A mídia privada e comercial está perplexa com o governo Michel Temer.
Apavorada com a crise do governo do presidente interino, a mídia associada partiu para uma estratégia: dividir o governo Temer em "dois".
Ela admitiria a parte podre do governo, expressa nas denúncias de corrupção envolvendo vários membros de sua equipe e até mesmo o próprio Michel Temer.
É uma forma da mídia dizer que "reconhece" os escândalos revelados pelas gravações do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
No entanto, tenta reservar uma "parte boa" na qual se sobressai o "super-herói" Henrique Meirelles.
A grande mídia tenta usar a Economia como carro-chefe do governo Temer.
E tenta abordá-la de maneira mais "positiva" possível.
Segundo a mídia privada, comercial e patronal, Meirelles é o super-ministro da Fazenda que irá conduzir o país para o progresso, eliminando a crise econômica.
Claro que é uma visão sob o ponto de vista das elites.
Afinal, trata-se de um programa econômico bastante azedo para a população.
Privatizações, cortes nos gastos sociais, terceirização no mercado de trabalho, afrouxamento das leis trabalhistas para beneficiar as decisões patronais, tudo isso é o indigesto cardápio trazido por Michel Temer e equipe.
Mas todos esses espinhos são revestidos de rosas de cera pelo discurso midiático.
As privatizações são defendidas sob o pretexto de "enxugar a máquina estatal" e "economizar gastos públicos".
Os cortes nos gastos sociais são defendidos visando "conter os investimentos abusivos" e limitar os investimentos ao "básico necessário".
A terceirização do mercado de trabalho é defendida sob a desculpa de "garantir mais emprego sem maiores complicações nem despesas".
O afrouxamento das leis trabalhistas, conhecido como "flexibilização das relações de trabalho", é defendido sob a desculpa de "eliminar a burocracia" e "agilizar os acordos entre empregado e empregador".
Só que por trás dessa "fantástica fábrica de chocolates" da Economia do governo de Michel Temer, há uma série de graves prejuízos anunciados.
Teremos menos empresas públicas em setores estratégicos e essenciais, menos encargos e garantias sociais, menos salários e menos poder de decisão das classes trabalhadoras.
Será um pesadelo anunciado como se fosse o melhor dos sonhos.
E tudo isso para dizer que o governo Michel Temer faz alguma coisa de positivo no país.
Mas isso é como apagar o incêndio dos escândalos com querosene.
O programa de exclusão social do ministro Henrique Meirelles só será visto como "salvação para o país" para um público incauto manipulado pela mídia privada.
Que não mostra a realidade, por ser ela voltada aos interesses de seus donos.
Na teoria, tudo será lindo e maravilhoso.
Mas, na prática, será pior.
A "parte boa" do governo Michel Temer também é podre.
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