Pular para o conteúdo principal

CASO JAIR BOLSONARO: ATENTADO NÃO O FAZ MELHOR CANDIDATO

BOLSONARISTAS NO RIO DE JANEIRO HOMENAGEIAM O CANDIDATO DO PSL DURANTE DESFILE DO DIA DA INDEPENDÊNCIA.

Passado o incidente do atentado contra Jair Bolsonaro, uma coisa é certa.

Ele não melhorou como candidato do PSL.

É verdade que a comoção do atentado assusta. A grande mídia até tentou superestimar a figura de Jair Bolsonaro. Parecia que surgia um "humanista" do nada.

Evidentemente a violência é condenável. Mas também Bolsonaro era famoso por mensagens rancorosas e atitudes bastante agressivas.

Claro que condenamos o atentado, repudiamos esse ato violento e que seus envolvidos - o agressor direto, Adélio Bispo de Oliveira, e dois supostos colaboradores - possam ser investigados e punidos conforme a lei.

Mas isso não faz de Bolsonaro um "herói" nem um candidato mais preparado para governar o Brasil.

Muito pelo contrário. Bolsonaro continua tão despreparado para ser presidente da República do que antes do atentado.

Além disso, Bolsonaro continua sendo uma ameaça para o Brasil.

Seu projeto político é reacionário e, assumidamente, continuador do programa de governo do impopular Michel Temer.

Isso está explícito nas declarações de Paulo Guedes, antigo colaborador dos "Chicago Boys" do ditador Augusto Pinochet, membro do Instituto Millenium, banqueiro e neoliberal convicto.

Não se pode comover com Jair Bolsonaro a ponto de passar a ver nele aquilo que ele não é.

Continua sendo arriscado apoiá-lo, e espera-se que se esfrie a repercussão da sua comoção e ele deixe o primeiro e o segundo turnos lhe escaparem das mãos.

Que Bolsonaro melhore, seja feliz, esteja em paz, evidentemente isso é bastante salutar.

Mas cada um com suas habilidades. Jair Bolsonaro não consegue convencer como presidenciável, só para uma minoria de sociopatas e moralistas retrógrados.

O Brasil não pode ser feito para eles, para quem tem saudade da ditadura militar mas, de forma dissimulada, quer a sua volta sob o aparato do voto popular.

No sentido de capitalizar para seu "favoritismo", espera-se que a comoção em torno de Bolsonaro seja um fogo de palha.

Com Michel Temer, o Brasil já chegou ao fundo do poço dos retrocessos trazidos pela retomada conservadora.

Não vamos levar isso às últimas consequências. Com Bolsonaro simbolizando o ódio e a agressividade dos sociopatas das redes sociais.

Os sociopatas já mandam demais nos espaços digitais, ordenando campanhas coletivas de humilhação dos outros, impondo pontos de vista e defendendo causas furadas que só a eles interessam.

Não queremos ver os sociopatas conquistando o poder federal através de seu "mito". Seria assustador ver os valentões da Internet alcançando este espaço, praticamente governando o país.

Esperemos que, ao menos, venha um segundo turno com Haddad enfrentando Geraldo Alckmin, Ciro Gomes ou Marina Silva.

Que Jair Bolsonaro se limite a ser apenas um "mito" cultuado pelo seu fã-clube.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FUNQUEIROS, POBRES?

As notícias recentes mostram o quanto vale o ditado "Quem nunca comeu doce, quando come se lambuza". Dois funqueiros, MC Daniel e MC Ryan, viraram notícias por conta de seus patrimônios de riqueza, contrariando a imagem de pobreza associada ao gênero brega-popularesco, tão alardeada pela intelectualidade "bacana". Mc Daniel recuperou um carrão Land Rover avaliado em nada menos que R$ 700 mil. É o terceiro assalto que o intérprete, conhecido como o Falcão do Funk, sofreu. O último assalto foi na Zona Sul do Rio de Janeiro. Antes de recuperar o carro, a recompensa prometida pelo funqueiro foi oferecida. Já em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, outro funqueiro, MC Ryan, teve seu condomínio de luxo observado por uma quadrilha de ladrões que queriam assaltar o famoso. Com isso, Ryan decidiu contratar seguranças armados para escoltá-lo. Não bastasse o fato de, na prática, o DJ Marlboro e o Rômulo Costa - que armou a festa "quinta coluna" que anestesiou e en

FIQUEMOS ESPERTOS!!!!

