Mídia reacionária, artistas tucanos, intelectuais pró-brega, funqueiros arrivistas.
Uns neuroticamente esculhambando os governos de Dilma Rousseff e Lula.
Outros se opondo com uma certa raiva, mas com relativa compostura.
Outros fingindo apoiar o PT e as esquerdas em geral em prol de uns trocados e uma reputação pessoal mais destacada.
Todos eles acabaram sendo favorecidos pelas verbas públicas do Governo Federal do PT.
As Organizações Globo receberam, da Lei Rouanet durante as gestões petistas, R$ 147 milhões, de 2003 a 2015.
A mesma corporação recebeu, por ano, da Secretaria de Comunicação Social, um montante de R$ 600 milhões.
E a Globo ainda sonegava impostos, com valor de R$ 615 milhões divulgados em 2013.
Vamos fazer um cálculo.
Vamos juntar os valores que a Globo recebeu da SECOM e da Lei Rouanet com o valor que deixou de pagar em IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte).
600+615+147=1.362.
R$ 1,362 bilhões, cerca de 1,25% o rombo anunciado oficialmente por Henrique Meirelles.
Muito pouco, mas a grana que a Globo recebe e a que deixou de pagar - o que infla seu patrimônio financeiro de modo que seus donos, os irmãos Marinho, figurem entre os mais ricos do Brasil - poderia muito bem cobrir uma parte das dívidas da crise econômica.
A Globo, que influi na "cultura" do "mau gosto", no inconsciente coletivo, na propagação de gírias ("balada" e "galera") e na forma de ver o mundo (reacionarismo surreal), foi uma das maiores beneficiadas entre as empresas que receberam verbas do governo petista.
Juntamente com outros veículos midiáticos, como Folha, Veja e Estadão, entre outros, a Globo recebeu verbas generosas do Governo Federal.
Não bastasse a ação de partidos aliados que aos poucos se voltaram contra Dilma Rousseff, incluindo o próprio vice, Michel Temer, o governo do PT ainda alimentava a mídia para falar mal dela.
Respaldava também intelectuais que se fingiam "aliados sinceros" e que agiam pela degradação da cultura popular e o esvaziamento dos debates culturais, que, se ocorriam, limitavam-se a discutir problemas de natureza economicista.
Os problemas culturais só eram discutidos quando relacionados com o mercado.
E a intelectualidade "bacana", que se dizia desvinculada dos interesses da grande mídia, provou fazer o modo freelancer de servir ao barões midiáticos.
Porque a "cultura" que os "provocativos" intelectuais defendiam era a "cultura popular" da Globo, Folha, Veja etc.
O "funk" é ilustrativo disso, com seu discurso "social" surgido primeiro nas páginas da Globo e Folha.
Diante desse quadro, o que vemos é que o governo do PT criou condições, por boa-fé, para que a oposição crescesse.
Com a mídia reacionária pedindo a expulsão de Dilma e caluniando ela, Lula e o conjunto do PT.
Com os aliados sabotando os projetos progressistas com seu obscurantismo ideológico em vários sentidos.
Com a intelectualidade "esquerdista" a serviço de barões midiáticos ou investidores estrangeiros com a ideia de promover o jabaculê brega-popularesco como se fosse a "verdadeira cultura popular".
E os funqueiros, "sinceramente esquerdistas", sempre apunhalando as esquerdas pelas costas.
E ainda por cima despejando valores retrógrados, como o machismo que não conseguem agora esconder.
É, o "funk" não veio mesmo de Marte. Veio da Globo.
E a Globo teve seu poder fortalecido porque o governo Dilma, na boa-fé, achava que investir dinheiro na grande mídia iria amansar seus ímpetos reacionários.
Não amansou. Pelo contrário, despertou ainda mais a fúria das feras.
E aí veio a campanha pelo "Fora Dilma" que conhecemos.
Que instaurou o desastroso governo de Michel Temer, uma coleção de escândalos em menos de um mês.
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