Que o presidente Michel Temer não é lá um grande amigo da soberania nacional, isso é verdade.
Ele tem fome não apenas de ver o Estado anoréxico, mas ver a economia brasileira desnacionalizada.
Se Temer nunca foi de atender aos anseios do povo brasileiro, ultimamente ele se esqueceu que ele existe.
Ocupado em sobreviver politicamente, ele ganhou uma discreta batalha.
Seu personal defender no Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes, rejeitou as ações sobre os pedidos de impeachment do temeroso governante.
Temer tem como bandeiras de governo as horrorosas reformas voltadas ao desmonte das conquistas trabalhistas e de outros benefícios.
São "reformas" no sentido ideologicamente inverso das reformas que, na década de 1960, eram propostas pelo presidente da República na época, João Goulart.
Jango queria o progresso dos brasileiros. Temer, o retrocesso, o prejuízo.
As privatizações ele quer exercer, com apetite ainda maior que nos tempos de Fernando Henrique Cardoso ou mesmo durante a ditadura militar, tem um motivo.
Esse motivo é encher ainda mais os cofres dos banqueiros, por conta dos títulos da dívida pública.
É como um Robin Hood às avessas: tira dos pobres para dar aos ricos.
E agora Temer aprontou mais uma contra o Brasil.
Ele extinguiu uma reserva ambiental da Amazônia, situada entre os Estados do Pará e do Amapá.
A área equivale, em tamanho, à do Estado do Espírito Santo, e é conhecida como Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados).
A Renca existe desde 1984 e existem três partes de proteção integral no terreno.
Há também quatro partes destinadas à conservação sustentável e, dentro dessa área, há duas povoações indígenas.
Temer extinguiu a reserva e ainda disse que "ela não é um paraíso".
Ele quer liberar a extração de minerais, estimulando também o desmatamento.
Até ser efetivada a extinção, o único órgão autorizado a realizar pesquisas ou autorizar extração econômica de minerais é o Serviço Geológico Brasileiro.
Com a extinção, a farra dos predadores econômicos será liberada.
Temer ainda quer vender terras no interior do Brasil para estrangeiros, em clara afronta à soberania nacional.
Imagine, dentro do Brasil, áreas informalmente controladas por estrangeiros, como se fossem pequenas possessões.
Propriedades que vão ser vetadas aos próprios brasileiros!
E Temer decidiu vender um serviço estatal de monitoramento do Brasil por satélite para estrangeiros, tornando o Brasil vulnerável para possíveis atos de espionagem.
O que Temer está fazendo com o Brasil é uma catástrofe político-administrativa.
Espanta a tranquilidade de uma boa parcela de brasileiros, diante de um país desgovernado cujo presidente faz o que quer para agradar apenas os mais ricos.
E isso quando boa parte da sociedade brasileira passa por uma violenta diarreia moral.
Um adolescente tirando a vida de uma vizinha, também adolescente, em Goiás, porque "deu vontade".
Bolsomitos elogiando o espancamento de uma professora, Márcia Friggi, por um aluno em Santa Catarina.
Policial da Rota dizendo que deve haver tratamento diferente entre a polícia das periferias e a de bairros nobres, como, no caso de São Paulo, os Jardins.
E o fascismo se ascendendo no Brasil mediante uma catarse bastante cega e intransigente.
Nossa, a situação do Brasil é de arrepiar.
Mas o que assusta mais não é essa ameaça. É a serenidade de muitos brasileiros nas ruas diante do momento atual em que vivemos.
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