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"PAI" DA GÍRIA "BALADA" É ÍDOLO JUVENIL NO BRASIL NEOCON DE HOJE

WINDERSSON NUNES AO LADO DO "JOÃO DÓRIA JR." DOS JOVENS.

O cenário do Brasil de hoje é de dar medo. Daí o nome de Brasil Temeroso.

Não só pelo temeroso e tenebroso presidente, mas pelo temeroso e tenebroso cenário político, social, cultural, econômico e institucional.

Nas campanhas eleitorais, candidatos conservadores, sobretudo do PSDB e PMDB, tiveram ampla vantagem nas urnas.

Abatido pela Lava Jato, o PT foi a estrela cadente das Eleições 2016.

A catarse reacionária ainda colocou o ultradireitista Carlos Bolsonaro, filho do conhecido Jair, como vereador mais votado no hoje decadente Estado do Rio de Janeiro.

Oito dos 45 integrantes do Movimento Brasil Livre, um dos que organizaram as passeatas anti-Dilma, financiado por empresas e partidos de oposição ao PT, foram eleitos pelas votações de anteontem.

José Pocai Júnior, do PPS, é o membro do MBL que virou prefeito de Monte Sião (MG), cidade que não tem segundo turno. Ele vai assumir o mandato no ano que vem.

Fernando Silva Bispo, o Fernando Holiday, um dos líderes do MBL na sua sede, São Paulo, elegeu-se vereador pelo DEM e vai integrar a base de apoio do futuro prefeito João Dória Jr, cuja campanha foi apoiada pelo movimento.

Outros membros do MBL, distribuídos em partidos como PSDB, PV e PRB, também foram eleitos em outros Estados do país. Na Maringá de Sérgio Moro, Homero Marchese foi eleito vereador pelo PV.

É o espírito do tempo de uma juventude que elege Luciano Huck como o mais influente, entre famosos e youtubers.

A pesquisa foi feita pelo periódico Meio & Mensagem sobre as personalidades mais admiradas pelo público juvenil.

NATAL DO BEM DE 2009: LUCIANO HUCK E JOÃO DÓRIA JR. NA "BALADA" COM A "GALERA".

Luciano Huck, "pai" da gíria "balada" (gíria-símbolo da geração midiota) e espécie de "João Dória Jr." da juventude, lidera a lista dos vinte mais influentes.

Em seguida, aparece o youtuber Windersson Nunes (ou Whindersson).

Na lista, também aparece o ídolo dos reaças, Danilo Gentili, em quarto lugar.

Em 15º, aparece Caio Castro, um mau exemplo por não gostar de teatro (um ótimo ambiente para atores talentosos) e odiar ler livros (apesar de ter lançado um próprio), porque "cansa a vista", como se as letrinhas miúdas do WhatsApp no smartphone permitissem melhor leitura.

Caio é símbolo daquele contexto de curtição que os jovens "tudo de bom" que existem nas mídias sociais e que só se rebelam contra quem questiona o establishment, adoram: noitada, fama, sucesso, curtição.

A exceção está no casal Taís Araújo (5º) e Lázaro Ramos (7º), Cauã Reyond (11º) e Cléo Pires (17º), a trazer relevância e talento no mainstream consumido pelos jovens.

Ou mesmo Juliana Paes (14º), muito bela e talentosa, em que pese a postura pró-funqueira e anti-esquerda. Ou a gracinha Marina Ruy Barbosa (13°).

Ou Kéfera Buchmann, que, como na primeira safra de youtubers, veio com algo a dizer.

De resto, no entanto, o que se vê é a consagração do establishment neocon do Brasil de hoje, uma forma "irada" de aproveitar e seguir o "sistema".

É essa juventude que simboliza o cenário de hoje, com Michel Temer e João Dória Jr..

Que exalta Luciano Huck, o "rei da balada" e amigo de Aécio Neves e Mr. Catra.

Neste Brasil de Wesley Safadão, de Luan Santana, de Ivete Sangalo, de Anitta, de Nego do Borel, do comercialismo musical mais escancarado, um pop brasileiro para investidor novaiorquino ver.

Um Brasil que, malandramente, como "ensina" Dennis DJ e MC's Nandinho e Nego Bam, apoia a privatização da Petrobras e o fim gradual da universidade pública.

E que faz do mercado literário um deserto de boas ideias diante do besteirol de youtubers de terceira ou quarta geração, que fazem "filosofia" com unha encravada e espinha na cara.

Como se não bastassem os livros de auto-ajuda, religião, besteirol e até livros para colorir que em nada acrescentam no já difícil hábito de leitura do brasileiro médio.

Mas, também, quem é que está querendo saber do saber?

É por isso que o Brasil está entrando num rumo bastante sombrio. A experiência da ditadura militar, ignorada por muitos, ameaça ser repetida como uma lição que não foi aprendida pela primeira vez.

Triste isso.

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