Há praticamente dez anos morreu Bussunda, um dos mais talentosos humoristas do país.
Mas seu biógrafo, Guilherme Fiúza, passou a atrair as gargalhadas que antes eram dadas ao falecido membro do Casseta & Planeta.
Fiúza é membro-fundador do Instituto Millenium, junto com Pedro Bial, Rodrigo Constantino, Gustavo Franco e companhia.
Gustavo Franco, com sua pinta de falso nerd (a turma do "cervejão-ão-ão" iria adorar), é uma espécie de "padrinho" de Guilherme Fiúza.
O valente Fiúza foi namorado da socialite Narcisa Tamborindeguy, que foi mulher de um empresário do grupo Gerdau, Caco Gerdau Johannpeter.
Não por acaso, o grupo Gerdau patrocina o Instituto Millenium.
Guilherme Fiúza escreveu um texto na sua coluna da revista Época em que lançou uma tese debiloide.
A de que o New York Times é um jornal patrocinado pelo PT.
Nossa, que imaginação possuem os reaças da nossa mídia, que põem seus cérebros a serviço de seus umbigos!
Imagine, um jornal bastante conhecido nos EUA sendo financiado por um partido político brasileiro de esquerda!
Não há essa visão invertida de investimento brasileiro nos EUA.
Que o Departamento de Estado dos EUA financia golpes no Brasil e patrocina a grande mídia, como Rede Globo e revista Veja, e investe até mesmo no "funk carioca", isso é verdade.
Afinal, essa influência vertical dos EUA sobre o Brasil tem fundamentos históricos que analistas políticos sérios já explicaram bastante.
Os EUA planejaram até uma operação de guerra contra o Brasil, caso houvesse resistência para o golpe de 1964. A operação tinha até nome: Brother Sam.
Mas não faz sentido nem tem o menor fundamento a tese de Fiúza de que o NYT virou panfleto do Partido dos Trabalhadores.
Fiúza quer que o mundo se dobre para suas delirantes convicções pessoais.
O que ele e seus companheiros de causa (Merval Pereira, Diogo Mainardi, Eliane Cantanhede, Diego Escosteguy, Erick Bretas, Ricardo Noblat etc) pensam é que deve valer como verdade indiscutível.
Doa a quem doer. Eles é que são os acionistas majoritários da Verdade S/A.
Correspondentes de diversos órgãos de imprensa acharam ridículo o artigo de Fiúza.
O correspondente do Times no Brasil, Simon Romero, foi certeiro no Twitter: "Simplesmente patético: colunista da Época sugere que NYT está sendo pago. Diz que a imprensa internacional no Brasil deve se mudar para a Venezuela".
É uma visão desesperadamente paranoica.
É como se os jornalistas reaças do Brasil dissessem: "O que eu penso é a verdade, o que é contrário ao que penso é culpa do PT".
Forma doentia de se opor ao PT, atribuindo a ele os "males da Terra".
E o Brasil refém dessa imprensa cada vez mais umbiguista, no fundo um bando de bonecos ventríloquos dos aristocráticos barões midiáticos.
Que, por serem aristocráticos, nem por isso medem escrúpulos para que grosserias e visões dementes sejam veiculadas para impor uma abordagem neoliberal para a opinião pública.
Daí a gafe mundial de Guilherme Fiúza.
Que pode convencer seu fã-clube de devotos do Pato da FIESP com suas visões retrógradas não muito diferentes das de Rodrigo Constantino.
Aliás, parece que os dois escrevem de forma muito parecida.
Como todos os serviçais felizes do baronato midiático.
O problema é que o mundo é muito maior do que os minúsculos umbigos dos jornalistas reaças podem enxergar.
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