JOÃO ROBERTO MARINHO, DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO, DURANTE UM BATE-PAPO INFORMAL COM O PRESIDENTE INTERINO, MICHEL TEMER.
O golpe político que vemos teve o patrocínio da Rede Globo.
Ela, à frente de outros veículos solidários, influiu a sociedade a pedir o "Fora Dilma" e todo o processo jurídico e parlamentar para afastar a presidenta Dilma Rousseff.
A Globo foi que temperou a raiva dos direitistas e forçou a adesão popular em toda campanha anti-PT.
A Globo manipula o inconsciente coletivo, sendo capaz de influenciar até parte de seus detratores.
Vai o Luciano Huck em rede nacional lançar uma gíria e ela penetra até em setores ligados ao rock mainstream ou em parte dos que acham o apresentador um "mala" e ficam gritando feito papagaios "O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!".
A Globo insere o "mau gosto popular" do brega-popularesco e depois ele é empurrado até na mídia esquerdista como se fosse o oposto da "órbita global" que o lançou.
O "funk" é ilustrativo: todo esse discurso "etnográfico" e "militante" associado ao ritmo carioca foi primeiro lançado pela Rede Globo e pelos artigos e reportagens do jornal O Globo.
Mas os detratores da Globo, em boa parte por boa-fé, achava que o "funk" estava fora da mídia mesmo quando aparecia em tudo quanto era veículo das Organizações Globo.
Tempos ingênuos.
O "funk" aparecia na novela das nove, no Fantástico, no Caldeirão do Huck, em Malhação, era elogiado em matérias da revista Época, de O Globo, em documentários da Globo News, no colunismo social da Quem Acontece, na pedagogia comercial do canal Futura etc etc etc.
O "funk" recebia o apoio de Luciano Huck, William Waack, Ana Maria Braga, e, fora da "órbita global", de gente como Gilberto Dimenstein e Danilo Gentili, virava capa de Veja e tudo o mais, e muitos pensavam que isso era "coincidência" e o "funk" não aparecia na mídia.
Era essa a influência do "planeta Globo" nas mentes de quem dizia odiar a emissora.
A Globo cresceu tanto que influencia uma parcela de seus detratores.
Sobretudo os frágeis esquerdistas de primeira viagem e os pseudo-esquerdistas que, originalmente direitistas, saltaram nos círculos esquerdistas diversos de pára-quedas, durante o auge da popularidade do então presidente Lula.
E aí a Globo manipula as pessoas, e quando possível influenciava para os pseudo-esquerdistas saírem do armário e deixarem de fingir que adoravam o esquerdismo, de Emir Sader a Che Guevara.
E foi aí que, com Dilma Rousseff no poder, a farsa dos "marx-cartistas", do macartismo fantasiado de marxismo nas mídias sociais, foi desmontada.
Gente com visão de direita mas era "esquerdista convicta" em 2007 chegou a 2011 pregando um direitismo mais histérico, adotando uma postura que, se fosse advertida ainda na Era Lula, era respondida por sarcásticos "KKKKKKKKKK".
Gente que emitia feito papagaios bordões tipo "Fora FMI" e "Fora Imperialismo" em 2007 e, quase dez anos depois, já reivindicava "mais capitalismo" para o Brasil.
Gente que jurava que "sentia simpatia" por Che Guevara e hoje o acusa de "filhote do lulo-petismo". Isso mesmo, um ativista cubano (embora nascido na Argentina), morto em 1967 mas "sub-produto" de um partido surgido em 1980.
E é esse o pessoal que pediu "Fora Dilma" vestindo camisetas da seleção brasileira em risíveis passeatas como as que eu mesmo pude presenciar, em Niterói.
E comemorou quando a votação de 17 de abril na Câmara dos Deputados, comandada por um deputado de notáveis práticas corruptas, abriu o caminho para o impeachment.
E aí veio o governo de Michel Temer, da maneira confusa e irregular com que foi instaurado.
Com Aécio Neves mais parecendo um animador de TV exaltado diante de Temer e seus ministros na cerimônia de posse.
E aí Temer, entre outras medidas, extingue o Ministério das Comunicações.
Isso para dar sinal verde para os barões da grande mídia aumentarem seu poder manipulador sobre a sociedade brasileira.
E também para os barões da telefonia móvel ajudarem a extinguirem o rádio AM e jogarem a história do rádio brasileiro no lixo, favorecendo grandes impérios de rádio FM.
