Pular para o conteúdo principal

A FICÇÃO DAS PESQUISAS ELEITORAIS

PARA 208 MILHÕES DE BRASILEIROS, DOIS MIL NÃO CONSEGUEM SEQUER APARECER NO GRÁFICO, MAS DITAM OS RUMOS DAS ELEIÇÕES NO PAÍS.

Como se fosse uma novela de televisão, as pesquisas eleitorais estão ditando, artificialmente, o comportamento do público.

O favoritismo fake de Jair Bolsonaro, que mesmo com muitos incidentes negativos não consegue cair nas pesquisas, revela o caráter ilusório e fraudulento dos institutos de pesquisas.

É uma situação surreal, mais próxima de um reality show, porque em situações normais, teríamos a campanha eleitoral centralizada em apenas quatro candidatos.

São Fernando Haddad, Ciro Gomes, Marina Silva e Geraldo Alckmin.

Bolsonaro aparece como uma aberração, mas fruto de uma sociedade hipermidiática que se inclina fácil ao apelo sensacionalista.

Ele poderia até ter alcançado, provisoriamente, uns 19%, mas diversos incidentes poderiam ter deixado, hoje, com 5% nas pesquisas.

E porque isso não aconteceu? Porque as pesquisas estão sendo um primor de lisura e transparência?

Não. É porque há um lobby por trás, comandado pelo economista Paulo Guedes, cotado para ser o ministro da Fazenda de Bolsonaro.

Ele e seus aliados estão comprando pesquisas para dar ao seu cliente-candidato um índice de favoritismo mais ou menos confortável e estável.

Até se ele tivesse feito as declarações racistas e a discussão grosseira com a deputada Maria do Rosário no momento de sua campanha, o "jeitinho brasileiro" de Guedes manteria o "mito" em alta.

Como vivemos no mundo da fantasia da realidade hipermidiática, as pesquisas são são "desonestas" quando favorecem o PT.

Quando favorecem Bolsonaro, um candidato de perfil retrógrado, elas são estranhamente vistas como "honestas".

O lobby se complementa com um raivoso fã-clube de fanáticos pelo "mito", glorificado de maneira cega e um tanto fantasiosa.

O reacionarismo doentio dos sociopatas, aliás, traz uma pergunta incômoda para quem acredita no "favoritismo" do candidato do PSL.

A questão é: "Você vai votar no candidato dos agressores, assassinos, gananciosos e até subcelebridades?".

O risco do Brasil começar 2019 como uma República dos Sociopatas é algo que não tem a menor lógica, porque nosso país já sofreu infortúnios demais para chegar a esse ponto.

E ninguém discute os dados das pesquisas, mesmo diante da ilógica permanência de Bolsonaro como líder ou vice-líder das pesquisas.

Ninguém questiona as pesquisas, que tomam como um dos favoritos alguém ligado a valores obscurantistas, trevosos, a retrocessos sociais catastróficos.

Há alertas que comparam o Brasil de hoje com a Alemanha de 85 anos atrás.

Mas o fascista segue uma reputação maluca: o fascista de amanhã é um "moderado", o fascista de hoje é um "tirano" e o fascista de ontem é um "comunista".

São ideias sem pé e nem cabeça, e se encaixam no contexto atual, que mais parece a chegada de um pesadelo.

Mas isso se deve porque as pesquisas eleitorais forçam uma pretensa realidade que não corresponde aos fatos reais.

A realidade demonstra que Jair Bolsonaro só tem de um sexto a um quinto, no máximo, do suposto favoritismo que tem nas pesquisas.

Ele não pode ser um candidato que cresce em índices de rejeição, mas não decresce em aceitação. Isso é um grande absurdo que só a "grana amiga" de Paulo Guedes consegue explicar.

Devemos nos atentar que as pesquisas só entrevistam - isso quando realmente o fazem, e se é que fazem - um número que geralmente não vai mais de duas mil pessoas, ou talvez só vá um pouco além disso.

Num país com 208 milhões de habitantes, conforme dados recentes, duas mil não conseguem dar uma noção sequer cogitável do que se comporta o eleitorado.

Além disso, devemos observar nos recortes, que podem ser manipuláveis e, não correspondendo à realidade dos fatos, pode produzir uma falsa realidade que acaba se concretizando como factoide real.

O recorte de duas mil pessoas pode ser tendencioso. Pode ser em pequenos ambientes nos quais há um número maior de bolsonaristas.