PESSOAS RICAS FANTASIADAS DE "GENTE SIMPLES". O momento atual é de muita cautela. Passamos pelo confuso cenário das "jornadas de junho", pela farsa punitivista da Operação Lava Jato, pelo golpe contra Dilma Rousseff, pelos retrocessos de Temer, pelo fascismo circense de Bolsonaro. Não vai ser agora que iremos atingir o paraíso com Lula nem iremos atingir o Primeiro Mundo em breve. Vamos combinar que o tempo atual nem é tão humanitário assim. Quem obteve o protagonismo é uma elite fantasiada de gente simples, mas é descendente das velhas elites da Casa Grande, dos velhos bandeirantes, dos velhos senhores de engenhos e das velhas oligarquias latifundiárias e empresariais. Só porque os tataranetos dos velhos exterminadores de índios e exploradores do trabalho escravo aceitam tomar pinga em birosca da Zona Norte não significa que nossas elites se despiram do seu elitismo e passaram a ser "povo" se misturando à multidão. Tudo isso é uma camuflagem para esconder

DEMOCRACIA OU LULOCRACIA?

  TUDO É FESTA - ANIMAÇÃO DE LULA ESTÁ EM DESACORDO COM A SOBRIEDADE COM QUE SE DEVE TER NA VERDADEIRA RECONSTRUÇÃO DO BRASIL. AQUI, O PRESIDENTE DURANTE EVENTO DA VOLKSWAGEN DO BRASIL. O que poucos conseguem entender é que, para reconstruir o Brasil, não há clima de festa. Mesmo quando, na Blumenau devastada pela trágica enchente de 1983, se realizou a primeira Oktoberfest, a festa era um meio de atrair recursos para a reconstrução da cidade catarinense. Imagine uma cirurgia cujo paciente é um doente em estado terminal. A equipe de cirurgiões não iria fazer clima de festa, ainda mais antes de realizar a operação. Mas o que se vê no Brasil é uma situação muito bizarra, que não dá para ser entendida na forma fácil e simplória das narrativas dominantes nas redes sociais. Tudo é festa neste lulismo espetaculoso que vemos. Durante evento ocorrido ontem, na sede da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, Lula, já longe do antigo líder sindical de outros tempos, mais parecia um showm

VIRALATISMO MUSICAL BRASILEIRO

  "DIZ QUE É VERDADE, QUE TEM SAUDADE .." O viralatismo cultural brasileiro não se limita ao bolsonarismo e ao lavajatismo. As guerras culturais não se limitam às propagandas ditatoriais ou de movimentos fascistas. Pensar o viralatismo cultural, ou culturalismo vira-lata, dessa maneira é ver a realidade de maneira limitada, simplista e com antolhos. O que não foi a campanha do suposto "combate ao preconceito", da "santíssima trindade" pró-brega Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches e Hermano Vianna senão a guerra cultural contra a emancipação real do povo pobre? Sanches, o homem da Folha de São Paulo, invadindo a imprensa de esquerda para dizer que a pobreza é "linda" e que a precarização cultural é o máximo". Viralatismo cultural não é só Bolsonaro, Moro, Trump. É"médium de peruca", é Michael Sullivan, é o É O Tchan, é achar que "Evidências" com Chitãozinho e Xororó é um clássico, é subcelebridade se pavoneando

LULA NÃO QUER ROMPER COM A VELHA ORDEM

Vamos combinar uma coisa. As redes sociais são dominadas por uma elite bem de vida e de bem com a vida, uma classe brasileira que se acha "a mais legal do planeta", e "a mais equilibrada", sem os fundamentalismos afro-asiáticos nem os pessimismos distópicos do Existencialismo europeu. Essa classe quer parecer tudo de bom e soar, para outras pessoas, diferente dos padrões convencionais da humanidade. Daí a luta de muitos em serem aquilo que não são, parecerem o oposto de si mesmos para lacrar na Internet e obter popularidade e prestígio. Daí ser compreensível que a falsidade é um fenômeno tipicamente brasileiro. O "tomar no cool " que combina pretensiosismos e falsos preciosismos, grandiloquência e espiral do silêncio, a obsessão em parecer diferente sem abandonar as convenções sociais, a luta em parecer novo sem deixar de ser velho, de estar na vanguarda mesmo sendo antiquado, na esperança de que o futuro repita o passado enquanto se vê um museu de grandes

LULA REPAGINA O "MILAGRE BRASILEIRO"

O TERCEIRO MANDATO DE LULA NÃO REPRESENTA RUPTURA COM OS PARADIGMAS SOCIOCULTURAIS VIGENTES NO PERÍODO DO GENERAL ERNESTO GEISEL, APENAS ADAPTANDO O "MILAGRE BRASILEIRO" PARA UM CONTEXTO "DEMOCRÁTICO". Duas "boas notícias" envolvem o Brasil.  Uma é a divulgação de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta um aparente crescimento da renda per capita da população brasileira, tomando como critérios de avaliação o trabalho, a aposentadoria, os auxílios governamentais (como o Bolsa Família), o aluguel e outros rendimentos. Segundo os dados divulgados, correspondentes a 2023, o maior nível de rendimentos médios está no Distrito Federal, com o valor de R$ 3.357, enquanto o Maranhão aparece em último lugar, com R$ 945. São Paulo teve o valor de R$ 2.492, estando em segundo. Em terceiro, o Rio de Janeiro ficou em terceiro, com R$ 2.367.  Reduto do bolsonarismo, Santa Catarina, quinta colocada, ficou com R$ 2.269, seguida do berço d

