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LUZ ANTÔNIO MELLO NOS DEIXOU


A perda de Luiz Antônio Mello, ex-gerente artístico da Fluminense FM, foi uma chocante e triste notícia desse Brasil complicado em que vivemos. O jornalista, publicitário e radialista foi uma das grandes personalidades subestimadas como foi a sua maior criação, a famosa rádio niteroiense conhecida como "Maldita".

Ultimamente ele estava à frente da webradio Rádio LAM, que segue a mesma linha histórica da Flu FM. Ele também colaborava para o jornal A Tribuna, de Niterói. Sofrendo de uma pancreatite, LAM, como era apelidado devido às iniciais, faleceu cerca de dois meses após completar 70 anos. LAM estava em tratamento de pancreatite, mas sofreu uma parada cardíaca, consequência do cigarro que ele fumava ao longo dos tempos. 

Luiz Antônio Mello pôde viver para assistir concretizada a sua homenagem na cinebiografia romantizada Aumenta Que Isso Aí é Rock'n'Roll, de Tomás Portella, com Johnny Massaro no papel do icônico radialista. Um filme que repercutiu muito pouco e, com enredo divertido e boas atuações, no entanto deu pouca conta do recado quanto a apresentar uma rádio de rock para as gerações mais recentes.

Eu, com 11 anos de idade em 1982, conheci a Fluminense FM por acaso quando, num apartamento na Rua São João, em Niterói, um vizinho que tocava guitarra sintonizava os 94,9 mhz do dial FM. Minhas insônias foram embaladas por uma grande leva de canções de rock. 

Em 1983 eu já comecei a ouvir por conta própria a rádio, e eu parecia careta demais para o estereótipo de "ouvinte da Maldita" de pessoas com jeito de surfista que eram a "nata" do seu público. Mas hoje, com muito tiozão de jaqueta de couro complacente com a deturpação que o radialismo rock sofreu nas últimas décadas, me surpreendo por ser um dos poucos a entender o legado da Flu FM.

A Fluminense FM foi muito mais do que "uma rádio que só tocava rock". Ela tinha um estado de espírito, uma mentalidade, uma filosofia de trabalho. Uma personalidade rock, como poucas emissoras no meio. E Luiz Antônio era tão batalhador que enfrentava resistências na própria rádio, quando queria ter correspondentes no exterior, mesmo sob o mero pagamento de uma conta telefônica, e criar uma revista própria, a Rock Press.

Infelizmente, a Fluminense FM não se expandiu e não patrocinou o Rock In Rio. Depois do primeiro Rock In Rio, o radialismo rock passou a despencar ladeira abaixo, quando rádios pop passaram a pegar carona no segmento rock, sem um pingo de adequação, com locutores engraçadinhos falando em cima das músicas e o repertório sucumbindo ao hit-parade.

Primeiro foram a Rádio Cidade e a Transamérica - propriedade de banqueiros, a rádio é uma morta-viva que serve de aluguel para DJs e dirigentes esportivos - que embarcaram no segmento rock em 1985, preparando o caminho para a 89 FM em São Paulo, rádio controlada por uma família que apoiou abertamente a ditadura militar e cujo um dos descendentes hoje é um poderoso líder do empresariado da Faria Lima.

Desde 1990, quando as rádios originais de rock lutavam para sobreviver - além da Fluminense, tivemos a 97 Rock (SP), Estação Primeira (PR) e Ipanema (RS) - , uma enxurrada de rádios canastronas, que surgiram tocando pop ou música popularesca, embarcaram no segmento rock devido ao modismo do grunge, com locutores que mais pareciam animadores de gincanas e que nem de longe foram treinados para mudar de estilo e adotar uma linguagem sóbria dos locutores originais.

Com isso, o que hoje conhecemos como "rádios rock" é pura propaganda enganosa. Como segmento sério, as rádios que hoje oficialmente representam o segmento só apresentam certa relevância nos horários noturnos, geralmente entre 21 horas e a meia-noite, quando entram no ar aqueles programas específicos apresentados por jornalistas ou músicos especializados.

Na grade diária, infelizmente as chamadas "rádios rock" passaram a se comportar como FMs de hit-parade comum. Nos anos 1990 eram as "Jovem Pan com guitarras", porque a grade, o estilo de locução e mentalidade eram idênticos aos da Jovem Pan, e muitos casos até as músicas o pop acessível e "neutro" eram as mesmas.