Ninguém desconfia e mesmo as esquerdas constroem uma "realidade" no que é uma grande ficção.

Duas mil pessoas não conseguem dar um parâmetro sequer cogitável para a corrida presidencial, por mais que critérios supostamente técnicos tentem interpretar o recorte como uma amostragem do todo.

Mas isso não é como recortar um pedaço de pele ou colher uns três tubinhos de sangue para diagnosticar o funcionamento do organismo de alguém.

Esse recorte pode ser tendencioso, e, se há o fato de que as pesquisas eleitorais são de realização duvidosa, a situação piora ainda mais.

O favoritismo fabricado de Jair Bolsonaro, divulgado pelos órgãos de imprensa com uma força hipnótica, mais parece uma propaganda do que um diagnóstico prévio do que pensa o eleitorado.

Bolsonaro é empurrado goela abaixo como uma embalagem de sabão em pó na qual os brasileiros têm que consumir.

É como um produto que a mídia oligárquica empurra para o público consumir, mesmo que seja sob o preço do masoquismo.

Dessa forma, vemos negros, mulheres, nerds, punks, jovens em geral, todos eles sucumbindo a esse fenômeno do obscurantismo chamado Jair Bolsonaro, que pretende retomar o Brasil a uma marcha-a-ré histórica anterior a 1930.

Michel Temer puxou o Brasil para os parâmetros ideológicos e pragmáticos entre 1970 e 1974.

Jair Bolsonaro, que é uma espécie de Michel Temer levado às últimas consequências, pretende levar o Brasil para os padrões da sociedade oligárquica pré-1930, e daí caminhar para trás.

Quem acha que Jair Bolsonaro representa o "novo" precisa consultar o analista (desde que não seja eleitor do "mito"), porque está vendo as coisas de maneira bastante invertida.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INFANTILIZAÇÃO E ADULTIZAÇÃO

A sociedade brasileira vive uma situação estranha, sob todos os aspectos. Temos uma elite infantilizada, com pessoas de 18 a 25 anos mostrando um forte semblante infantil, diferente do que eu via há cerca de 45 anos, quando via pessoas de 22 anos que me pareciam “plenamente adultas”. É um cenário em que a infantilizada sociedade woke brasileira, que chega a definir os inócuos e tolos sucessos “Ilariê” e “Xibom Bom Bom” cono canções de protesto e define como “Bob Dylan da Central” o Odair José, na verdade o “Pat Boone dos Jardins”, apostar num idoso doente de 80 anos para conduzir o futuro do Brasil. A denúncia recente do influenciador e humorista Felca sobre a adultização de menores do ídolo do brega-funk Hytalo Santos, que foi preso enquanto planejava fugir do Brasil, é apenas uma pequena parte de um contexto muito complexo de um colapso etário muito grande. Isso inclui até mesmo uma geração de empresários e profissionais liberais que, cerca de duas décadas atrás, viraram os queridões...

LUÍS INÁCIO SUPERSTAR

Não podemos estragar a brincadeira. Imagine, nós, submetidos aos fatos concretos e respirando o ar nem sempre agradável da realidade, termos que desmascarar o mundo de faz-de-conta do lulismo. A burguesia ilustrada fingindo ser pobre e Lula pelego fingindo governar pelos miseráveis. Nas redes sociais, o que vale é a fantasia, o mundo paralelo, o reino encantado do agradável, que ganha status de “verdade” se obtém lacração na Internet e reconhecimento pela mídia patronal. Lula tornou-se o queridinho das esquerdas festivas, atualmente denominadas woke , e de uma burguesia flexível em busca de tudo que lhe pareça “legal”, daí o rótulo “tudo de bom”. Mas o petista é visto com desconfiança pelas classes populares que, descontando os “pobres de novela”, não se sentem beneficiadas por um governo que dá pouco aos pobres, sem tirar muito dos ricos. A aparente “alta popularidade” de Lula só empolga a “boa” sociedade que domina as narrativas nas redes sociais. Lula só garante apoio a quem já está...

