Além da votação da PEC 241, a PEC da Catástrofe, a Câmara dos Deputados, com forte lobby dos aliados do governo Temer, já preparou ontem outro presente amargo.
A Câmara aprovou o projeto do então senador José Serra, hoje ministro das Relações Exteriores do temeroso governo, que dá fim à obrigatoriedade da Petrobras de exploração única das reservas de pré-sal existentes no Brasil.
Isso significa que haverá a participação de empresas estrangeiras na exploração do recurso, o que significa uma futura evasão de dinheiro, para as fortunas dos grandes magnatas do petróleo.
A Petrobras deixa de ter a obrigatoriedade de explorar, no mínimo, 30% das reservas de pré-sal, como sócia, e atuar como operadora única dos trabalhos de exploração.
O petróleo periga não ser mais nosso.
Primeiro, porque a Petrobras corre o risco de ser privatizada.
Será, neste caso, controlada por aquele mesmo tipo de consórcio de empresas, em que sócios brasileiros são testas-de-ferro de sócios estrangeiros.
E os investidores estrangeiros seguem aquela fórmula paródica de compartilhar renda, como se viu nos desenhos animados: "Um para você (brasileiro), dois para mim. Outro para você, dois, dez, um milhão para mim, etc".
Segundo, porque a parte do "bolo" do pré-sal será também explorada pelas "irmãs" do petróleo, como as gigantes Chevron, BP e Total.
A Total é famosa no Brasil pelo comercial pateticamente dublado que passou na TV, com os movimentos dos lábios não coincidindo com as palavras.
Nem para produzir comercial brasileiro, pelo menos, a Total teve a iniciativa.
Quanto à PEC 241, a pressão do governo Temer e seu escudeiro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tornou-se forte.
Os partidos foram induzidos a apoiar a maléfica proposta e o parlamentar de um desses partidos que votar contra a "peque" será expulso.
Partidos como PTB, PP, PSD, PR, PSC e, sobretudo, PMDB e PSDB, declararam apoio à monstruosa medida.
Os defensores do projeto tentam dizer que a PEC 241 "não vai cortar gastos públicos", mas evitar "aumentos abusivos e desnecessários".
Mas vejamos os valores que especialistas apontam que deixarão de ser investidos com a chamada "PEC do Teto", só nos próximos 10 anos.
Na Educação, a perda será de R$ 58,5 bilhões. Na Saúde, R$ 161,04 bilhões. Na Assistência Social, R$ 125,6 bilhões.
Será uma subtração de R$ 351,14 bilhões, o que impossibilita muitos benefícios para as classes populares.
Com valores muito acima disto, a Rede Globo será ajudada pela máquina estatal, dentro deste espaço de tempo.
A PEC 241 será votada na próxima semana. Será uma das alterações violentas da Constituição de 1988.
Tanto no caso da PEC quanto da quebra do monopólio da Petrobras no pré-sal, ainda existem itens a serem discutidos pelos parlamentares, mas tudo sinalizará para a prevalência dos interesses do "deus mercado".
O Brasil está altamente vulnerável, ameaçado de jogar suas conquistas históricas no lixo.
E o pior é que se vê pessoas sorridentes, achando que vivemos o melhor dos períodos. Alegria assim só pode nos trazer muita tristeza.
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