
Os recentes escândalos das fraudes do INSS que envolvem um tal “Careca do INSS” (o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, acusado de doação de campanha para Bolsonaro em 2022) e incluem o irmão de Lula, Frei Chico (José Ferreira da Silva, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, entidade acusada de receber, desde 2019, R$ 259 milhões), revelam que o governo Lula está sofrendo um desgaste avançado e sem controle.
Como último recurso, os lulistas precisam atuar nas redes sociais para blindar o presidente, de forma que o petista possa ser reeleito com uma margem muito apertada de votos no segundo turno. E Lula deu um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV para falar do Dia do Trabalhador, que foi ontem.
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O INSS é um caso grave e mexe no assunto das aposentadorias e pensões, assim como o instituto é mantido pelos impostos pagos pelo povo brasileiro. Mostra uma das raízes do antipetismo, o mau uso sos impostos do povo brasileiro, que não vê o retorno real daquilo que paga, mas vê o dinheiro alimentando as fortunas de maus servidores e maus dirigentes. A outra raiz do antipetismo é a compra de votos de deputados e senadores, agora definida pelo nome eufemístico “técnico” de “ verbas para emendas parlamentares”.
Lula queimou muito na largada e quis festejar antes de trabalhar. Agora sua imagem e sua reputação atingem níveis muito frágeis. A baixa popularidade se dá porque Lula não fez ações concretas e palpáveis, mas apenas pretensas façanhas através das narrativas do relatorismo. Lula apenas fez simulacros, opinou e prometeu, mas agir de maneira rigorosa ele não fez.
Numa entrevista recente, por exemplo, Lula disse defender o fim da escala 6x1 do mercado de trabalho, mas não se empenhou para revogar essa regra. E, mais uma vez, ele pediu "debate" sobre o assunto. Fico imaginando como seria no Século XX um "debate equilibrado" sobre o fim do trabalho escravo. Um debate em que se ouve galinhas e raposas a respeito do bem-estar do galinheiro. É esse o Brasil que quer se tornar país de Primeiro Mundo?
Quanto ao Lula, onde está o "poderoso leão que ruge pelos quatro cantos do planeta"? Cadê o "maior líder do mundo capaz de decidir de forma enérgica o fim dos abusos contra o povo brasileiro"? Foi mais uma opinião, mas devemos sempre nos lembrar que opinar não é agir.
Lula queimou munição se celebrando junto à burguesia “democrática” e deixou de lado a necessidade de reconstruir o Brasil com a frieza cirúrgica necessária. Preferiu a festa e achou que era fácil festejar e ser adorado, mas o povo pobre da vida real se sentiu traído e abandonado.
Agora vem o caso do INSS que traz os elementos que se encaixam nas narrativas que produziram o discurso antipetista do “mensalão” e das residências de Atibaia e Guarujá. Ou seja, para o brasileiro médio, o escândalo confirma as impressões negativas que o governo Lula traz a um público desapontado com o petista.
A falta de autocrítica de Lula e o impulso dele se aliar com a direita moderada fazem com que esse desgaste seja bastante profundo e, talvez, irreversível. O negacionista factual, que tenta moldar a realidade dos fatos de acordo com os desejos e convicções dele, é que acha que não, que não há desgaste e sim frescura. Também, o negacionsta factual está bem de vida, ele não iria aceitar uma realidade que não lhe traz vantagens exorbitantes, não é mesmo?
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