FRNANDO RODRIGUES, DIRETOR DE JORNALISMO DO PORTAL PODER 360.
Muito insano o cenário do jornalismo no Brasil.
A grande imprensa, hoje, se rebaixou à conduta publicitária dos press releases e das visões oficiais, sem trazer conhecimento nem estimular a reflexão crítica da realidade.
O jornalismo investigativo, hoje, trocou o gravador, a caneta e o teclado pela flanela, passando pano em fenômenos marcados pela ilusão e pelo oportunismo.
O jornalismo vive a invasão de influenciadores e comediantes que inventam carreiras jornalísticas longas demais para suas idades, tudo para obter cargos estratégicos de Comunicação, roubando o trabalho de quem mais precisa.
Para piorar, o admirável Luiz Antônio Mello, experiente jornalista e responsável pela até hoje insuperada Fluminense FM, está morto.
E aí temos o fait divers de William Bonner, do Jornal Nacional, em suposto clima de "saia justa" com Ilze Scamparini, durante a cobertura da escolha do novo papa.
E ainda temos colunista do UOL agredindo a língua portuguesa falando em "bateção de cabeça", quando o certo é "batida de cabeça".
Com tantas coisas nesse sentido, episódios que fazem qualquer homem mais careca que o Alexandre de Moraes querer arrancar os cabelos que não têm, temos agora um episódio envolvendo um portal de jornalismo político, o Poder 360. As informações foram dadas pelo portal de Leo Dias, do Metrópoles.
Tudo começou quando um acadêmico apareceu na redação do Poder 360 para ser entrevistado e o estagiário Miguel Bragança demorou para procurar um microfone para o visitante. De repente, Fernando Rodrigues, diretor de Jornalismo do Poder 360, chegou e, ao saber do ato, ficou enfurecido.
FR, como é conhecido, segundo o portal Leo Dias, saiu quebrando tudo no estúdio, incluindo quadros com frases de motivação, chutou a porta e tentou esbarrar em Miguel Bragança e o agrediu, na presença do acadêmico e no momento em que ocorria a entrevista.
Bragança não deu declarações públicas, mas fez um boletim de ocorrência e tudo indica que irá processar o patrão, que demitiu o estagiário. Já Fernando é também acusado de assédio moral, humilhação contra colegas e subordinados e até de um caso de importunação sexual. O diretor do 360 desmente as acusações.
A agressão de FR contra o estagiário recebeu uma nota de repúdio do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, já que o caso ocorreu na redação do Poder 360 em Brasília. Diz a nota:
"Segundo relato obtido pelo sindicato, Rodrigues teria entrado de forma agressiva em um estúdio, onde o profissional realizava seu trabalho, para apanhar algum equipamento. E, ato contínuo, sem esclarecer, demitiu o estagiário de forma abrupta e desrespeitosa, inclusive esbarrando em Miguel, não se sabe se intencionalmente ou não. Uma conduta flagrantemente abusiva e intolerável, e testemunhada por outros colegas de Miguel".
O sindicato também está avaliando um meio de acionar a Justiça contra Fernando Rodrigues:
"A entidade repudia com veemência essas ocorrências reiteradas, que não condizem em nada com o que se espera de um ambiente de jornalismo profissional, e alerta que está atenta e estuda medidas cabíveis contra esse tipo de conduta".
Fica aqui toda nossa solidariedade a Miguel Bragança, diante de um pequeno descuido inocente que em nada compromete seu esforço de realizar um bom trabalho.
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