QUANDO SUCESSO E DIGNIDADE NÃO COMBINAM EM SALVADOR

O Brasil já é um país de arrivistas, cujo modelo de moral religiosa se empenha, quase sempre, em proteger os abusos dos outros, como se a dignidade de um aflito se medisse na complacência ou mesmo na servidão a quem subiu na vida de maneira desonesta ou inconveniente. Tanto isso ocorre que há um certo exagero na pregação de religiosos para os aflitos "retrabalharem as energias" para saírem de seus infortúnios. Na verdade, isso também é um meio, de, através da misericórdia e do perdão (não seriam "riquesicórdia" e "ganhão"?) a um abusador, poupado e mantido nos seus privilégios desmerecidos, se passe pano nas desigualdades que se agravam no nosso país? As religiões, por meio desse procedimento, tentam fazer os aflitos se convencerem de que é preciso ter sangue de barata para viver. Não se pode sequer gemer de dor, quanto mais reclamar da cida. Se a pessoa vive um drama kafkiano, que então se sinta como o homem tornado barata, na metamorfose astral mediante

O DESESPERO DAS ESQUERDAS COM A CRISE DO GOVERNO LULA

LULA INVESTE NO MUNDO DE SONHO E FESTA, QUE NÃO CONOVE QUEM ESTÁ FORA DA BOLHA LULISTA. As esquerdas, na semana passada, ficaram apreensivas. Depois da boa adesão de bolsonaristas na passeata da Avenida Paulista, no último 25 de fevereiro, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade do presidente Lula, mesmo quando aparentemente foram divulgados resultados positivos na Economia. Crentes num protagonismo pleno e numa certeza absoluta de triunfo do Brasil, como se seu processo de transformação em país desenvolvido fosse inevitável e inabalável, as esquerdas brasileiras se recusam a admitir a realidade, a de que elas não são tão protagonistas quanto imaginam. Na verdade, as esquerdas "alugaram" seu espaço político aproveitando as brechas jurídicas do Supremo Tribunal Federal (STF), que só passou a reagir contra a Operação Lava Jato preocupados com a ascensão abusiva de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol ao poder. Era o velho fenômeno do capanga querendo tomar o

RETORNEI DE FÉRIAS

Foram dezoito dias no Grande Rio. Duque de Caxias, sobretudo Xerém, mais Rio de Janeiro, principalmente Tijuca, com passeios pelo Centro, Méier, Del Castilho e Barra da Tijuca. Uma breve passagem em Niterói, focalizando Icaraí e Jardim Icaraí, mas passando pela Rodoviária na Avenida Feliciano Sodré e no Plaza Shopping, no Centro. Dias de férias, entre 19 de dezembro e 06 de janeiro. Ao voltar para São Paulo, é tempo de arrumar a casa e planejar a vida. E o Linhaça Atômica está de volta, depois de alguns dias com reprise de antigas postagens. 2022 foi embora, bastante difícil e um tanto doloroso, e 2023 começa, prometendo ser também um outro ano difícil. Mas vamos seguir em frente, e esperamos que melhorias ocorram. O blogue está de volta.  

CRÔNICA DO EGOÍSMO HUMANO

O relato é fictício, formalmente falando, mas é algo que pode ocorrer, e muito, na realidade cotidiana, e mostra o quanto a tal "sociedade do amor", "humanista e democrática" é marcada de muito egoísmo. Um homem, desses "mauricinhos" pós-modernos, com cabelo cacheado e barbinha, passa pela rua e um pedinte, chorando, lhe suplica, aos prantos: - Piedade, amigo, estou passando dificuldades, você poderia me dar dinheiro para eu poder viver? Com uma cara mal disfarçada de aborrecimento, o sujeito, fazendo com uma das mãos o gesto de mandar o outro parar, tenta ser educado com as palavras e fala, ao mesmo tempo com calma e frieza: - Desculpe, meu caro, mas eu não tenho dinheiro. Estou sem grana pra te dar, me desculpe. O rapaz foi embora, enquanto o pedinte permanece em sua triateza sem fim. Até que o sujeito que recusou a dar dinheiro entrou num supermercado próximo e o pedinte, que voltou a se sentar na calçada, se levantou e foi observar o outro. O rapaz hav