As olimpíadas Rio 2016 até deram certo, a festa foi maravilhosa, os atletas brasileiros até procuraram crescer em desempenho.
Até o Boulevard Olímpico, no entorno da Zona Portuária, ficou lindo de se ver.
No entanto, todo esse evento foi uma relativa animação, ilhas de entusiasmo de um cenário político sombrio.
Teremos Dilma Rousseff no julgamento final, e as pressões para tirá-la definitivamente do poder são muito grandes.
Até se Dilma Rousseff matar um mosquito em um recinto será criminalizada por isso.
"Por que não deixou o mosquito te morder?", diria um anti-petista espumando de rancor.
Ela foi condenada por acusações obscuras, vagas, muito mal investigadas, se é que chegam a sê-las.
Enquanto isso, Temer se acha na certeza de se tornar efetivo e implantar seu "pacote de bondades" para o Brasil.
Um "pacote" que vai tirar dos brasileiros as garantias trabalhistas e sociais e entregar nossas riquezas para empresários estrangeiros.
A reserva de petróleo de Carcará-Santos, situada no reduto político de Temer, a Baixada Santista, já está nas mãos de holandeses.
A BR Distribuidora se prepara para se tornar também subsidiária de uma das gigantes estrangeiras do petróleo, em leilão de privatização.
Mas aí os brasileiros anti-PT não precisarão sentir raiva. Nem terão tempo para isso.
Trabalharão de segunda a sexta, de 6 às 20 horas, só tendo tempo para se alimentar, botar a cabeça no lugar e dormir (e dormir pouco, aliás).
Voltando ao fim das Olimpíadas. Michel Temer só compete em baixo cartaz com os terríveis ônibus padronizados com embalagem de remédio, onde Braso Lisboa e Alpha, Redentor e Caprichosa, Matias e Acari, Pégaso e Barra etc, têm a mesma pintura.
Na Zona Portuária, dava para perceber que os ônibus com "embalagem de remédio" e logotipo "Cidade do Rio de Janeiro", tão adorados pelo prefeito Eduardo Paes corriam envergonhados escondidos entre os coloridos ônibus da Baixada Fluminense e os graúdos ônibus rodoviários interestaduais.
Como Michel Temer, escondido entre tantos atletas e celebridades que se destacavam com seus uniformes diversos de cores fortes.
Até Carlos Arthur Nuzman discursou mais na abertura da Rio 2016, que os desavisados poderiam pensar que o presidente do COB era o presidente do Brasil.
No último dia 18, Temer se reuniu com Nuzman, Paes e o governador em exercício, Francisco Dornelles, para avaliar o evento olímpico.
Temer elogiou a tranquilidade e segurança do evento e pediu para que o entusiasmo se repetisse nos Jogos Paralímpicos, que, todavia, não terão tanto cartaz na grande mídia.
Até porque Galvão Bueno, o apresentador-torcedor da Globo, já pediu para "todo mundo se levantar", numa plateia onde estavam dois cadeirantes.
No último dia 20, quando a Seleção Brasileira de Futebol ganhou a tão sonhada medalha de ouro, Temer veio com essa "pérola".
"A seleção olímpica de futebol conquista ouro inédito em momento histórico para o país", redigiu Temer num perfil das redes sociais.
"Momento histórico", só se for pelo lado negativo, diante do modo pitoresco de ascensão de poder que Temer e seus asseclas tiveram, deixando o mundo inteiro perplexo.
Tão perplexo que só 18 dos 45 chefes políticos esperados compareceram. O número corresponde a um quinto das autoridades que compareceram nas Olimpíadas de Londres, em 2012, 90.
Pode não ter sido o evento olímpico mais marcante de todos os tempos, mas a Rio 2016 teve seus momentos inegáveis de entusiasmo e animação.
Festa organizada, esportistas esforçados, enquanto que até a gafe relacionada ao evento envolveu o nadador Ryan Lochte, dos EUA, que inventou um assalto sofrido para esconder uma festa para não decepcionar uma namorada.
O Brasil teve algumas semanas de alegria, que o agosto, considerado mês sombrio, não conseguiu atrapalhar.
O momento sombrio de agosto será no dia 25, quando haverá o julgamento final de Dilma Rousseff.
Se for como esperam os anti-petistas, com Dilma fora do governo em definitivo e Temer efetivado, o Brasil terá mais uma grande prova a enfrentar.
Será juntamente com os atletas paralímpicos, que seguem no evento.
Os trabalhadores brasileiros, portadores de necessidades especiais como ter casa própria, uma certa básica farta e saudável, Educação e Saúde públicas de qualidade e poder aquisitivo satisfatório, terão de perder tudo neste governo deficiente que tende a vir.
Vai ser uma grande prova trabalhar mais e ganhar menos, com aposentadoria para mais tarde. E sem direito a medalha.
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