E aí Michel Temer, no fundo frustrado por não poder também extinguir o Ministério da Cultura com a volta do antigo MEC e sendo obrigado a ressuscitar a antiga pasta, mas empastelando-a por dentro (criou até uma entidade paralela ao IPHAN!), veio com outra ideia maligna.
A de extinguir a Empresa Brasil de Comunicações, a EBC.
Surgida em 2007, ela é responsável pelo canal carioca TV Brasil, pelo canal pago NBR, pelas rádios MEC do Rio de Janeiro e Brasília e pelo portal de notícias Agência Brasil.
Ou seja, é um complexo midiático voltado para a Comunicação pública, de caráter educativo, de formação cultural autêntica e com um projeto de informação honesto e voltado ao interesse público, à realidade vivida pela sociedade.
A EBC era uma alternativa viável ao comercialismo neurótico e voraz das redes comerciais e seus braços radiofônicos, digitais e impressos.
A ameaça do fim da EBC, declarada por Michel Temer, tem como pretexto o custo de R$ 3,6 bilhões acumulado em nove anos.
Uma quantia irrisória, se percebermos que, num único ano, a RTVE, televisão educativa da Espanha, tem um custo equivalente a R$ 1,3 bilhão. E se fala apenas em custo anual de uma rede de TV, e não um custo total do conjunto de uma empresa pública em nove anos.
E ninguém lá na Espanha, que sofre uma crise econômica, quer o fim da "dispendiosa" RTVE.
Há também a acusação de que a EBC servia de "aparelhamento" para o Partido dos Trabalhadores, como veículo de "propaganda ideológica" de Lula e Dilma Rousseff.
Como se a "mídia democrática e independente" não fosse propagandista de seus partidários representantes políticos. Aécio Neves, por exemplo.
Não se notava essa "máquina ideológica" na EBC e nem mesmo nos projetos educacionais públicos.
Mas nota-se máquinas ideológicas bem mais cruéis na Veja, na Rede Globo, na Globo News e na "consultoria" do "despretensioso" Alexandre Frota para a "educação pública" desejada pelo governo Michel Temer.
Eles, que se dizem "sem ideologia", é que manobram ideologicamente, impondo os valores de mercado e reduzindo a sociedade numa multidão de pessoas sem personalidade, submissas e resignadas.
O canal "educativo" das Organizações Globo, o Canal Futura, tem um conteúdo insosso e mais voltado aos interesses comerciais.
"Educa" a criançada naquilo que é mais anódino, quase que um the book is on the table pedagógico.
"Aquilo é um passarinho", "as meninas brincam de amarelinha", "o filhote de cachorro é muito dócil", são as lições que se deixam passar na pedagogia mercantil das TVs.
Até Xuxa Meneghel tentou embarcar nessa fórmula, antes de deixar de ser apresentadora infantil.
E a cultura brasileira, que a EBC tentava difundir de maneira mais realista possível, perde um dos poucos espaços de divulgação.
Ela já era empastelada por uma TV Cultura tucanizada, que empurrava o "funk carioca" para o público vanguardista sob o apoio da Rede Globo e da Folha de São Paulo.
Poucos perceberam isso e as esquerdas, na sua boa-fé, acharam que o "funk carioca" era uma "moderna etnografia ativista" e endossaram o que Globo, Folha e até Veja e Estadão empurravam como "o folclore do futuro".
A cultura popular quase foi esvaziada com o empastelamento dos debates com a tal "cultura do mau gosto".
O jabaculê musical e comportamental queria entrar na agenda das esquerdas.
Esvaziando o debate, veio a ameaça, que chegou a ser concretizada mas depois desfeita, do fim do MinC, e, agora, o eminente fim da EBC.
E tudo isso porque Michel Temer demonstra claramente um aliado forte dos barões midiáticos.
Que vai financiar as corporações midiáticas com prazer e mais dinheiro do que o PT havia financiado na boa-fé.
E, assim, tanto faz para a desinformada sociedade "coxinha", com seus midiotas e fascistas mirins julgando a realidade conforme seus umbigos, perderem a TV Brasil, a Agência Brasil e outros.
Eles têm a Globo para lhes dizer o que se deve pensar, o ídolo musical que devem adorar e até a gíria que devem falar, sem escrúpulos para investir no cacófato e irem "pra balada c'a galera".
Num país de midiotas, pouco importa uma televisão educativa.