BRASIL QUER SER POTÊNCIA COM VIRALATISMO

A "CONQUISTA DO MUNDO" DO BRASIL COMO "POTÊNCIA" É APENAS EXPRESSÃO DE UMA ELITE QUE SE SENTE NO AUGE DO PODER, A BURGUESIA ILUSTRADA. A vitória de uma equipe de ginástica rítmica que se apresentou ao som da tenebrosa canção "Evidências", composição do bolsonarista José Augusto consagrada pela dupla canastrona Chitãozinho & Xororó, mostra o espírito do tempo de um Brasil que, um século depois, vive à sua maneira os "anos loucos" ( roaring twenties ) vividos pelos EUA nos anos 1920. É o contexto em que as redes sociais espalham o rumor de que o Brasil já se tornou "potência mundial" e se "encontra agora entre os países desenvolvidos", sinalizando a suposta decadência do império dos EUA. Essa narrativa, própria de um conto de fadas, já está iludindo muita gente boa e se compara ao mito da "nova classe média" do governo Dilma Rousseff. A histeria coletiva em torno do presidente Lula, que superestima o episódio do ta...

TEM BRASILEIRO INVESTINDO NO MITO MICHAEL JACKSON

Já prevenimos que o cantor Michael Jackson, que teria feito 67 anos ontem, virou um estranho fenômeno "em alta" no Brasil, como se tivesse sido "ressuscitado" em solo brasileiro. Na verdade, o finado ídolo pop virou um hype  tão sem imaginação que a lembrança do astro se dá somente a sucessos requentados, como "Beat It", "Billie Jean" e "Thriller". Na verdade, essa reabilitação do Rei do Pop, válida somente em território brasileiro, onde o cantor é supervalorizado ao extremo, a ponto de inventar qualidades puramente fake  - como alegar que ele foi roqueiro, pesquisador cultural, ateu, ativista político etc - , é uma armação bem articulada tramada pela Faria Lima, sempre empenhada em ditar os valores culturais que temos que assimilar. De repente Michael Jackson começou a "aparecer" em tudo, não como um fantasma assombrando os cidadãos, mas como um personagem enfiado tendenciosamente em qualquer contexto, como numa estratégia de...

MICHAEL JACKSON: O “NOVO ÍDOLO” DA FARIA LIMA?

MICHAEL JACKSON EM SUA DERRADEIRA APARIÇÃO, EM 24 DE JUNHO DE 2009. O viralatismo cultural enrustido, aquele que ultrapassa os limites do noticiário político que carateriza o “jornalismo da OTAN” - corrente de compreensão político-cultural, fundamentada num “culturalismo sem cultura”, que contamina as esquerdas médias abduzidas pela mídia patronal - , tem desses milagres.  O que a Faria Lima planeja em seus escritórios em Pinheiros e Itaim Bibi (nada contra esses bairros, eu particularmente gosto deles em si, só não curto as ricas elites da grana farta) acaba, com uma logística publicitária engenhosa, fazendo valer não só nas areias do Recreio dos Bandeirantes, mas também nos redutos descolados de Recife, Fortaleza e até Macapá. Vide, por exemplo, a gíria “balada”, jargão de jovens ricos da Faria Lima para uma rodada de drogas alucinógenas. Pois a “novidade” trazida pelos farialimeiros que moldam o comportamento da sociedade brasileira através da burguesia ilustrada, é a “ressurrei...

MÚSICA BREGA-POPULARESCA É UM PRODUTO, UMA MERA MERCADORIA

PROPAGANDA ENGANOSA - EVENTO NO TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO EXPLORA A FALSA SOFISTICAÇÃO DO CONSTRANGEDOR SUCESSO "EVIDÊNCIAS", COM CHITÃOZINHO & XORORÓ. O Brasil tem o cacoete de gourmetizar modismos e tendências comerciais, como se fossem a oitava maravilha do mundo. Só mesmo em nosso país os produtores e empresários do entretenimento, quando conseguem entender a gramática de um fenômeno pop dos EUA e o reproduzem aqui - como, por exemplo, o Rouge como imitação das Spice Girls e o Maurício Manieri como um arremedo fraco de Rick Astley - , posam de “descobridores da roda”, num narcisismo risível mas preocupantemente arrogante. Daí que há um estigma de que nosso Brasil a música comercial se acha no luxo de se passar por “anti-comercial” usando como desculpa a memória afetiva do público. Mas não vamos nos iludir com essa mentira muito bem construída e muito bem apoiada nas redes sociais. Você ouve, por exemplo, o “pagode romântico”, e acha tudo lindo e amigável. Ouv...

