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SELETIVA, POLÍCIA FEDERAL INOCENTA AÉCIO NEVES NO CASO DE FURNAS


A sigla da Polícia Federal, PF, também coincide com as iniciais de "prato feito", aquele cardápio previamente lançado nos restaurantes nas cidades.

E de repente a "pizza" pode ser considerada um "prato feito", diante do caso de políticos conservadores acusados de corrupção.

O senador Aécio Neves, que havia, semanas atrás, ganho de presente o retorno ao cargo, depois do afastamento decidido pela Justiça com base nas denúncias da JBS, ganhou mais um benefício.

Seu maior escândalo de corrupção, o envolvimento com o esquema de Furnas, se evaporou com a decisão adotada pela Polícia Federal.

O delegado Alex Levi Resende disse que "não é possível atestar que senador realizou as condutas criminosas que lhe são imputadas".

"A partir do conteúdo das oitivas realizadas e nas demais provas carreadas para os autos, cumpre dizer que não é possível atestar que Aécio Neves da Cunha realizou as condutas criminosas que lhe são imputadas", alegou o delegado.

Nesta última declaração, podemos inferir o seguinte: "apesar das provas, não é possível provar que Aécio teria praticado os crimes que lhe são acusados".

O deputado do PT de Minas Gerais, Rogério Correia, do movimento Minas Sem Censura, bloco parlamentar de oposição estadual ao PSDB, afirma que existem muitas provas sobre o envolvimento de Aécio na corrupção de Furnas, empresa subsidiária da Eletrobras.

"A Lista de Furnas, também denunciada por Nilton Monteiro, é de 2002 e diz respeito à eleição de Aécio Neves", afirmou Correia ao Viomundo, em 04 de março de 2015, que acrescentou:

"Esse caso de corrupção irrigou, através de processos licitatórios fraudulentos em Furnas e empresas que fizeram “caixinha”, a campanha tucana daquele ano não só em Minas, mas também em São Paulo, Bahia e outros estados".

Correia afirmou, na época, que enviou ofício para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com cópia do documento para o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.

O deputado também afirmou que a Lista de Furnas já teve sua veracidade comprovada pelo Instituto de Criminalística da Polícia Federal, com laudo publicado também no Viomundo.

A então procuradora do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, Andrea Bayão, publicou um relatório em 2012 atestando o esquema de corrupção de Furnas.

Além do linque acima marcado, o Viomundo também mostra outro texto com informações sobre o esquema de corrupção envolvendo Aécio Neves, com muitas informações.

São casos envolvendo desvio de verbas públicas para campanhas eleitorais de vários parlamentares e de contas pessoais de vários políticos, inclusive Aécio.

A Lista de Furnas enumera 156 políticos, do PSDB e partidos aliados, que teriam recebido R$ 39,9 milhões em propina originária de contratos de Furnas.

O esquema teria ramificações com o "petrolão", investigado pela Operação Lava Jato, e com o "mensalão tucano".

Recentemente, vários delatores da Lava Jato, inclusive o empresário Joesley Batista, da JBS, afirmaram que Aécio Neves era muito duro para cobrar propinas e exigia valores altos.

A decisão de inocentar Aécio Neves foi publicada em relatório enviado ao ministro do STF, Gilmar Mendes, que costuma ser generoso com os tucanos.

Ela se deu numa época em que dois fatos relacionados também ocorreram.

Um fato é a risível propaganda do PSDB "pedindo desculpas" ao povo brasileiro pelos erros cometidos.

Os tucanos "admitiram" que erraram, mas não deram justificativas a isso.

E ainda publicaram várias mentiras.

Disseram que o PSDB lutou pela anistia a presos políticos da ditadura militar, em 1979, nove anos antes da criação do partido.

Disseram que os tucanos lutaram pela volta das eleições diretas, através do Diretas Já de 1983-1984.

Disseram que o partido tucano criou o Plano Real, quando ele foi criação do governo Itamar Franco e de uma equipe técnica que bolou a mudança da unidade monetária brasileira.

Quanto às Diretas Já, a atribuição ao PSDB é risível, pelo deslocamento histórico (quatro e cinco anos antes de surgir o partido) e pelo fato de que o tucanato colaborou com o golpe político de 2016.

Foi o próprio Aécio Neves, juntamente com a maioria conservadora do Legislativo eleito em 2014 e empossado em 2015, que ajudaram no ceifamento do governo da presidenta Dilma Rousseff.

Aécio foi o candidato derrotado e aliciou o vice-presidente Michel Temer a encampar o programa do rival, adaptado através do documento "Ponte para o Futuro".

Neste documento também foram incluídas as "pautas-bombas" do deputado Eduardo Cunha, escolhido para presidir a Câmara dos Deputados.

A terceirização das atividades-fim nas empresas é uma dessas propostas de Cunha, hoje preso pela Operação Lava Jato.

Já o outro fato corresponde à reabertura de inquérito por acusação relacionada ao esquema do "mensalão", esquema de corrupção operado pelo publicitário mineiro Marcos Valério.

O inquérito, sobre um suposto pagamento de US$ 7 milhões da Portugal Telecom para o PT quitar dívidas de campanhas eleitorais, havia sido arquivado, mas foi desarquivado e com investigações já em novo andamento.

Lula também passou a ser réu, além do caso do triplex de Guarujá, do sítio de Atibaia, ambos por decisão do juiz Sérgio Moro.

Lula também foi considerado réu por suposto favorecimento da empreiteira baiana Odebrecht pela oferta de um apartamento vizinho ao do petista, em São Bernardo do Campo.

No caso do triplex, Lula recebeu depois a primeira condenação, por nove anos e seis meses de prisão recorrível em liberdade.

Neste caso, os procedimentos apresentam muitos aspectos discutíveis, até porque a atribuição de propriedade do triplex e do sítio são bastante duvidosas.

Muito diferente do caso de Aécio com Furnas, inocentado mesmo com documentos comprovando seu envolvimento em esquema de propinas.

Lula foi condenado praticamente pelo disse-me-disse sem investigação rigorosa.

Em ambos os casos, o que se observa é uma movimentação sutil para que o PSDB volte ao Palácio do Planalto em 2019.

Com o terreno já "pavimentado" com o "pacote de maldades" do governo Temer.

Será um PSDB bem mais sombrio do que o governo festivo, pós-tropicalista e "transbrasileiro" de Fernando Henrique Cardoso.

O PSDB que virá será ainda pior. Deve sobrar para os ainda risonhos caçadores de borboletas que surgiram a partir de maio de 2016.

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