Jair Bolsonaro, do contrário que oficialmente se espalha, caiu feio nas pesquisas eleitorais e você, caro leitor, não sabe e nem é estimulado a saber.
O favoritismo fake do candidato do PSL era para ter despencado, pelo menos, umas três vezes, e, se o Brasil não fosse inclinado ao surrealismo, Bolsonaro seria mais incapaz que Marina Silva para subir sequer meio ponto nas pesquisas.
Mas, infelizmente, o FEBEAPÁ sobreviveu ao seu autor Sérgio Porto (a completar 50 anos de morte no próximo dia 30) e saiu do papel.
Hoje o FEBEAPÁ concorre com o Doctor Who entre os espetáculos de maior duração do mundo (se bem que o Doctor Who é de 1963 e o FEBEAPÁ, de 1966).
E aí, o que temos? Paulo Guedes, um economista retrógrado, colaborador da ditadura de Pinochet no Chile, subcelebridade da economia, espécie de Roberto Campos piorado.
Jair Bolsonaro não tem o menor mérito para estar sequer como vice-favorito nas pesquisas. Segundo turno, para ele, é como um passarinho que foge quando insistimos em pegá-lo.
Mas o "favoritismo" dele tem um motivo. Paulo Guedes, mais do que o "posto Ipiranga" do "mito", é seu jabazeiro.
Devemos prestar atenção no caráter duvidoso das pesquisas de intenção de voto.
Os institutos de pesquisa não conseguem esconder para que clientes eles estão servindo. Eles são claramente encomendados por entidades ligadas à grupos empresariais.
Eles não merecem a menor confiança, a rigor. Quando muito, apenas fazem um "recorte" do que pensa a sociedade, como um médico que colhe um pouco se sangue avaliar a saúde de alguém.
As pesquisas costumam entrevistar de 1000 a 2000 pessoas, se é que realmente as entrevistam. É muito comum duvidar disso, pois muitos brasileiros reclamam que nunca foram entrevistados nessas pesquisas.
Só eventualmente esse punhadinho de pessoas, num país oficialmente com 208 milhões de habitantes, coincide com a realidade da sociedade.
Mas isso ocorreu em outras ocasiões. Nem sempre. E hoje, quando até uma religião se alimenta de literatura fake - o Espiritismo, catolicizado, que é feito no Brasil, através dos midiáticos "médiuns" - , há muita coisa fake que se vende como "verdade absoluta".
Se até as rádios FM escondem sua queda de audiência tomando emprestado sintonias de web radio, então as pesquisas eleitorais são capazes de criar fenômenos fake.
E aí tem o lobby de Paulo Guedes, ele mesmo uma figura que deveria ser repulsiva para os brasileiros.
Guedes afirmou, com todas as suas palavras, que irá continuar o projeto econômico de Michel Temer e seu "pacote de maldades". Pior: Guedes afirmou, de maneira explícita, que irá até radicalizá-los, prometendo ação rápida e extrema.
Temer é impopular. Mas Bolsonaro, que também prometeu herdar o projeto político, é, aparentemente, "muito popular".
Bolsonaro, na verdade, deveria estar somente com 5% nas pesquisas de intenção de voto. O segundo turno, para ele, deveria ser um sonho distante.
Até Henrique Meirelles e Álvaro Dias teriam alguma chance no segundo turno, se comparados ao "mito" e seu jeito histriônico de atuar.
Bolsonaro caiu nas pesquisas três vezes. O jabá de Paulo Guedes é que não deixa, "segurando" artificialmente algo em torno de 15% ou 20% das pesquisas.
Na primeira, ao ensinar crianças a fazerem gestos de atirador, incitando sutilmente a violência.
A sociedade em geral ficaria abismada com o gesto. A sociedade conservadora, tão preocupada com a Família, como instituição mítica, ficaria horrorizada.
Num contexto menos absurdo, só essa atitude faria Bolsonaro perder, pelo menos, uns 10% de vantagem.
Na segunda, Bolsonaro revelou gafes e insegurança em declarações e atuações em debates e entrevistas de presidenciáveis.
Isso o fez se tornar um político pouco confiável. Até seu modo de falar não inspira segurança na população. Ele teria caído uns 5%.
Na terceira, quando manteve sua arrogância após ser internado por ferimentos causados pela facada que o atingiu, durante passeio de campanha em Juiz de Fora.
Deitado e em recuperação, Bolsonaro é fotografado fazendo gesto de tiro o que, para seus seguidores, pode ser uma autorização para se vingarem da maneira que quiserem.
Um gesto de ódio, diga-se de passagem. Menos de 5% de intenção de voto, no mínimo.
Só com esses três motivos, mesmo levando em conta apenas o caráter exigente que supostamente se atribui à sociedade conservadora ou mesmo a pessoas "nem de direita, nem de esquerda", colocariam o "mito" em baixa irrecuperável.
Imagina-se que ninguém, na sociedade conservadora, quis tirar Dilma Rousseff para querer um desequilibrado comandando o Brasil.
Num contexto menos surreal, o "posto Ipiranga" estaria "ardendo em chamas" num "incêndio incontrolável". Ainda mais quando Paulo Guedes sinaliza, confirmadamente, ser herdeiro do legado de Michel Temer.
É surreal a "popularidade" de Jair Bolsonaro, que só é ídolo, mesmo, entre os sociopatas da Internet.
Até pouco tempo atrás, os sociopatas estavam associados a atos de racismo, intolerância, machismo, racismo e até crimes de morte, quando atuavam fora das redes sociais.
Será que vamos deixar os sociopatas chegarem ao poder, transformando a República Federativa do Brasil numa extensão das ações truculentas das redes sociais?
O recomendável é que os brasileiros deixem de se servirem de picanha para o jabaculê estatístico de Paulo Guedes e não levar as pesquisas a sério.
Há políticos conservadores que, por mais retrógrados que sejam, pelo menos são menos perigosos que o ex-capitão Jair.
Portanto, é hora de deixar de votar com os neurônios e votar com mais responsabilidade.
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