Dessa forma, tanto a Jovem Pan Rio quanto a Rádio Cidade, no dial carioca, tocavam Skank, Cidade Negra, Alanis Morissette e Lenny Kravitz como parte do cardápio principal. Sem falar do sucesso dos Mamonas Assassinas. A única diferença é que, enquanto a Jovem Pan vinha com Backstreet Boys, por exemplo, a Rádio Cidade vinha com Pearl Jam.

Mas não é só isso. Os locutores que assumiram a Jovem Pan em outubro de 1994 e os que assumiram a Rádio Cidade meses depois, em 1995, eram rigorosamente da mesma turma, eram aqueles DJs sarados da Zona Sul carioca que se dividiram entre as duas rádios "diferentes". Marcelo Arar, Orelhinha e DJ Saddam, de um lado, e Rhoodes Dantas, Demmy Morales e Paulo Becker, de outro, eram todos de uma gangue só. 

Mas também, em Sampa, as "gangues de radialistas" da Jovem Pan e 89 FM eram uma só, não havia gente diferenciada na emissora dos Camargo. Sem falar que a 89 FM foi a primeira rádio do currículo profissional de ninguém menos que Luciano Huck, e não adianta os adeptos da 89 ficarem dizendo que odeiam o marido da Angélica porque essa mentira não convence.

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HUMANISMO

Neste sentido, vejo que a Fluminense FM, que era "Maldita", primava pelo humanismo, enquanto a Rádio Cidade, que de tão queridinha pelo mercado poderia ser apelidada de "Bendita", inspirava a truculência nas redes sociais.

Num episódio narrado por Luiz Antônio Mello no seu livro A Onda Maldita, houve uma festa comemorativa da Fluminense FM no Hotel Nacional, em São Conrado, Rio de Janeiro. O público que se juntou no local era tão grande que havia um sério risco de haver uma baderna de proporções trágicas. 

Temendo ser massacrado pelo jornalismo policial, Mello decidiu escrever um comunicado para ser lido por uma das locutoras, pedindo para que os ouvintes da Fluminense FM, quando a festa acabasse, saíssem com muita calma, evitando confusão e violência. O público seguiu o conselho, cumprido à risca.

Eu via esse caráter humanista, o que me fez identificar muito com a dignidade que foi a Fluminense FM em sua fase áurea. Ou mesmo quando a Fluminense FM, mesmo após a saída de LAM, "respirou" por uns dois anos tocando muito rock alternativo, coisas que permanecem subestimadas e desprezadas até hoje, como XTC, Monochrome Set e Teardrop Explodes.

Na Rádio Cidade, décadas depois, quando a pioneira emissora pop resolveu apelar para fake news e, com uma grave e irresponsável desonestidade histórica, se vender como "rádio que sempre foi roqueira desde que surgiu" - gente, a Cidade FM tocava até Village People em 1977! - , os internautas que escutavam a rádio se irritavam fácil e agrediam e ofendiam quem discordava de qualquer coisa da rádio. 

Os adeptos da Rádio Cidade - que, cinicamente, se autoproclamava "a rádio mais nervosa do dial" - eram ouvintes e produtores arrogantes que estavam mais preocupados com humorismo e futebol do que com rock'n'roll, que para eles era apenas uma "sonzêra" qualquer nota para atiçar os hormônios. Triste.

INTERNET

A Fluminense FM também tocou um sem-número de bandas e artistas alternativos, em plena programação normal e mesmo sem garantia de lançamento no Brasil, antecipando a abrangência que hoje só se vê na Internet.

Ver hoje que as chamadas "rádios rock", mesmo com um esforçado departamento de jornalismo, são incapazes de acompanhar a pressão da Internet, pois as emissoras se limitam a tocar apenas o que faz sucesso, é humilhante e constrangedor. Fica parecendo que, para que uma música como "Fast Cars" dos Buzzcocks fosse tocada numa dessas rádios, teria que ter um gancho, como ser incluída na trilha de algum filme da franquia Velozes e Furiosos (Fast and Furious).

Eu tive o prazer de ser colaborador da Rocknet, quando Luiz Antônio Mello dirigia a webradio, entre 2000 e 2002. Eu fiz a coluna Pelos Porões do Rock e eu produzia textos semanais. Depois do fim da coluna, os textos estavam adormecidos em meu computador e resolvi lançar, em 2014, com o conteúdo atualizado naquele ano, no meu livro Pelas Entranhas da Cultura Rock.

Junto à coluna, eu escrevi dois textos que "prometi" para o espaço, mas que não fiz na época porque a coluna acabou, e também coloquei vários textos que lancei na Internet na época, sobretudo no antigo sítio Tributo Flu FM, para compor este livro.

