A Educação agora tem um novo partido. A "Escola Sem Partido".
Que promete um projeto pedagógico "sem ideologias nem doutrinamento".
Segundo seus ideólogos, nada de Paulo Freire, Darcy Ribeiro e similares.
Nada de transformar salas de aula em auditórios de debates.
Os valores da vida só serão ensinados à criançada e à rapaziada em casa, pelos pais.
Nada do professor falar de coisas da vida.
Ele que fique ensinando o que há nos livros didáticos. E olhe lá.
Se bem que os livros didáticos também sofrerão higienização ideológica.
Mais fantasia plutocrática, menos realismo cidadão.
Voltam aquelas fantasias de dizer que Dom Pedro I montou num cavalo imponente para gritar pela Independência do Brasil.
Nada: segundo registros históricos, o galântico imperador estava montado num burrico, queria fazer suas "necessidades" e teria dado apenas um grito simbólico.
A independência, mesmo, era tratada no Parlamento brasileiro.
Mas isso não interessa para o Escola Sem Partidos, que parece criar uma esperança para as elites "coxinhas".
Quem sabe a ditadura militar não é reabilitada e os mortos e torturados voltam a ser vilões?
A Escola Sem Partido também não irá discutir sexo nem gênero, etnia nem raça.
Isso que seja discutido lá em casa, professor não pode se meter no assunto.
Caso contrário, o professor terá sua aula gravada e será denunciado à Justiça, podendo ser processado, preso ou, na melhor das hipóteses, demitido.
Ou seja, uma Educação sem ideologias que faz patrulha ideológica.
A ideia é só ensinar aquele método asséptico e deturpado dos tempos da ditadura militar.
E contar a História sob o ponto de vista da plutocracia que está no poder.
Os bandeirantes que dizimaram índios virariam, novamente, "heróis" por "abrir o terreno para a expansão do Brasil".
Os senhores de engenho, que escravizavam negros, como os "grandes empreendedores da cana-de-açúcar".
Sem falar da esperança de criar o mito de que a ditadura militar veio para "resolver a crise do país".
E que não teria sido um golpe, mas uma "revolução democrática".
Quem expôs o projeto Escola Sem Partido foram duas pessoas da pesada.
Alexandre Frota, ator e ex-astro pornô convertido em evangélico, e Marcello Reis, um dos "indignados" da Internet e líder do Revoltados On Line.
Sim, Alexandre Frota promovido a "educador".
Já dá para perceber o que é a Escola Sem Partido.
É a Escola do PSDB, do PMDB, do PP, do PSC e similares.
É a Escolinha Pluto para Educação dos Patetas.
Uma escola partidarizada. É o partido da Escola Sem Partido.
Quem tem até patrulha ideológica para garantir um ensino nos moldes "apartidários" do neoliberalismo.
Uma escola plutocrática, aristocrática, tecnocrática, mercantilista, elitista e até teocrática.
Ela não vai ensinar cultura africana, mas vai ensinar Teologia para principiantes.
E vai limitar o conceito de família às estruturas patriarcalistas "tradicionais".
A Escola Sem Partido veio para emburrecer muita gente.
Talvez dizendo que o pecado original do ser humano é a capacidade de raciocínio.
Ela veio para dar um freio aos avanços sociais que o Brasil, mesmo com dificuldade, estava fazendo.
A Escola Sem Partido poderia ser conhecida por um simpático apelido:
ESCÓRIA SEM PUDOR!
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