Pular para o conteúdo principal

O QUE ESTÁ POR TRÁS DOS RISOS DE QUEM DUVIDA QUE O "FUNK" É "AGENTE DA CIA"

"BAILE FUNK" REALIZADO PELA PUC EM SÃO PAULO - CONSUMISMO E POLUIÇÃO SONORA.

Quando se fala que o "funk carioca" e derivados são ligados à CIA, muitos caem em risadas histéricas.

Acham isso ridículo, veem a coisa como teoria conspiratória barata, como um "mimimi" de quem está incomodado com o sucesso comercial de um ritmo dançante.

Prestemos atenção nessas risadas.

Sobretudo numa época em que o "funk" cai em muitas contradições.

O "funk" não consegue explicar se seu machismo é reflexo da realidade ou como por que seu "feminismo" era trabalhado pela imagem de "objetos sexuais" de suas intérpretes.

Na boa, era o que Cabo Anselmo representou nos tempos de João Goulart.

Ele, que primeiro ficava cheio de dedos diante do "ativismo" que ele fez que só favoreceu o golpe militar.

E que hoje o "funk" é que se atrapalha diante do golpismo do governo de Michel Temer.

O "Fora Dilma", muito antes de ser gritado na Câmara dos Deputados, era feito à sua maneira com a Furacão 2000 tentando, com seu som em alto volume, abafar as manifestações de solidariedade a Dilma Rousseff.

A ideia do "funk" como "agente da CIA" - leia-se Central Intelligence Agency, órgão do Departamento de Estado dos EUA - foi difundida por duas personalidades.

A primeira foi o historiador Sérgio Cabral que, diferente do irresponsável filho homônimo que chegou a (des)governar o Estado do Rio de Janeiro, é uma figura de alta respeitabilidade.

Até porque Sérgio Cabral Filho apoiava o "funk carioca" e, sob sua gestão, e diante de uma ALERJ presidida pelo oligarca Jorge Picciani, permitiu que o ritmo fosse definido como "patrimônio cultural", sem passar por critérios técnicos do IPHAN e entidades similares.

Diferente do filho, Sérgio Cabral pai havia se preocupado com a diminuição do samba no gosto popular das favelas. O antigo samba dos morros, por ironia, hoje é um artigo "Zona Sul". Em termos de público, o samba de raiz se "bossificou".

Cabral descreveu que a CIA criou o "funk" para acabar com o samba.

A segunda pessoa a corroborar essa visão é a sambista Beth Carvalho, que disse a mesma coisa e argumentou também que a CIA está por trás das armas que circulam no tráfico carioca.

Figura de esquerda, amiga de Dilma Rousseff, que se opôs ao "Fora Dilma" e reprovou o uso de uma canção "Vou Festejar", que Jorge Aragão compôs especialmente para a cantora, nas manifestações da direita verde-amarela.

Portanto, alguém realmente solidário a Dilma Rousseff e contrária ao seu afastamento político.

E os defensores do "funk", o que fazem?

Boa parte ri, graceja, esnoba. O historiador Gustavo Alonso Ferreira, uma espécie de Leandro Narloch da MPB, chegou a dizer, jocosamente, que "quem dera que isso fosse verdade".

Outros tentam dizer que isso é "absurdo", porque a CIA não iria se intrometer no "funk", que consideram "um ritmo genuinamente brasileiro (sic)".

Ignoram que o "funk" nunca foi muito além de ser cópia do miami bass dos EUA e que, recentemente, o "funk ostentação" se pautou no gangsta rap dos últimos 15 anos.

Acham que o "funk" surgiu no Quilombo dos Palmares, o que é uma falácia.

O "funk" nunca foi quilombo. Mal consegue ser uma senzala subordinada ao poder da Casa Grande.

O "funk" não veio de Marte. Veio da Globo. Veio da CIA e isso se constata não por boatos, mas por fatos.

O próprio antropólogo Hermano Vianna, no livro O Mundo Funk Carioca, citou a Fundação Ford na lista de agradecimentos.

A Fundação Ford é uma instituição inter-empresarial colaboradora da CIA.

Instituições diversas que apoiam o "funk" também são financiadas por outra instituição que contribui para a CIA, a Soros Open Society.

Essas instituições, como o Instituto Overmundo e o Coletivo Fora do Eixo, demonstram ser financiadas pelo magnata George Soros, realizando inclusive eventos ligados à ideologia do "negócio aberto" lançada pelo ambicioso investidor estrangeiro.