E aí eu, imitando o que foi feito com duas coletâneas dos Smiths, The World Won't Listen e Louder Than Bombs, eu lancei anos depois o O Mundo Não Quer Ler, colocando o mesmo conteúdo da coluna na Rocknet mas mudando os textos adicionais, enfatizando os textos escritos para antigos zines.

VISÃO SUPERFICIAL

A Fluminense FM foi muito mais do que "a rádio que tocou Paralamas, Legião, Barão e Kid Abelha". Tocou um sem-número de artistas de rock, inseriu até música instrumental na programação diária, tocava lados B, e tudo isso sem locução em cima das músicas, que era a regra das rádios pop de então.

Infelizmente muitos não conseguem entender a magnitude da Fluminense FM e essa incompreensão serve para favorecer o engodo que hoje se chama "rádio rock", que são emissoras sem personalidade que no entanto utilizam o rótulo "rock" e que operam como rádios pop comuns.

Recentemente, a 89 FM - que eu apelido de A Rádio Rockefeller por conta de seu assustador vínculo com a Faria Lima, que destoa de qualquer contexto de rebeldia roqueira - andou recebendo críticas de ouvintes que percebem o quanto repetitiva sempre foi a programação.

Vamos combinar que a 89 FM, a Rádio Cidade e congêneres só eram elogiadas por conta de programas noturnos. Elas não são "rádios com 24 horas de puro rock'n'roll", mas quase sempre rádios pop cujo único roqueiro que existia era o toca-discos ou toca-CD. Somente entre 21 horas e meia-noite, e, às vezes com um tapa-buracos na madrugada, é que o repertório parecia ter alguma relevância, sem no entanto ousar muito na criatividade.

Eu descrevo vários problemas do radialismo rock no meu livro Radialismo Rock: Por Que Não Deu Certo?, item obrigatório para quem quiser conhecer a verdadeira natureza das chamadas "rádios rock" de hoje, que "continuam existindo" e "vão muito bem, obrigado" em termos comerciais, mas sem ter um milionésimo do carisma e da competência da antiga Fluminense FM. É a partir desse livro que, por exemplo, se vai entender por que a 89 FM tem baixa reputação entre os roqueiros por ter se tornado "empresarial demais".

DEBATES

Com o falecimento de Luiz Antônio Mello, a cultura rock, que já está vivendo um período de debates e informações biográficas - por inspiração da revista britânica Far Out, já seguida dos portais Whiplash.Net e Tenho Mais Discos Que Amigos - , terá agora também o radialismo rock no cardápio das discussões.

Afinal, a "verdade absoluta" de que "rádio rock tem que vender" sucumbiu à aridez de hoje, que fez com que o público de rock, que se reunia em torno do rádio para se agregar socialmente, se afastou das "rádios rock" que, dos anos 1990 para cá, viraram coisas de pleibói e "filhinho de papai" que confunde ser rebelde com ser esquentadinho.

Luiz Antônio Mello - natural da mesma Angra dos Reis que nos deu Raul Pompeia - se "junta", agora, aos colegas Carlos Lacombe, Samuel Wainer Filho (o Samuca) e Alex Mariano, com os quais trabalhou nos primórdios da antiga Maldita (no caso de Samuca, foi antes da rádio entrar no ar) e que fizeram história trabalhando a mentalidade peculiar que até hoje se encontra insuperada no dial brasileiro.

Sem especialistas em rock como Luiz Antônio Mello e, antes, Kid Vinil e Big Boy, a cultura rock conta com poucas bússolas, e o radialismo rock original tinha essa missão de orientar culturalmente os jovens. Já dá para perceber que, trocando os especialistas em rock por locutores com jeito de animadores de gincanas, o radialismo rock ganhou muito em marketing mas perdeu seriamente em qualidade.

Fica, portanto, o legado de LAM e sua visão musical a respeito do rock, na qual ele buscou atualizar em suas passagens pela Rocknet, Cult FM e, ultimamente, pela Rádio LAM. Cabe sairmos da zona de conforto de achar que a Fluminense FM só tocava Paralamas, Barão e Legião. Ela foi muito mais do que isso. Compreender superficialmente o legado da Flu FM é, de certa forma, passar pano na indigência da programação das que hoje se autoproclamam "rádios rock".

Muito obrigado por tudo, LAM. Valeu por ter me ensinado a ouvir e a conhecer rock sem cair nos clichês do gênero. Valeu pelo seu trabalho e caráter. Abração.

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