As pessoas no conforto de suas salas veem os noticiários da mídia privada e vão dormir tranquilas, sem saber da ameaça que as cerca.
Veem as notícias políticas sob o ponto de vista patronal e acham que tudo representa os interesses do brasileiro comum.
Estão enganadas.
Há cerca de uma semana, numa reunião com empresários em São Paulo, o ministro-chefe da Casa Civil do (des)governo Michel Temer, Eliseu Padilha, defendeu a ampliação de terceirização no mercado de trabalho.
Evidentemente, Padilha foi aplaudido por patrões esperançosos diante do poder que lhes representa.
Padilha quer a votação da "Agenda Brasil", que contém propostas de reformas integrantes do programa "Ponte para o Futuro" (conhecida jocosamente como "Pinguela para o Passado"), com "alguma rapidez" possível.
A Economia tenta ser o carro-chefe "esperançoso" do confuso governo Temer.
Enquanto escândalos acontecem, a mídia corporativa tenta dar a impressão de que os tecnocratas da Economia irão "salvar" até mesmo esse atrapalhado e vergonhoso quadro político.
Como se bons administradores tivessem e propostas benéficas houvessem para o país.
Grande engano.
Além do mais, o Eliseu Padilha que fez palestras para empresários é mais um dos encrencados que cercam o presidente interino.
O Ministério Público Federal entrou com ação pedindo bloqueio de R$ 300 mil de Eliseu Padilha sob acusação de improbidade administrativa.
Padilha teria mantido uma funcionária "fantasma" em seu gabinete, quando ele era deputado federal pelo PMDB gaúcho.
Ele alega que a ação do MPF se vale de gravações e escutas já anuladas pelo Supremo Tribunal Federal.
Mais um dos "notáveis" que se envolvem em escândalos de corrupção.
Da equipe cujo "super-herói" Henrique Meirelles anda com os pedais fiscais em movimento.
Quanto à terceirização, o governo Temer usa como pretexto o corte de gastos, a desburocratização e a flexibilização das relações de trabalho.
Na visão deles, o mercado de trabalho se tornaria mais "ágil", "competitivo" e "rentável".
Por trás dessas promessas de "garantir mais emprego", a terceirização pretende desqualificar as profissões, nivelando os assalariados a trabalhadores informais.
A terceirização já é usada em atividades-meio, ou seja, serviços que empresas e instituições utilizam sem ter relação direta com suas atividades principais.
Na terceirização, os empregados têm salários menores e menos encargos, e não são protegidos por garantias sociais, perdendo a assistência médica prevista quando assalariados sofrem algum acidente de trabalho.
Diante da ameaça de ampliação do mercado terceirizado, não somente para atividades-meio como para os empregos em geral, os trabalhadores sairão perdendo.
Não somente a classe proletária nem sempre bem vista pela classe média que vê confortavelmente os noticiários da mídia patronal.
A própria classe média, mesmo a que gritou "Fora Dilma", perderá com isso.
A terceirização, se ampliada, atingirá a maioria dos brasileiros, só poupando os ricos de tamanhas condições vexaminosas e perigosas.
Hoje, a teoria diz coisas maravilhosas, mas amanhã a prática mostrará uma realidade sombria.
Será necessário esperar o recebimento salarial para ver o mal da terceirização?
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