Portanto, insiste-se: dizer que o "funk" é ligado à CIA não é uma ideia para ser encarada com gargalhadas, mas com muita tristeza.

E esse discurso "ativista", "etnográfico", "socializante" do "funk carioca" é muito, muito falso.

Os "ativistas" do "funk" não conseguem mais convencer por que há machismo no "funk", porque há analfabetismo, violência, sons primários, mesmice musical.

Culpam a realidade por tudo isso, mas eles nunca se esforçaram em combater essa realidade.

As "feministas" do "funk" se diziam "donas do corpo", mas mostram seus corpos para um público de machistas afoitos.

Uma funqueira do tipo "mulher-fruta" chegou a dizer que não tem namorado porque prefere ser adorada por "muitos fãs" e "não ficar com apenas um".

Que "direito ao corpo" é esse que se ostenta justamente aos homens sexualmente mais atrevidos?

O "funk" fica se explicando, o que é muito duvidoso para um ritmo que se proclama "cultura popular de verdade".

Se acha "progressista", quer fazer proselitismo na mídia esquerdista, mas depois faz a festa nos palcos da mídia reacionária.

E os defensores do "funk" que duvidam que o ritmo é ligado à CIA?

Os comentários que eles fazem não é o supra-sumo da multidão progressista.

As gargalhadas são comparáveis ao dos reacionários da Internet quando são acusados de alguma irregularidade.

Você chama um sociopata da Internet de fascista mirim e ele reage assim mesmo. Rindo, com a letra K escrita várias vezes.

Os defensores do "funk" fazem a mesma coisa.

Quanto à declaração de Beth Carvalho, teve um que a mandou viajar para Cuba.

Típico "conselho" de anti-petistas histéricos, que se viram nos protestos anti-Dilma.

Gente que vê Caldeirão do Huck, lê revista Veja, vê o programa do Danilo Gentili, exalta Rafinha Bastos.

Diante dessa realidade, como os funqueiros vão dizer?

Que o direitismo do "funk" é culpa da realidade?

O que prova que "funk" não é cultura.

Cultura de verdade não sai por aí culpando uma realidade na qual se recusa a intervir.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BRASIL TÓXICO

O Brasil vive um momento tóxico, em que uma elite relativamente flexível, a elite do bom atraso - na verdade, a mesma elite do atraso ressignificada para o contexto "democrático" atual - , se acha dona de tudo, seja do mundo, da verdade, do povo pobre, do bom senso, do futuro, da espécie humana e até do dinheiro público para financiar seus trabalhos e liberar suas granas pessoais para a diversão. Controlando as narrativas que têm que ser aceitas como a "verdade indiscutível", pouco importando os fatos e a realidade, essa elite brasileira que se acha "a espécie humana por excelência", a "classe social mais legal do planeta", se diz "defensora da liberdade e do humanismo" mas age como se fosse radicalmente contra isso. Embora essa elite, hoje, se acha "tão democrática" que pretende reeleger Lula, de preferência, por dez vezes seguidas, pouco importando as restrições previstas pela Constituição Federal, sob o pretexto de que some

A GAFE MUNDIAL DE GUILHERME FIÚZA

Há praticamente dez anos morreu Bussunda, um dos mais talentosos humoristas do país. Mas seu biógrafo, Guilherme Fiúza, passou a atrair as gargalhadas que antes eram dadas ao falecido membro do Casseta & Planeta. Fiúza é membro-fundador do Instituto Millenium, junto com Pedro Bial, Rodrigo Constantino, Gustavo Franco e companhia. Gustavo Franco, com sua pinta de falso nerd (a turma do "cervejão-ão-ão" iria adorar), é uma espécie de "padrinho" de Guilherme Fiúza. O valente Fiúza foi namorado da socialite Narcisa Tamborindeguy, que foi mulher de um empresário do grupo Gerdau, Caco Gerdau Johannpeter. Não por acaso, o grupo Gerdau patrocina o Instituto Millenium. Guilherme Fiúza escreveu um texto na sua coluna da revista Época em que lançou uma tese debiloide. A de que o New York Times é um jornal patrocinado pelo PT. Nossa, que imaginação possuem os reaças da nossa mídia, que põem seus cérebros a serviço de seus umbigos! Imagine, um jornal bas

