Se o Brasil fosse um país com um pingo de normalidade e realismo, teríamos quatro candidatos disputando um lugar ao Sol na campanha presidencial.
São eles: Fernando Haddad, Ciro Gomes, Marina Silva e Geraldo Alckmin.
Deixando de lado polarizações e catarses, são eles os quatro favoritos autênticos para presidir o país, dentro de uma perspectiva mais racional.
São eles que, de alguma forma, apresentam alguma proposta.
Evidentemente, Fernando Haddad é o melhor deles, procurando herdar o projeto de Lula de maneira bem renovada, e prometendo maior criatividade no desmonte do legado horripilante de Michel Temer.
Perto deles, é possível admitir que Álvaro Dias e Henrique Meirelles, no âmbito da centro-direita, e Guilherme Boulos e João Vicente Goulart (o filho de Jango, que usa agora a alcunha de João Goulart Filho), também busquem esforços nesse sentido.
Observa-se, nesse âmbito de propostas razoáveis para o Brasil, que o arroz-de-festa (ou fogo-de-palha?) Jair Bolsonaro, o suposto favorito (graças a um "jabá" de Paulo Guedes e ao reboot do "voto de cabresto" nas redes sociais), está ausente.
O "mito" só se projeta por puro sensacionalismo, pela espetacularização, pela catarse. Mas Jair Bolsonaro chega a ser mais "picolé de chuchu", como presidenciável, que o "picolé de chuchu" oficial, Geraldo Alckmin.
Vejamos algumas propostas dos quatro candidatos do mainstream político, segundo mostra uma página conservadora, o portal G1, da Globo.
Geraldo Alckmin propõe parceria com a sociedade para criar rede de combate ao câncer, diz condenar o reajuste diário dos combustíveis, promete atuação mais técnica nas agências reguladoras (como ANEEL, ANS e ANAC), reduzir impostos para empresas.
Marina Silva defende produção agrícola sustentável, demarcação de terras indígenas, medidas para reprimir o desmatamento, educação integral para crianças, despoluição da Baía da Guanabara e promover reforma tributária.
Ciro Gomes quer reestruturar dívidas de Estados, quer reduzir juros dos bancos, criar políticas para facilitar a resolver as dívidas da inadimplentes no crédito, promete ensino integral profissionalizante para pessoas em idade escolar.
Fernando Haddad também pretende criar políticas para facilitar a resolver dívidas no crédito e rever a política de reajustes nos combustíveis. Haddad é candidato oficial há poucos dias, o G1 publicou pouco de suas propostas.
Haddad e Marina Silva foram os únicos a mencionarem, entre suas propostas, a manutenção e preservação dos museus.
O ex-prefeito de São Paulo tem várias outras propostas e herdará o programa elaborado para a candidatura de Lula.
Haddad também é o único candidato que, de maneira convicta, irá revogar os retrocessos políticos e econômicos do governo Michel Temer.
Ele é um candidato que manterá o equilíbrio de relações com o mercado e os movimentos sociais.
Fernando Haddad é o que representa, realmente, o novo na política.
É lamentável que a grande mídia o trate com desdém, tratando-o como um "laranja" de Lula.
Mas ele é o que mais está atraente em propostas para o país.
Os demais, no entanto, poderiam ser considerados, como no jogo democrático.
Já o "mito" Jair Bolsonaro, quando apresentava propostas, são sempre para pior: Estado anoréxico, estímulo ao porte de armas, extinção do Ministério da Cultura com seu rebaixamento a secretaria etc.
Parece o projeto político do impopular Temer. Mas Jair conta com um "favoritismo" nas pesquisas, ainda que às custas do jabaculê de Paulo Guedes e do "voto de cabresto" redivivo pelo valentonismo nas redes sociais.
O Brasil de Fernando Haddad é real. O Brasil de Ciro, Marina e Geraldo tem lá seus problemas, mas não ofende a realidade brasileira.
Já o Brasil de Bolsonaro é surreal. Do brigão da escola, do analfabeto em História, do masoquista "pobre de direita", da diarreia eleitoral, do vômito nas urnas. É o Brasil de quem fica preso demais na realidade virtual das redes sociais.
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