LULA VIROU O CANDIDATO DA ELITE “LEGAL” QUE CONTROLA AS REDES

JOVENS DESPERDIÇANDO SEU DIREITO DE ESCOLHA APOSTANDO NA "DEMOCRACIA DE UM HOMEM SÓ" DE LULA. Um levantamento do Índice Datrix dos Presidenciáveis divulgou dados de agosto último, apontando a liderança do presidente Lula no engajamento das redes sociais. Lula teve um aumento de 55% em relação a julho e ocupa o primeiro lugar, com 24,39 pontos. Já Michelle Bolsonaro, um dos nomes da direita brasileira, cai 53%< estando com 18,80 pontos. Ciro Gomes foi um dos que mais cresceram, indo do sexto para o segundo lugar (verificar os pontos). Lula tornou-se o candidato predileto da “nação Instagram/Tik Tok”. Virou o político preferido da elite “legal” que domina as narrativas nas redes sociais. E isso acontece num contexto bastante complicado em que uma parcela abastada da sociedade aposta em Lula como fiador de um desejo insano de dominar o mundo. Vemos começar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de envolvimento em um plano de golpe junto a outros militares. E te...

A MIRAGEM DO PROTAGONISMO MUNDIAL BRASILEIRO

A BURGUESIA ILUSTRADA BRASILEIRA ACHA QUE JÁ CONQUISTOU O MUNDO. Podem anotar. Isso parece bastante impossível de ocorrer, mas toda a chance do Brasil virar protagonista mundial, e hoje o país tenta essa façanha testando a coadjuvância no antagonismo político a Donald Trump, será uma grande miragem. Sei que muita gente achará este aviso um “terrível absurdo”, me acusando de fazer fake news ou “ter falta de amor a Deus”, mas eu penso nos fatos. Não faço jornalismo Cinderela, não estou aqui para escrever coisas agradáveis. Jornalismo não é a arte de noticiar o desejado, mas o que está acontecendo. O Brasil não tem condições de virar um país desenvolvido. Conforme foi lembrado aqui, o nosso país passou por retrocessos socioculturais extremos durante seis décadas. Não serão os milagres dos investimentos, a prosperidade e a sustentabilidade na Economia que irão trazer uma cultura melhor e, num estalo, fazer nosso país ter padrões mais elevados do que os países escandinavos, por exemplo....

BEATITUDE VERGONHOSA… E ENVERGONHADA

A idolatria aos chamados “médiuns espíritas” - espécie de “sacerdotes” desse Catolicismo medieval redivivo que no Brasil tem o nome de Espiritismo - é um processo muito estranho. Uma beatitude rápida, de uns poucos minutos ou, se depender do caso, apenas um ou dois dias, manifesta nas redes sociais ou pelo impulso a algum evento da mídia empresarial, principalmente Globo e Folha, mas também refletindo em outros veículos amigos como Estadão, SBT, Band e Abril. Parece novela ruim esse culto à personalidade que blinda esses charlatães da fé dita “raciocinada” - uma ideia sem pé nem cabeça que pressupõe que dogmas religiosos teriam sido “avaliados, testados e aprovados” pela Ciência, por mais patéticos e sem lógica que esses dogmas sejam - , tamanho é o nível de fantasias e ilusões que cercam esses farsantes que exploram o sofrimento humano.  Os “médiuns” foram e são mil vezes mais traiçoeiros que os “bispos” neopentecostais, mas são absolvidos porque conseguem enganar todo mundo com u...

SOBRE A POLARIZAÇÃO ENTRE LULISTAS E BOLSONARISTAS

Sobre a polarização, tema a ser relembrado nas manifestações de hoje, Dia da Independência do Brasil, devemos refletir a respeito do lulismo. Os lulistas não admitem a hipótese de que Lula é o responsável pelo bolsonarismo. Em verdade, Lula não é mesmo, pelo menos por parte de seus propósitos, mas a atuação dele no poder, até em função da polarização que ele representa, acaba provocando a reação dos opositores mais radicais. Ou seja, Lula, estando no poder, sem querer acaba estimulando a reação bolsonarista. Lula não é extremista e seu esquerdismo, observando bem, é muito fraco e tão brando que não assusta a Faria Lima e nem representa rupturas com a ordem social vigente há pelo menos 50 anos. Mas, simbolicamente, Lula é um dos extremos na disputa por hegemonia no imaginário coletivo brasileiro, não podendo o presidente combater a polarização apostando num “Brasil de todos”, afinal ele é um dos polos dessa disputa, não uma força a existir fora da polarização. Isso é tão certo que, em t...