O governo Michel Temer está mais próximo de um desgoverno.
Começou com uma série de crises e escândalos, prometendo retrocessos, cometendo recuos, mostrando a fraqueza política e um cenário de muita crise.
A crise não acabou naquele 17 de abril, onde corruptos votaram a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Pelo contrário, a crise começou nesse momento.
E isso se reflete no cotidiano dos cidadãos comuns, com a perda de controle dos preços, aumentando como não se aumentava há muito tempo.
Além disso, muita gente boa é que ficou com a grana do povo brasileiro.
Políticos neoliberais, tecnocratas, celebridades e subcelebridades, ídolos popularescos, astros do futebol, empresários, investidores, rentistas, muita gente ficou rica demais nos últimos tempos.
E boa parte dessa gente é "admirável", como Luciano Huck, Neymar e Wesley Safadão.
Enquanto isso, as pessoas acreditam que só os petistas é que ficaram ricos demais.
Ou então defendem, mas sem ter capacidade de explicar, por que seus ídolos ficaram ricos além da conta.
Acham que a grana exorbitante que eles faturam é digna de mérito.
Fazem gol, permitem a entrada de empresas estrangeiras, lotam plateias com facilidade, desinformam a nação e cometem escândalos que divertem a rapaziada.
E aí o governo de Michel Temer também é defendido por essa sociedade, e só ela tem esperança que esse desgoverno faça alguma coisa.
Nos últimos dois dias, foram divulgadas gravações de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras.
Vieram denúncias do envolvimento do ministro do Turismo, Henrique Alves, em esquemas de propina, o que o fez renunciar ao cargo.
Depois de Romero Jucá, do Planejamento, e Fabiano Silveira, da (falta de) Transparência, Henrique Alves é o terceiro a deixar o governo por causa da corrupção.
Enquanto isso, o xará Henrique Meirelles faz pedaladas fiscais e é promovido pela grande mídia como o "último grande herói" dessa bagunça toda.
Mas também foram divulgadas gravações, pelo mesmo Machado, de que Temer havia acertado com o delator uma propina de R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita.
Temer já foi condenado por fazer doações acima do permitido em campanhas eleitorais paulistas.
E está impedido de concorrer a cargo público por oito anos, contados de 2015.
Temer ainda tentou desmentir seu envolvimento em corrupção, mesmo citado pelo menos quatro vezes nas últimas gravações.
"Se eu tivesse cometido delito, não teria condições de presidir o Brasil", disse o presidente interino.
Pior é que não tem condições de presidir o Brasil.
Seu governo é mais um desgoverno.
Não teve sequer o chamado "choque de otimismo" que todo governo repentinamente instaurado inspira na população.
Pelo contrário, até mesmo a grande mídia não parece feliz nem confortável com o governo.
A grande mídia aposta em Henrique Meirelles como o "herói de emergência".
Mas mesmo assim nem ele convence. Pelo contrário, até deprime com seus anúncios de cortes no orçamento e redução de gastos sociais.
Só falta Meirelles ser citado na Lava-Jato.
Até Aécio Neves, outro "herói" da moçada, está acuado e perdido, nos bastidores muita gente diz que ele está encrencado com a corrupção.
O perigo é vir um governo mais conservador do que o de Temer.
O jeito é o povo se manifestar nas ruas, de uma forma ou de outra.
A crise está extrema e os escândalos não param de ocorrer. Devem vir mais.
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