BRASIL TERRIVELMENTE DOENTE

EMÍLIO SURITA FAZENDO COMENTÁRIOS HOMOFÓBICOS E JOVENS GRITANDO E SE EMBRIAGANDO DE MADRUGADA, PERTURBANDO A VIZINHANÇA. A turma do boicote, que não suporta ver textos questionadores e, mesmo em relação a textos jornalísticos, espera que se conte, em vez de fatos verídicos, estórias da Cinderela - é sério, tem muita gente assim - , não aceita que nosso Brasil esteja em crise e ainda vem com esse papo de "primeiro a gente vira Primeiro Mundo, depois a gente conversa". Vemos que o nosso Brasil está muito doente. Depois da pandemia da Covid-19, temos agora a pandemia do egoísmo, com pessoas cheias de grana consumindo que em animais afoitos, e que, nos dois planos ideológicos, a direita reacionária e a esquerda festiva, há exemplos de pura sociopatia, péssimos exemplos que ofendem e constrangem quem pensa num país com um mínimo de dignidade humana possível. Dias atrás, o radialista e apresentador do programa Pânico da Jovem Pan, Emílio Surita, fez uma atrocidade, ao investir numa

ADORAÇÃO AO FUTEBOL É UM FENÔMENO CUJO MENOS BENEFICIADO É O TORCEDOR

Sabe-se que soa divertido, em muitos ambientes de trabalho, conversar sobre futebol, interagir até com o patrão, combinando um encontro em algum restaurante de rua ou algum bar bastante badalado para assistir a um dito "clássico" do futebol brasileiro durante a tarde de domingo. Sabe-se que isso agrega socialmente, distrai a população e o futebol se torna um assunto para se falar para quem vive de falta de assunto. Mas vamos combinar que o futebol, apesar desse clima de alegria, é um dos símbolos de paixões tóxicas que contaminam o Brasil, e cujo fanatismo supera até mesmo o fanatismo que já existe e se torna violento em países como Argentina, Inglaterra, França e Itália. Mesmo o Uruguai, que não costuma ter essa fama, contou com a "contribuição" violenta dos torcedores do Peñarol, que no Rio de Janeiro causaram confusão, vandalismo e saques, assustando os moradores. A toxicidade do futebol é tamanha que o esporte é uma verdadeira usina de super-ricos, com dirigente

POR QUE A GERAÇÃO NASCIDA NOS ANOS 1950 NO BRASIL É CONSIDERADA "PERDIDA"?

CRIANÇA NASCIDA NOS ANOS 1950 SE INTROMETENDO NA CONVERSA DOS PAIS. Lendo as notícias acerca do casal Bianca Rinaldi e Eduardo Menga, este com 70 anos, ou seja, nascido em 1954, e observando também os setentões com quem telefono no meu trabalho de telemarketing , meu atual emprego, fico refletindo sobre quem nasceu nos anos 1950 no Brasil. Da parte dos bem de vida, o empresário Eduardo Menga havia sido, há 20 anos, um daqueles "coroas" que apareciam na revista Caras junto a esposas lindas e mais jovens, a exemplo de outros como Almir Ghiaroni, Malcolm Montgomery, Walter Mundell e Roberto Justus. Eles eram os antigos "mauricinhos" dos anos 1970 que simbolizavam a "nata" dos que nasceram nos anos 1950 e que, nos tempos do "milagre brasileiro", eram instruídos a apenas correr atrás do "bom dinheiro", como a própria ditadura militar recomendava aos jovens da época: usar os estudos superiores apenas como meio de buscar um status profissional

"BALADA": UMA GÍRIA CAFONA QUE NÃO ACEITA SUA TRANSITORIEDADE

A gíria "balada" é, de longe, a pior de todas que foram criadas na língua portuguesa e que tem a aberrante condição de ter seu próprio esquema de marketing . É a gíria da Faria Lima, da Jovem Pan, de Luciano Huck, mas se impõe como a gíria do Terceiro Reich. É uma gíria arrogante, que não aceita o caráter transitório e grupal das gírias. Uma gíria voltada à dance music , a jovens riquinhos da Zona Sul paulistana e confinada nos anos 1990. Uma gíria cafona, portanto, que já deveria ter caído em desuso há mais de 20 anos e que é falada quase que cuspindo na cara de outrem. Para piorar, é uma gíria ligada ao consumo de drogas, pois "balada" se refere a um rodízio de ecstasy, a droga alucinógena da virada dos anos 1980 para os 1990. Ecstasy é uma pílula, ou seja, é a tal "bala" na linguagem coloquial da "gente bonita" de Pinheiros e Jardins que frequentava as festas noturnas da Zona Sul de São Paulo.  A gíria "balada", originalmente, era o

