
Ansioso, assim que tomou posse, em fazer viagens internacionais priorizando, sem a menor necessidade, a política externa, Lula mais uma vez busca a consagração mundial no encontro entre países emergentes na Rússia, pais que, por ironia, fez o inverso do Brasil quando, em 1917, abandonou a batalha estrangeira da Primeira Guerra Mundial para resolver conflitos políticos internos, dando origem à Revolução Russa.
Querendo fazer tudo de tudo, Lula, no seu governo de contos de fadas, na prática se esquece das verdadeiras prioridades. Aposta no relatorismo fantástico dos supostos “recordes históricos” do “Efeito Lula” para compensar a debilidade das ações. A “classe média de Oslo”, que é a burguesia ilustrada brasileira, fica empolgada, mas o povo pobre da vida real não vê os resultados concretos e se sente abandonado e traído pelo presidente do Brasil.
Lula quer transformar o mundo, como uma criança querendo se meter no mundo adulto. E isso irrita ainda mais os pobres da vida real porque eles não veem em Lula um líder presente, mais preocupado talvez em cuidar da Ucrânia e da Palestina do que do Brasil.
Não que isso seja uma insanidade, mas Lula se precipita em querer ostentar o Brasil para o mundo, quando a reconstrução do país, como uma convalescença, deveria priorizar a política interna e o aproveitamento dos recursos naturais brasileiros pela indústria e pela agricultura para a recuperação da crise do período 2016-2022.
Para um país considerado arrasado pelo desgoverno de Jair Bolsonaro, soa surreal que o lulismo prometa realizar façanhas rápidas demais, como se tudo viesse da noite para o dia. O relatorismo do “Efeito Lula”, junto aos pesquisismos de aprovações recordes, que já colocam Lula como virtualmente reeleito, mostram o equívoco de um político que sonha demais e que não deixa o país respirar por conta da obsessão pela grandiloquência que o presidente contraiu com dimensões febris.
E Lula querendo promover a paz mundial quando o Brasil vive a violência das convulsões sociais, faz com que muitos brasileiros continuem repudiando o petista, que de tanto sonhar e de tanto pensar em sua consagração, se esqueceu dos brasileiros mais necessitados.
E o presidente abandona os brasileiros e ainda faz questão que eles se lembrem dele. Assim não dá.
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