O DIA, COMO A MÍDIA HEGEMÔNICA RESTANTE, PREGA O DISCURSO PIEGAS DA PAZ QUE PODE FAVORECER AINDA MAIS A TIRANIA DE JAIR BOLSONARO.
Evidentemente, concordo que todos devamos viver em paz. Mas eu vejo com muita desconfiança discursos que enfatizam um aparente pacifismo.
O "pacifismo de retórica" é carregado de muita pieguice.
Falar em paz é como o açúcar que, em doses moderadas, dá um sabor agradável a certos alimentos e bebidas, mas, colocado em excesso, causa enjoo e mal-estar.
Quem fala demais em paz acaba deixando de praticá-la. E ainda tem a "paz sem voz" como lembrou bem a antiga canção de O Rappa, cujo letrista e ex-intagrante, Marcelo Yuka, teve recentemene um AVC.
Eu deixei o Espiritismo brasileiro por diversos motivos, entre eles essa mania retórica demais, piegas e um tanto hipócrita, a respeito da "paz".
A religião, que, apesar de sua fachada "progressista", é uma das mais conservadoras e medievais, sempre pregou o "pacifismo da raposa e das galinhas".
Era aquela coisa. Ao sofredor, se pedia para aceitar as desgraças, evitando todo tipo de reclamação e, de preferência, passando a gostar de sofrer visando obter graças divinas.
Em contrapartida, o sofredor teria que aceitar, resignado, os abusos dos algozes, dos tiranos, dos oportunistas, dos usurpadores.
Também, a religião tem como maior ídolo um autor de literatura fake que se passava por "médium" e, com muita habilidade publicitária, virou um pretenso símbolo de filantropia, amor ao próximo e, sobretudo, paz.
Originalmente, o tal sujeito era malandro, esperto e também muito reacionário. Sim, estamos falando daquele "adorável" senhor que usava peruca, óculos escuros e ternos cafonas.
Essa retórica de "paz" e a "caridade" que nunca rompeu com as desigualdades sociais - embora fingisse combatê-las - não conseguem resolver os problemas e dilemas sociais mais profundos.
A retórica de "paz" enjoa de tão piegas e exagerada, e não acaba com as tensões sociais que causam tantos conflitos e violências.
Da mesma forma, também é falha uma "caridade" em que o suposto filantropo se sobrepõe à frente dos mais necessitados, compensando os resultados medíocres com os festejos da adoração.
Tem gente que nada faz pelo próximo, mas vive de colecionar prêmios, diplomas e medalhas pelo quase nada que foi feito.
E o grande problema que vemos hoje no "pacifismo de retórica", nesse estranho discurso da tolerância que mais parece defender o conformismo do que a verdadeira tolerância em si, está na reação da mídia hegemônica em relação ao atentado que atingiu Jair Bolsonaro.
O jornal O Dia, de perfil popularesco light e moderadamente conservador, veio com uma manchete piegas sobre "paz", que mostra uma certa hipocrisia.
Esse discurso de tolerância é ilustrado por fotos de diferentes candidatos à Presidência da República.
Tenta jogar sob o tapete a ameaça fascista de Bolsonaro, colocando-o numa posição "equânime" à dos principais concorrentes, inclusive Fernando Haddad.
Só que vemos o quanto há desigualdade, e Bolsonaro, como um corredor ruim que, para levar vantagem, usa um foguete para concorrer à Fórmula 1, agora buscará nas redes sociais seu reduto para "correr por fora" na competição eleitoral.
E isso é perigoso. Podemos tolerar a pessoa Jair Bolsonaro, reprovando qualquer ato de agressão a ele, seja qual for.
Mas não podemos tolerar seu projeto político, que explicitamente sinaliza para perda de direitos sociais, trabalhistas e de nossas riquezas econômicas.
O Brasil está caminhando para uma catástrofe, como se fosse uma versão ampliada do incêndio do Museu Nacional.
E falar em "paz" lembra mais a "paz sem voz", uma "tolerância de avestruz", a intimidação da crítica, do debate, do questionamento, só sendo permitido um "debate que não debate".
A mídia hegemônica, da qual se insere O Dia, está defendendo os retrocessos do governo Michel Temer que serão radicalizados por Jair Bolsonaro.
O Dia, com sua retórica, minimiza a gravidade da situação e tenta tranquilizar as pessoas escondendo a catástrofe política que se aproxima.
É como na retórica da religião que abandonei, o Espiritismo feito no Brasil.
Essa religião, que mais parece repaginação do velho Catolicismo jesuíta da Idade Média, fala que as pessoas estão na terra para "sofrer os piores sacrifícios".
Inventam, por devaneios materialistas e sem qualquer estudo, "mundos espirituais" que mais parecem contos de fadas com cenário de ficção futurista.
"Vidas futuras" que tomam o incerto como certo, sem que a Ciência comprovasse tais especulações.
Cenários que mais parecem condomínios de luxo aparecem como um "futuro" feito para justificar, cinicamente, a situação desgraçada dos tempos atuais.
São paisagens paradisíacas inventadas pelo imaginário "espírita" brasileiro, que causaria vergonha ao professor Rivail, vulgo Allan Kardec, que nunca foi de fantasiar materialisticamente o mundo espiritual.
Daí a "paz sem voz" da canção "A Minha Alma" de O Rappa. "Paz" que mais parece sinônimo de "medo", de "intimidação".