A LUTA CONTRA A ESCALA 6X1

Devemos admitir que uma parcela das esquerdas identitárias, pelo menos da parte da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), se preocupa com as pautas trabalhistas, num contexto em que grande parte das chamadas "esquerdas médias" (nome que eu defino como esquerdismo mainstream ) passam pano no legado da "Ponte para o Futuro" de Michel Temer, restringindo a oposição ao golpe de 2016 a um derivado, o circo do "fascismo-pastelão" de Jair Bolsonaro. Os protestos contra a escala 6x1, que determina uma jornada de trabalho de seis dias por semana e um de descanso, ocorreram em várias capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre, e tiveram uma repercussão dividida, mesmo dentro das esquerdas e da direita moderada. Os protestos foram realizados pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT). A escala 6x1, junto ao salário 100% comissionado de profissões como corretor de imóveis - que transformam a remuneração em algo tão

DERROTA DAS ESQUERDAS É O GRITO DOS EXCLUÍDOS ABANDONADOS POR LULA

POPULAÇÃO DE RUA MOSTRA O LADO OBSCURO DO BRASIL QUE NÃO APARECE NA FESTA IDENTITÁRIA DO LULISMO. A derrota das esquerdas nas recentes eleições para prefeitos em todo o Brasil está sendo abastada pelas esquerdas médias, que agora tentam investir nos mesmos apelos de sempre, os "relatórios" que mostram supostos "recordes históricos" do governo Lula e, também, supostas pesquisas de opinião alegando 60% de aprovação do atual presidente da República. Por sorte, a burguesia de chinelos que apoia Lula tenta convencer, através de sua canastrice ideológica expressa nas redes sociais, de que, só porque tem dinheiro e conseguem lacrar na Internet, está sempre com a razão, e tudo que não corresponder à sua atrofiada visão de mundo não tem sentido. A realidade não importa, os fatos não têm valor, e a visão realista do cotidiano nas ruas vale muito menos do que as narrativas distorcidas compartilhadas nas redes sociais. Por isso, não faz sentido Lula ter 60% de aprovação conform

SUPERESTIMADO, MICHAEL JACKSON É ALVO DE 'FAKE NEWS' NO BRASIL

  O falecido cantor Michael Jackson é um ídolo superestimado no Brasil, quando sabemos que, no seu país de origem, o chamado "Rei do Pop" passou as últimas duas décadas de vida como subcelebridade, só sendo considerado "gênio" pelo viralatismo cultural vigente no nosso país. A supervalorização de Michael no Brasil - comparado, no plano humorístico, ao que se vê no seriado mexicano  Chaves  - chega aos níveis constrangedores de exaltar um repertório que, na verdade, é cheio de altos e baixos e nem de longe representou algo revolucionário ou transformador na música contemporânea. Na verdade, Michael foi um complexado que, por seus traumas familiares, teve vergonha de ser negro, injetando remédios que fragilizaram sua pele e seu organismo, daí ter abreviado sua vida em 2009. E forçou muito a barra em querer ser roqueiro, com resultados igualmente supervalorizados, mas que, observando com muita atenção, soam bastante medíocres, burocráticos e sem conhecimento de causa.

SOCIEDADE COMEÇA A SE PREOCUPAR COM A "SERVIDÃO DIGITAL" DOS ALUNOS

No último fim de semana, a professora e filósofa Marilena Chauí comparou o telefone celular a um objeto de servidão, fazendo um contundente comentário a respeito do vício das pessoas verem as redes sociais. Ela comparou a hiperconectividade a um mecanismo de controle, dentro de um processo perigoso de formação da subjetividade na era digital, marcada pela necessidade de "ser visto" pelos outros internautas, o que constantemente leva a frustrações que geram narcisismos, depressão e suicídios. A dependência do reconhecimento externo faz com que as redes sociais encontrem no Brasil um ambiente propício dessa servidão digital, que já ocorria desde os tempos do Orkut, em 2005, onde havia até mesmo os "tribunais de Internet", processos de humilhação de quem discorda do que "está na moda". Noto essa obsessão das pessoas em brincarem de serem famosas. Há uma paranoia de publicar coisas no Instagram. Eu tenho um perfil "clandestino" no Instagram, no qual