No dia em que foi divulgada a gravação de Romero Jucá conversando com o ex-presidente da Transpetro (subsidiária da Petrobras), Sérgio Machado, revelando os bastidores do impeachment, a grande mídia reagiu com raiva.
Sobretudo a Globo.
No Jornal Hoje, os jornalistas estavam bastante tensos. Parecia que uma bomba caiu perto deles.
Na Globo News, a repórter Andreia Saddi, comadre de Aécio Neves, virou Andreia Sad por causa da cara de choro.
Mas foi no Jornal das Dez da referida rede noticiosa que a raiva se tornou mais explícita.
Merval Pereira estava irritadíssimo.
Como o "acadêmico" estava ao lado do apresentador do programa, Dony de Nuccio, até este se contagiou com a fúria e falava como se quisesse dar uma surra em alguém.
Cristiana Lobo, triste como sempre. Renata LoPrete, com cara de perplexa.
Esse é o pessoal de um dos "maiores" canais de notícias da TV paga.
Muito diferente de um Glenn Greenwald que mantém toda a sobriedade ao transmitir os bastidores desse estranho cenário político.
Mas a Globo News se insere num contexto em que as Organizações Globo perderam a cabeça.
A Globo era reacionária, mas era mais comedida e "profissional".
No entanto, depois que surgiram denúncias sobre o triplex ilegalmente construído em Parati, no sul fluminense, de propriedade da filha de um dos executivos da Globo, João Roberto Marinho, a situação mudou.
Os irmãos Marinho surtaram e resolveram transformar o jornalismo da Globo numa máquina de matar reputação de petistas.
Daí que passaram a repetir o exemplo de Veja.
Partiram para o ataque contra o governo Dilma Rousseff, contra o ex-presidente Lula e o PT.
Todo tipo de boato, calúnia e difamação era permitido. Mentiras que derrubassem os petistas, também.
E aí o raivoso Merval Pereira resolveu lançar mais uma "pérola" do trogloditismo midiático.
De que Dilma teria usado esquemas de corrupção do Governo Federal para pagar despesas pessoais.
Até o cabeleireiro das duas campanhas presidenciais, Celso Kamura, teria, segundo Merval, sido "pago" pelo esquema da Petrobras.
Pior: o esquema relacionado a uma aquisição da Petrobras de ações de uma refinaria em Pasadena, no Texas, EUA.
Sim, uma história cabeluda: ações que sustentavam um cabeleireiro.
Dilma Rousseff pagou as despesas pessoais, inclusive o cabeleireiro, com o próprio salário de presidenta. Mas como ela é inimiga da grande mídia, sobretudo o "imortal" Merval, o que vale é a visão grotesca que se tem contra ela e qualquer um associado ao PT.
Isso partindo de um jornalista que entrou na Academia Brasileira de Letras de pára-quedas.
Apenas com umas coletâneas de artigos de colunas.
Nenhum livro de conteúdo próprio.
Neste caso, dei um banho no Merval.
Minha primeira coletânea de textos, PELAS ENTRANHAS DA CULTURA ROCK, teve textos com informações atualizadas além de eu ter feito alguns textos inéditos exclusivamente para o volume.
Procurei fazer um livro ao mesmo tempo inédito e de coletâneas, fazendo revisão e atualização de textos da melhor forma possível, visando o leitor de 2014, ano do lançamento da obra.
Um trabalho independente e que se compromete para transmitir conhecimento, algo raro até no nosso mercado literário.
O jornalismo da grande mídia anda decadente.
É um quarto poder ao mesmo tempo prepotente e impotente.
Prepotente, porque se acha detentor da verdade e senhor do inconsciente coletivo da sociedade.
Impotente, porque não consegue transmitir informação com objetividade, coerência e honestidade.
Mas como o jornalismo da grande mídia só serve para o voyeurismo reacionário de seu público, tanto vale mentir e disparar calúnias.
A grande mídia, portanto, não forma opiniões. Deforma.
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