O problema é que o nosso já grave cenário de burrice coletiva só pode piorar com o fim de um espaço alternativo de informação e divulgação cultural.
É muito triste.
O golpe político que vemos teve o patrocínio da Rede Globo.
Ela, à frente de outros veículos solidários, influiu a sociedade a pedir o "Fora Dilma" e todo o processo jurídico e parlamentar para afastar a presidenta Dilma Rousseff.
A Globo foi que temperou a raiva dos direitistas e forçou a adesão popular em toda campanha anti-PT.
A Globo manipula o inconsciente coletivo, sendo capaz de influenciar até parte de seus detratores.
Vai o Luciano Huck em rede nacional lançar uma gíria e ela penetra até em setores ligados ao rock mainstream ou em parte dos que acham o apresentador um "mala" e ficam gritando feito papagaios "O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!".
A Globo insere o "mau gosto popular" do brega-popularesco e depois ele é empurrado até na mídia esquerdista como se fosse o oposto da "órbita global" que o lançou.
O "funk" é ilustrativo: todo esse discurso "etnográfico" e "militante" associado ao ritmo carioca foi primeiro lançado pela Rede Globo e pelos artigos e reportagens do jornal O Globo.
Mas os detratores da Globo, em boa parte por boa-fé, achava que o "funk" estava fora da mídia mesmo quando aparecia em tudo quanto era veículo das Organizações Globo.
Tempos ingênuos.
O "funk" aparecia na novela das nove, no Fantástico, no Caldeirão do Huck, em Malhação, era elogiado em matérias da revista Época, de O Globo, em documentários da Globo News, no colunismo social da Quem Acontece, na pedagogia comercial do canal Futura etc etc etc.
O "funk" recebia o apoio de Luciano Huck, William Waack, Ana Maria Braga, e, fora da "órbita global", de gente como Gilberto Dimenstein e Danilo Gentili, virava capa de Veja e tudo o mais, e muitos pensavam que isso era "coincidência" e o "funk" não aparecia na mídia.
Era essa a influência do "planeta Globo" nas mentes de quem dizia odiar a emissora.
A Globo cresceu tanto que influencia uma parcela de seus detratores.
Sobretudo os frágeis esquerdistas de primeira viagem e os pseudo-esquerdistas que, originalmente direitistas, saltaram nos círculos esquerdistas diversos de pára-quedas, durante o auge da popularidade do então presidente Lula.
E aí a Globo manipula as pessoas, e quando possível influenciava para os pseudo-esquerdistas saírem do armário e deixarem de fingir que adoravam o esquerdismo, de Emir Sader a Che Guevara.
E foi aí que, com Dilma Rousseff no poder, a farsa dos "marx-cartistas", do macartismo fantasiado de marxismo nas mídias sociais, foi desmontada.
Gente com visão de direita mas era "esquerdista convicta" em 2007 chegou a 2011 pregando um direitismo mais histérico, adotando uma postura que, se fosse advertida ainda na Era Lula, era respondida por sarcásticos "KKKKKKKKKK".
Gente que emitia feito papagaios bordões tipo "Fora FMI" e "Fora Imperialismo" em 2007 e, quase dez anos depois, já reivindicava "mais capitalismo" para o Brasil.
Gente que jurava que "sentia simpatia" por Che Guevara e hoje o acusa de "filhote do lulo-petismo". Isso mesmo, um ativista cubano (embora nascido na Argentina), morto em 1967 mas "sub-produto" de um partido surgido em 1980.
E é esse o pessoal que pediu "Fora Dilma" vestindo camisetas da seleção brasileira em risíveis passeatas como as que eu mesmo pude presenciar, em Niterói.
E comemorou quando a votação de 17 de abril na Câmara dos Deputados, comandada por um deputado de notáveis práticas corruptas, abriu o caminho para o impeachment.
E aí veio o governo de Michel Temer, da maneira confusa e irregular com que foi instaurado.
Com Aécio Neves mais parecendo um animador de TV exaltado diante de Temer e seus ministros na cerimônia de posse.
E aí Temer, entre outras medidas, extingue o Ministério das Comunicações.
Isso para dar sinal verde para os barões da grande mídia aumentarem seu poder manipulador sobre a sociedade brasileira.
E também para os barões da telefonia móvel ajudarem a extinguirem o rádio AM e jogarem a história do rádio brasileiro no lixo, favorecendo grandes impérios de rádio FM.