E é justamente o "medo" que favorece Jair Bolsonaro, e faz os brasileiros tolerarem a intolerância da extrema-direita que quer dominar o país com um golpe fantasiado de "voto popular".
Evidentemente, concordo que todos devamos viver em paz. Mas eu vejo com muita desconfiança discursos que enfatizam um aparente pacifismo.
O "pacifismo de retórica" é carregado de muita pieguice.
Falar em paz é como o açúcar que, em doses moderadas, dá um sabor agradável a certos alimentos e bebidas, mas, colocado em excesso, causa enjoo e mal-estar.
Quem fala demais em paz acaba deixando de praticá-la. E ainda tem a "paz sem voz" como lembrou bem a antiga canção de O Rappa, cujo letrista e ex-intagrante, Marcelo Yuka, teve recentemene um AVC.
Eu deixei o Espiritismo brasileiro por diversos motivos, entre eles essa mania retórica demais, piegas e um tanto hipócrita, a respeito da "paz".
A religião, que, apesar de sua fachada "progressista", é uma das mais conservadoras e medievais, sempre pregou o "pacifismo da raposa e das galinhas".
Era aquela coisa. Ao sofredor, se pedia para aceitar as desgraças, evitando todo tipo de reclamação e, de preferência, passando a gostar de sofrer visando obter graças divinas.
Em contrapartida, o sofredor teria que aceitar, resignado, os abusos dos algozes, dos tiranos, dos oportunistas, dos usurpadores.
Também, a religião tem como maior ídolo um autor de literatura fake que se passava por "médium" e, com muita habilidade publicitária, virou um pretenso símbolo de filantropia, amor ao próximo e, sobretudo, paz.
Originalmente, o tal sujeito era malandro, esperto e também muito reacionário. Sim, estamos falando daquele "adorável" senhor que usava peruca, óculos escuros e ternos cafonas.
Essa retórica de "paz" e a "caridade" que nunca rompeu com as desigualdades sociais - embora fingisse combatê-las - não conseguem resolver os problemas e dilemas sociais mais profundos.
A retórica de "paz" enjoa de tão piegas e exagerada, e não acaba com as tensões sociais que causam tantos conflitos e violências.
Da mesma forma, também é falha uma "caridade" em que o suposto filantropo se sobrepõe à frente dos mais necessitados, compensando os resultados medíocres com os festejos da adoração.
Tem gente que nada faz pelo próximo, mas vive de colecionar prêmios, diplomas e medalhas pelo quase nada que foi feito.
E o grande problema que vemos hoje no "pacifismo de retórica", nesse estranho discurso da tolerância que mais parece defender o conformismo do que a verdadeira tolerância em si, está na reação da mídia hegemônica em relação ao atentado que atingiu Jair Bolsonaro.
O jornal O Dia, de perfil popularesco light e moderadamente conservador, veio com uma manchete piegas sobre "paz", que mostra uma certa hipocrisia.
Esse discurso de tolerância é ilustrado por fotos de diferentes candidatos à Presidência da República.
Tenta jogar sob o tapete a ameaça fascista de Bolsonaro, colocando-o numa posição "equânime" à dos principais concorrentes, inclusive Fernando Haddad.
Só que vemos o quanto há desigualdade, e Bolsonaro, como um corredor ruim que, para levar vantagem, usa um foguete para concorrer à Fórmula 1, agora buscará nas redes sociais seu reduto para "correr por fora" na competição eleitoral.
E isso é perigoso. Podemos tolerar a pessoa Jair Bolsonaro, reprovando qualquer ato de agressão a ele, seja qual for.
Mas não podemos tolerar seu projeto político, que explicitamente sinaliza para perda de direitos sociais, trabalhistas e de nossas riquezas econômicas.
O Brasil está caminhando para uma catástrofe, como se fosse uma versão ampliada do incêndio do Museu Nacional.
E falar em "paz" lembra mais a "paz sem voz", uma "tolerância de avestruz", a intimidação da crítica, do debate, do questionamento, só sendo permitido um "debate que não debate".
A mídia hegemônica, da qual se insere O Dia, está defendendo os retrocessos do governo Michel Temer que serão radicalizados por Jair Bolsonaro.
O Dia, com sua retórica, minimiza a gravidade da situação e tenta tranquilizar as pessoas escondendo a catástrofe política que se aproxima.
É como na retórica da religião que abandonei, o Espiritismo feito no Brasil.
Essa religião, que mais parece repaginação do velho Catolicismo jesuíta da Idade Média, fala que as pessoas estão na terra para "sofrer os piores sacrifícios".
Inventam, por devaneios materialistas e sem qualquer estudo, "mundos espirituais" que mais parecem contos de fadas com cenário de ficção futurista.
"Vidas futuras" que tomam o incerto como certo, sem que a Ciência comprovasse tais especulações.
Cenários que mais parecem condomínios de luxo aparecem como um "futuro" feito para justificar, cinicamente, a situação desgraçada dos tempos atuais.
São paisagens paradisíacas inventadas pelo imaginário "espírita" brasileiro, que causaria vergonha ao professor Rivail, vulgo Allan Kardec, que nunca foi de fantasiar materialisticamente o mundo espiritual.
Daí a "paz sem voz" da canção "A Minha Alma" de O Rappa. "Paz" que mais parece sinônimo de "medo", de "intimidação".
E é justamente o "medo" que favorece Jair Bolsonaro, e faz os brasileiros tolerarem a intolerância da extrema-direita que quer dominar o país com um golpe fantasiado de "voto popular".
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