-se que o copyright da "Ponte para o Futuro" deveria ser para Cunha e Neves. Temer é apenas um intérprete dessa catastrófica sinfonia ultraliberal.
Se Temer devolver todo o dinheiro aos cofres públicos que gastou para comprar apoio a seus projetos, o Brasil tranquilamente sairá da recessão, assim que a renda for redistribuída para o povo brasileiro.
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