E aí Michel Temer, no fundo frustrado por não poder também extinguir o Ministério da Cultura com a volta do antigo MEC e sendo obrigado a ressuscitar a antiga pasta, mas empastelando-a por dentro (criou até uma entidade paralela ao IPHAN!), veio com outra ideia maligna.
A de extinguir a Empresa Brasil de Comunicações, a EBC.
Surgida em 2007, ela é responsável pelo canal carioca TV Brasil, pelo canal pago NBR, pelas rádios MEC do Rio de Janeiro e Brasília e pelo portal de notícias Agência Brasil.
Ou seja, é um complexo midiático voltado para a Comunicação pública, de caráter educativo, de formação cultural autêntica e com um projeto de informação honesto e voltado ao interesse público, à realidade vivida pela sociedade.
A EBC era uma alternativa viável ao comercialismo neurótico e voraz das redes comerciais e seus braços radiofônicos, digitais e impressos.
A ameaça do fim da EBC, declarada por Michel Temer, tem como pretexto o custo de R$ 3,6 bilhões acumulado em nove anos.
Uma quantia irrisória, se percebermos que, num único ano, a RTVE, televisão educativa da Espanha, tem um custo equivalente a R$ 1,3 bilhão. E se fala apenas em custo anual de uma rede de TV, e não um custo total do conjunto de uma empresa pública em nove anos.
E ninguém lá na Espanha, que sofre uma crise econômica, quer o fim da "dispendiosa" RTVE.
Há também a acusação de que a EBC servia de "aparelhamento" para o Partido dos Trabalhadores, como veículo de "propaganda ideológica" de Lula e Dilma Rousseff.
Como se a "mídia democrática e independente" não fosse propagandista de seus partidários representantes políticos. Aécio Neves, por exemplo.
Não se notava essa "máquina ideológica" na EBC e nem mesmo nos projetos educacionais públicos.
Mas nota-se máquinas ideológicas bem mais cruéis na Veja, na Rede Globo, na Globo News e na "consultoria" do "despretensioso" Alexandre Frota para a "educação pública" desejada pelo governo Michel Temer.
Eles, que se dizem "sem ideologia", é que manobram ideologicamente, impondo os valores de mercado e reduzindo a sociedade numa multidão de pessoas sem personalidade, submissas e resignadas.
O canal "educativo" das Organizações Globo, o Canal Futura, tem um conteúdo insosso e mais voltado aos interesses comerciais.
"Educa" a criançada naquilo que é mais anódino, quase que um the book is on the table pedagógico.
"Aquilo é um passarinho", "as meninas brincam de amarelinha", "o filhote de cachorro é muito dócil", são as lições que se deixam passar na pedagogia mercantil das TVs.
Até Xuxa Meneghel tentou embarcar nessa fórmula, antes de deixar de ser apresentadora infantil.
E a cultura brasileira, que a EBC tentava difundir de maneira mais realista possível, perde um dos poucos espaços de divulgação.
Ela já era empastelada por uma TV Cultura tucanizada, que empurrava o "funk carioca" para o público vanguardista sob o apoio da Rede Globo e da Folha de São Paulo.
Poucos perceberam isso e as esquerdas, na sua boa-fé, acharam que o "funk carioca" era uma "moderna etnografia ativista" e endossaram o que Globo, Folha e até Veja e Estadão empurravam como "o folclore do futuro".
A cultura popular quase foi esvaziada com o empastelamento dos debates com a tal "cultura do mau gosto".
O jabaculê musical e comportamental queria entrar na agenda das esquerdas.
Esvaziando o debate, veio a ameaça, que chegou a ser concretizada mas depois desfeita, do fim do MinC, e, agora, o eminente fim da EBC.
E tudo isso porque Michel Temer demonstra claramente um aliado forte dos barões midiáticos.
Que vai financiar as corporações midiáticas com prazer e mais dinheiro do que o PT havia financiado na boa-fé.
E, assim, tanto faz para a desinformada sociedade "coxinha", com seus midiotas e fascistas mirins julgando a realidade conforme seus umbigos, perderem a TV Brasil, a Agência Brasil e outros.
Eles têm a Globo para lhes dizer o que se deve pensar, o ídolo musical que devem adorar e até a gíria que devem falar, sem escrúpulos para investir no cacófato e irem "pra balada c'a galera".
Num país de midiotas, pouco importa uma televisão educativa.
O problema é que o nosso já grave cenário de burrice coletiva só pode piorar com o fim de um espaço alternativo de informação e divulgação cultural.
É muito triste.
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