Hoje, Dia da Pátria, mais parece um feriado de Finados.
Desde o golpe político de 2016, nunca o Brasil teve tantas confusões nos últimos tempos.
Em 2018 tivemos morte da vereadora Marielle Franco, num atentado até hoje não devidamente investigado.
Tivemos a prisão do ex-presidente Lula, motivada por uma estória muito mal contada e cheia de fofocas sobre o triplex do Guarujá.
Tivemos o incêndio que devastou o Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
São incidentes que ilustram o período louco em que vivemos, num Brasil perdido em retrocessos e outros fenômenos surreais.
É do Brasil, por exemplo, a religião que se desenvolveu traindo seu próprio precursor, o Espiritismo, cuja versão brasileira fugiu completamente da essência da doutrina francesa original.
Essa religião brasileira promoveu a semi-deus, com a ajuda decisiva da Rede Globo, um co-autor de grosseiros pastiches literários e dotado de ideias bastante reacionárias que pediam para quem sofresse muito na vida aguentasse tudo calado, em silêncio.
É aquele tal "médium" que usava peruca e vestia ternos cafonas, figura lamentável que usurpou e degradou a memória do grandioso e injustiçado Humberto de Campos, por meio da literatura fake.
Temos também uma intelectualidade, a "bacana", que prefere respaldar formas comerciais e caricaturais de "expressão popular" do que lutar pelo verdadeiro patrimônio cultural brasileiro acumulado por séculos.
País surreal, o Brasil, que ainda por cima vive em surtos golpistas preocupantes.
A própria República surgiu num golpe, e, de forma surreal, um monarquista cansado se tornou presidente da República, o marechal Deodoro da Fonseca.
Estamos a regressar aos tempos da República Velha, com o voto de cabresto em prol de Jair Bolsonaro, motivado tanto pelo lobby de Paulo Guedes nas elites empresariais e financeiras, quanto pela pressão do assédio moral da minoria de bolsomínions.
O atentado cometido contra Jair Bolsonaro só fez complicar as coisas. A ascensão sem freio do "mito", mesmo artificial, andou derrubando obstáculos ou encontrando brechas no caminho.
As brechas foram dadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, que aceitou a candidatura de Jair, ainda que este fosse réu por causa de comentários feitos ofendendo quilombolas.
A "pegadinha" de Jair é que ele não individualiza os alvos de seus comentários agressivos, daí que a Justiça não consegue ver ato grave em tais declarações.
Mas é a mesma Justiça que leva a sério demais qualquer fofoca que supostamente incrimine Lula.
O atentado a Bolsonaro se junta à coleção de incidentes dos mais dramáticos que envolvem o Brasil.
Nunca um país sul-americano sofreu tantos incidentes confusos, infelizes ou desastrosos.
Pois já surgem boatos de golpismo e de que o atentado apresentava estranhezas.
Sem que aqui façamos qualquer suposição, reproduzimos dois comentários de um leitor do Jornal GGN, um de Wilton Santos e outro de Gilson AS, sobre a desconfiança de que o atentado teria sido um "factoide" ou um "não-acontecimento":
"Segundo os especialistas na área de cirurgia, uma facada provoca mais sangramento que um tiro.
Quem já teve um corte profundo em alguma parte do corpo , sabe a quantidade de sangue que sai.
A camisa do Bolsonaro não tinha marcas de sangue.
Está rolando um boato que a faca era de plástico. Quem quer matar alguém, usaria faca de verdade. O cara que provocou o atentado Fake, quem cara de porra louca.
Nesta semana Bolsonaro se encontrou com os Marinhos.
Sei não ! Nesta eleições tudo é possível.
Isso está cheirando Fake Atentado.
Vamos ver quanto tempo Bolsonaro leva para se recuperar.
Quando a situação para aquele pastor muquirana Waldomiro Santiago ,andava meio ruim, em baixa, ele também sofreu um atentado. Levou uma facada sem sangramento.
Então tá !" (Gilson AS)
"Como é que permitiram tirar fotos da mesa de cirurgia? Tudo isso está muito estranho. Vindo do Jair Bolsonaro e seus marqueteiros que adotam métodos não convencionais de propaganda política podemos duvidar de tudo. Essa história de ter se encontrado com os donos da globo na véspera também é muito suspeito. Outra coisa estranha é um atentado a facada no meio de um monte de troglodita, certamente o autor do atentado seria espancado até a morte pelos burucutus que seguem o bolsonaro.
Estão criando um clima de caos para impedir que as eleições ocorram e criar comoção nacional para desviar as atenções da opinião pública. A direita brasileira é capaz de tudo para impedir a vitória da esquerda nas próximas eleições. É melhor ficar atento para mais eventos como esse que tulmultuam o processo eleitoral.
Ruim". (Wilton Santos)
Além desses comentários, chama a atenção o que escreveu o sítio Antagonista, ligado à empresa Empiricus (cujo fundador, Marcos Eduardo Elias, foi preso acusado de desvio de conta bancária) e criado por Mário Sabino e Diogo Mainardi.
Segundo o Antagonista, o general Eduardo Villas-Boas convocou uma reunião extraordinária do alto comando do Exército. Diz a postagem:
"O Antagonista apurou que o comandante do Exército, general Villas Bôas, acaba de convocar uma reunião emergencial do Alto Comando – que reúne 16 generais quatro estrelas.
Será agora, às 18h30, por videoconferência. Na cúpula do Exército, o entendimento é de que a “a situação do país piorou”.
“As instituições perderam a mão. Se o Bolsonaro morrer, a coisa vai desandar”, comenta um oficial".
Por outro lado, o candidato a vice da chapa de Jair Bolsonaro, o também general Antônio Hamilton Mourão, acusou o autor do atentado, Adélio Bispo de Oliveira, de ser filiado ao Partido dos Trabalhadores.
Só que Adélio era filiado ao PSOL e havia se desligado do partido. Adélio apenas virou um crítico das maçonarias, lembrando que Michel Temer (o qual Adélio também repudiava) já foi um maçom.
Há rumores de todo tipo, inclusive de possível cancelamento das eleições e de ameaça de um novo golpe militar.
E imaginar que, quando escrevo esta postagem (noite de 06 de setembro), alguém toca o "Hino da Independência", composição de Dom Pedro II (música) e Evaristo da Veiga (letra), com sua flauta, na vizinhança.
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