Todo mundo sabe que a PEC 241, a PEC do Teto, inviabilizará uma boa parte de políticas públicas.
Será uma tragédia, com a extinção do SUS e sua substituição por um plano de saúde privada "popular".
Que talvez não tenha a "Bolsa Granfino" para financiar festas de gala e coleções de roupas chiques dos empresários da Educação e da Saúde.
Os ricos terão a sua comissão para o conforto acima do necessário, ou seja, o luxo.
Os pobres terão que pagar só para resolverem doenças, não raro graves.
E os planos "populares" muito provavelmente serão limitadíssimos, não cobrirão todos os serviços hospitalares.
A PEC 241 causará um quadro devastador, e muita gente morrerá nos hospitais por não ter a necessária fortuna para um bom tratamento.
Ou então porque terão que aguentar hospitais públicos superlotados, calorentos, asfixiantes, cujos médicos são poucos e o atendimento, precário por todos os motivos conhecidos.
Na Educação, professores ganharão menos e não terão a qualidade de vida necessária para permitir um melhor preparo para ensinar os alunos.
Vão trabalhar mais e receber menos que recebiam até vir esse golpe temeroso.
E os aposentados terão que trabalhar até morrer, porque o dinheiro da Previdência Social será pouco e tardio.
Em muitas regiões, nem haverá aposentados. Os trabalhadores morrerão antes dos 65 anos que Temer quer estabelecer como idade mínima.
PEC do Teto, reforma trabalhista, reforma previdenciária e Escola Sem Partido compõem o cardápio indigesto da "Ponte para o Futuro" do Plano Temer, na verdade uma pinguela para o passado.
Com a "peque", Temer irá mover seu rolo compressor sobre as políticas sociais.
Na reforma da Previdência Social, ele irá desvincular do salário mínimo os benefícios da previdência, e entre eles aqueles destinados a idosos e deficientes físicos de baixa renda.
O Benefício de Prestação Continuada destinaria a enviar recursos adicionais às prefeituras.
Até crianças deficientes deixarão de ser auxiliadas com o veto desse benefício.
Opositores de Temer já definem isso como um dos primeiros atos do projeto Criança Feliz (sic), que tem à frente a primeira-dama Marcela Temer.
E todo esse pacote do Plano Temer é defendido pela mídia venal como se fosse a salvação da humanidade.
Tem a mesma sinopse do confisco da poupança da Era Collor e, com algumas adaptações, ao programa de privatizações da Era FHC.
O roteiro é esse: impõe-se uma medida impopular, sob a desculpa de resolver a crise e promover o desenvolvimento econômico.
Cria-se uma torcida para que tais projetos sejam realizados, frustrando todo tipo de oposição, como que se derrubasse barreiras com trator.
E aí, quando tudo é realizado, pronto: a mídia comemora, o mercado celebra e dorme tranquilo.
O confisco das poupanças revelou um escândalo de corrupção por trás: o esquema do misteriosamente falecido tesoureiro Paulo César Farias, o "esquema PC".
A onda de privatizações de FHC revelou um outro escândalo: o da Privataria Tucana.
Qual o novo escândalo que a PEC 241 do governo Temer irá revelar?
Hoje ninguém sabe afirmar e há quem negue que vá ocorrer algum.
Mas o tempo dirá e é possível que a podridão seja revelada em questão de alguns anos.
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